Plano de leitura da Bíblia em 100 dias – 83
Texto(s) da Bíblia
- Apocalipse 4
Depois destas coisas, olhei, e eis que havia uma porta aberta no céu. E a primeira voz que ouvi, que era como de trombeta ao falar comigo, disse: — Suba até aqui, e eu lhe mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas. Imediatamente eu me achei no Espírito, e eis que havia um trono armado no céu, e alguém estava sentado no trono. E esse que estava sentado era semelhante, no aspecto, à pedra de jaspe e ao sardônio, e ao redor do trono havia um arco-íris semelhante, no aspecto, à esmeralda. Ao redor do trono havia também vinte e quatro tronos, e neles estavam sentados vinte e quatro anciãos, vestidos de branco e com coroas de ouro na cabeça. Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, estavam acesas sete tochas de fogo, que são os sete espíritos de Deus. Diante do trono havia algo como um mar de vidro, semelhante ao cristal. No meio do trono e à volta do trono havia também quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás. O primeiro ser vivente era semelhante a um leão, o segundo era semelhante a um novilho, o terceiro tinha o rosto semelhante ao de ser humano e o quarto ser vivente era semelhante à águia quando está voando. E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estavam cheios de olhos, ao redor e por dentro. Não tinham descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: “Santo, santo, santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.” Sempre que esses seres viventes davam glória, honra e ações de graças ao que está sentado no trono, ao que vive para todo o sempre, os vinte e quatro anciãos se prostravam diante daquele que está sentado no trono, adoravam o que vive para todo o sempre e depositavam as suas coroas diante do trono, proclamando: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas e por tua vontade elas vieram a existir e foram criadas.”
- Apocalipse 8
Quando o Cordeiro quebrou o sétimo selo, houve silêncio no céu durante quase meia hora. Então vi os sete anjos que estão em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas. Veio outro anjo e ficou em pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e lhe foi dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. E da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos. Então o anjo pegou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto. Então os sete anjos que tinham as sete trombetas se prepararam para tocar. O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve granizo e fogo misturados com sangue, e foram atirados à terra. Então foi queimada a terça parte da terra, foi queimada a terça parte das árvores, e também toda a erva verde foi queimada. O segundo anjo tocou a trombeta, e uma espécie de grande montanha em chamas foi atirada ao mar. Uma terça parte do mar se transformou em sangue, e morreu a terça parte das criaturas do mar, e foi destruída a terça parte das embarcações. O terceiro anjo tocou a trombeta, e uma grande estrela, queimando como uma tocha, caiu do céu sobre a terça parte dos rios e sobre as fontes das águas. O nome da estrela é Absinto. E a terça parte das águas se transformou em absinto, e muitas pessoas morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargas. O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e uma terça parte do dia, e também da noite, ficasse sem luz. Então vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com voz forte: — Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa do som das outras trombetas que os três anjos ainda vão tocar!
- Neemias 12
Estes são os sacerdotes e levitas que voltaram do cativeiro com Zorobabel, filho de Sealtiel, e com Jesua: Seraías, Jeremias, Esdras, Amarias, Maluque, Hatus, Secanias, Reum, Meremote, Ido, Ginetoi, Abias, Miamim, Maadias, Bilga, Semaías, Joiaribe, Jedaías, Salu, Amoque, Hilquias e Jedaías. Estes foram os chefes dos sacerdotes e de seus irmãos, nos dias de Jesua. Também os levitas Jesua, Binui, Cadmiel, Serebias, Judá e Matanias; este e os seus irmãos dirigiam os louvores. Baquebuquias e Uni, seus irmãos, estavam diante deles, cada qual no seu serviço. Jesua gerou Joiaquim, Joiaquim gerou Eliasibe, Eliasibe gerou Joiada, Joiada gerou Jônatas, e Jônatas gerou Jadua. Nos dias de Joiaquim, foram sacerdotes, chefes de famílias: de Seraías, Meraías; de Jeremias, Hananias; de Esdras, Mesulão; de Amarias, Joanã; de Maluqui, Jônatas; de Sebanias, José; de Harim, Adna; de Meraiote, Helcai; de Ido, Zacarias; de Ginetom, Mesulão; de Abias, Zicri; de Miniamim e de Moadias, Piltai; de Bilga, Samua; de Semaías, Jônatas; de Joiaribe, Matenai; de Jedaías, Uzi; de Salai, Calai; de Amoque, Héber; de Hilquias, Hasabias; de Jedaías, Netanel. Dos levitas, nos dias de Eliasibe, foram inscritos como chefes de famílias Joiada, Joanã e Jadua, bem como os sacerdotes, até o reinado de Dario, o persa. Os filhos de Levi foram inscritos como chefes de famílias no Livro das Crônicas, até os dias de Joanã, filho de Eliasibe. Os chefes dos levitas foram Hasabias, Serebias e Jesua, filho de Cadmiel. Os irmãos deles ficavam diante deles para louvarem e darem graças, segundo o mandado de Davi, homem de Deus, um coro respondendo ao outro. Matanias, Baquebuquias, Obadias, Mesulão, Talmom e Acube eram porteiros e guardavam os depósitos dos portões. Estes viveram nos dias de Joiaquim, filho de Jesua, filho de Jozadaque, e nos dias de Neemias, o governador, e de Esdras, o sacerdote e escriba. Na dedicação das muralhas de Jerusalém, procuraram os levitas em todos os lugares onde estavam morando, para fazê-los vir a Jerusalém a fim de que fizessem a dedicação com alegria, louvores, canto, címbalos, liras e harpas. Reuniram-se os cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém como das aldeias dos netofatitas, bem como de Bete-Gilgal e dos campos de Geba e de Azmavete, porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém. Os sacerdotes e os levitas purificaram a si mesmos, e depois purificaram o povo, os portões e a muralha. Então ordenei que as autoridades de Judá subissem sobre a muralha e formei dois grandes coros em procissão. Um deles foi para a direita sobre a muralha, em direção ao Portão do Monturo. Atrás deles ia Hosaías e a metade das autoridades de Judá, e Azarias, Esdras, Mesulão, Judá, Benjamim, Semaías e Jeremias; também alguns dos sacerdotes, com trombetas: Zacarias, filho de Jônatas, filho de Semaías, filho de Matanias, filho de Micaías, filho de Zacur, filho de Asafe, e seus irmãos, Semaías, Azarel, Milalai, Gilalai, Maai, Netanel, Judá e Hanani, com os instrumentos musicais de Davi, homem de Deus. Esdras, o escriba, ia na frente deles. À entrada do Portão da Fonte, subiram diretamente as escadas da Cidade de Davi, onde a muralha se eleva por sobre a casa de Davi, até o Portão das Águas, do lado leste. O segundo coro foi na direção oposta, e eu o seguia com metade do povo, sobre a muralha, passando pela Torre dos Fornos até a Muralha Larga. E desde o Portão de Efraim, passaram por cima do Portão Velho e do Portão dos Peixes, pela Torre de Hananel, pela Torre dos Cem, até o Portão do Gado; e pararam junto ao Portão da Guarda. Então os dois coros pararam na Casa de Deus, e o mesmo fizemos eu e a metade dos magistrados que estavam comigo. Os sacerdotes Eliaquim, Maaseias, Miniamim, Micaías, Elioenai, Zacarias e Hananias iam com as suas trombetas, e também Maaseias, Semaías, Eleazar, Uzi, Joanã, Malquias, Elão e Ezer. E os cantores se faziam ouvir sob a direção de Jezraías. No mesmo dia, ofereceram grandes sacrifícios e se alegraram, pois Deus os havia enchido de alegria. Também as mulheres e as crianças se alegraram, de modo que a alegria de Jerusalém podia ser ouvida de longe. Ainda no mesmo dia, foram nomeados homens para as câmaras dos tesouros, das ofertas, das primícias e dos dízimos, para recolherem nelas, dos campos ao redor das cidades, as porções designadas pela Lei para os sacerdotes e para os levitas. Porque o povo de Judá estava alegre por causa dos sacerdotes e dos levitas que ministravam ali e executavam o serviço do seu Deus e o serviço da purificação. Também os cantores e porteiros faziam o seu serviço, segundo o mandado de Davi e de seu filho Salomão. Pois já no passado, nos dias de Davi e de Asafe, havia chefes dos cantores, cânticos de louvor e ações de graças a Deus. Todo o Israel, nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as porções para cada dia. Também consagrava as coisas destinadas aos levitas, e os levitas consagravam as porções destinadas aos filhos de Arão.
- Neemias 13
Naquele dia, o Livro de Moisés foi lido para o povo, e nele achou-se escrito que os amonitas e os moabitas não deveriam jamais entrar na congregação de Deus, porque não tinham ido ao encontro dos filhos de Israel com pão e água. Em vez disso, contrataram Balaão para os amaldiçoar. Mas o nosso Deus transformou a maldição em bênção. Quando os israelitas ouviram esta lei, afastaram de Israel todos os estrangeiros. Antes disto, o sacerdote Eliasibe, encarregado dos depósitos do templo do nosso Deus, parente de Tobias, havia cedido para este uma grande sala. Anteriormente, era ali que se depositavam as ofertas de cereais, o incenso, os utensílios e os dízimos dos cereais, do vinho e do azeite, que eram destinados aos levitas, cantores e porteiros, bem como as contribuições para os sacerdotes. Mas, quando isso aconteceu, eu não estava em Jerusalém, porque no trigésimo segundo ano de Artaxerxes, rei da Babilônia, eu tinha voltado para junto do rei. Mas, depois de certo tempo, pedi licença ao rei e voltei para Jerusalém. Então soube do mal que Eliasibe havia feito para beneficiar Tobias, cedendo-lhe uma sala nos pátios da Casa de Deus. Isso me deixou tão irritado, que atirei todos os móveis de Tobias para fora da sala. Então ordenei que purificassem as salas, e coloquei ali outra vez os utensílios da Casa de Deus, com as ofertas de cereais e o incenso. Também soube que as porções dos levitas não estavam sendo dadas a eles, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo. Então repreendi os magistrados e perguntei: — Por que a Casa de Deus ficou abandonada? Reuni os levitas e os cantores e os restituí aos seus postos. Então todo o Judá trouxe os dízimos dos cereais, do vinho e do azeite aos depósitos. Por tesoureiros dos depósitos pus Selemias, o sacerdote, Zadoque, o escrivão, e um levita chamado Pedaías. Como assistente deles pus Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias. Estes homens foram achados fiéis e ficaram encarregados de distribuir as porções entre os seus irmãos. “Lembra-te de mim, ó meu Deus, e não apagues o bem que eu fiz ao templo de meu Deus e ao seu serviço.” Naqueles dias, vi que em Judá havia homens que no sábado pisavam uvas nos lagares e traziam trigo que carregavam sobre jumentos. Também no dia de sábado traziam para Jerusalém vinho, uvas e figos e todo tipo de cargas. Protestei contra eles por venderem alimentos neste dia. Também moravam em Jerusalém homens de Tiro que traziam peixes e todo tipo de mercadorias, que no sábado vendiam aos filhos de Judá e em Jerusalém. Repreendi os nobres de Judá e lhes disse: — Que coisa errada é esta que vocês estão fazendo? Estão profanando o dia de sábado! Por acaso os pais de vocês não fizeram o mesmo, levando o nosso Deus a trazer todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? E vocês ainda estão trazendo ira maior sobre Israel, profanando o sábado. Quando os portões de Jerusalém começavam a projetar a sua sombra antes do sábado, ordenei que fossem fechados. E determinei que não fossem abertos, a não ser depois do sábado. Coloquei alguns dos meus servos junto aos portões, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado. Então os negociantes e os vendedores de todo tipo de mercadorias pernoitaram fora de Jerusalém, uma ou duas vezes. Eu os repreendi e lhes disse: — Por que estão passando a noite diante da muralha? Se fizerem isso outra vez, eu usarei a força. Daí em diante não voltaram mais no sábado. Também mandei aos levitas que se purificassem e viessem guardar os portões, para santificar o dia de sábado. “Também nisto, lembra-te de mim, ó meu Deus. Tem piedade de mim por tua grande misericórdia.” Vi também, naqueles dias, que judeus haviam casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas. E seus filhos falavam metade das palavras na língua de Asdode ou na língua de seu respectivo povo, mas não sabiam falar a língua dos judeus. Eu os repreendi e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e arranquei os seus cabelos. E os fiz jurar em nome de Deus, dizendo: — Não deem mais as suas filhas em casamento aos filhos deles, nem escolham mais as filhas deles para os seus filhos ou para vocês mesmos. Não foi por causa disto que Salomão, rei de Israel, pecou? Entre muitas nações não havia rei semelhante a ele. Era amado por seu Deus, e Deus o colocou como rei sobre todo o Israel. Mas as mulheres estrangeiras o fizeram cair no pecado. Será que devemos dar ouvidos a vocês, para fazermos todo este grande mal, sendo infiéis ao nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras? Um dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, era genro de Sambalate, o horonita. Por isso, eu o expulsei da minha presença. “Lembra-te deles, ó meu Deus, pois contaminaram o sacerdócio e a aliança sacerdotal e levítica.” Assim, eu os purifiquei de tudo o que era estrangeiro e organizei o serviço dos sacerdotes e dos levitas, cada um na sua função. Organizei também o fornecimento de lenha em tempos determinados, bem como das primícias. “Lembra-te de mim, ó meu Deus, para o meu bem.”
- Ester 1
Isto aconteceu nos dias de Assuero, o Assuero que reinou sobre cento e vinte e sete províncias, desde a Índia até a Etiópia. Naqueles dias, quando Assuero reinava na cidadela de Susã, no terceiro ano do seu reinado, deu um banquete a todos os seus oficiais e servidores. O exército da Pérsia e da Média, bem como os nobres e os governadores das províncias estavam presentes. Então Assuero mostrou as riquezas da glória do seu reino e o esplendor da sua excelente grandeza durante muitos dias, durante cento e oitenta dias. Passados esses dias, o rei deu um banquete a todo o povo que estava na cidadela de Susã, tanto para os maiores como para os menores, durante sete dias, no pátio do jardim do palácio real. Havia cortinas de algodão, brancas e azuis, amarradas com cordões de linho e de púrpura a argolas de prata e a colunas de alabastro. A armação dos leitos era de ouro e de prata, sobre um piso de pórfiro, de mármore, de alabastro e de pedras preciosas. A bebida era servida em taças de ouro, de vários tipos, e havia muito vinho real, graças à generosidade do rei. Bebiam sem restrições, como estava prescrito, pois o rei havia ordenado a todos os oficiais da sua casa que fizessem segundo a vontade de cada um. Também a rainha Vasti deu um banquete às mulheres no palácio do rei Assuero. No sétimo dia, quando o seu coração já estava alegre por causa do vinho, o rei Assuero ordenou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e Carcas, os sete eunucos que serviam na presença dele, que trouxessem à sua presença a rainha Vasti, com a coroa real. Ele queria mostrar aos povos e aos príncipes a beleza dela, pois ela era muito bonita. Porém a rainha Vasti se recusou a atender a ordem do rei, transmitida por meio dos eunucos. Diante disso, o rei muito se enfureceu e se inflamou de raiva. Então o rei consultou os sábios que entendiam dos tempos, porque era seu costume fazer isso na presença de todos os que conheciam a lei e o direito. E os mais chegados a ele eram: Carsena, Setar, Admata, Társis, Meres, Marsena e Memucã, os sete príncipes dos persas e dos medos, que tinham acesso direto ao rei e se assentavam como principais no reino. Ele perguntou: — Segundo a lei, o que se deve fazer à rainha Vasti, por não haver cumprido a ordem do rei Assuero, transmitida por meio dos eunucos? Então Memucã disse na presença do rei e dos príncipes: — A rainha Vasti não somente ofendeu o rei, mas também todos os príncipes e todos os povos de todas as províncias do rei Assuero. Porque a notícia do que a rainha fez chegará a todas as mulheres, de modo que desprezarão o seu marido, dizendo: “O rei Assuero mandou que a rainha Vasti fosse trazida à sua presença, mas ela não foi.” Hoje mesmo, as princesas da Pérsia e da Média, ao ouvirem o que a rainha fez, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei. E assim haverá muito desprezo e indignação. Se for do agrado do rei, que ele baixe um decreto real, e que se inscreva nas leis dos persas e dos medos e não se revogue, que Vasti fica proibida de comparecer à presença do rei Assuero. E que o rei dê o reino dela a outra que seja melhor do que ela. Quando este decreto do rei for proclamado em todo o seu reino, que é tão vasto, todas as mulheres darão honra a seu marido, tanto ao mais importante como ao menos importante. O conselho agradou tanto ao rei como aos príncipes; e o rei fez o que Memucã havia sugerido. Enviou cartas a todas as províncias do reino, a cada província segundo o seu modo de escrever e a cada povo segundo a sua língua: que cada homem fosse senhor em sua casa, e que se falasse a língua do seu povo.
- Ester 2
Depois disto, quando a raiva do rei Assuero já havia passado, ele se lembrou de Vasti e do que ela havia feito, e do que havia sido decretado contra ela. Então os servos do rei, que o serviam, lhe disseram: — Que se procurem moças virgens de boa aparência para o rei. Que o rei nomeie comissários em todas as províncias do seu reino, que reúnam todas as moças virgens e de boa aparência no harém da cidadela de Susã, sob os cuidados de Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres. E que se dê a elas os produtos de beleza que desejarem. A moça que cair no agrado do rei, essa reine em lugar de Vasti. O rei concordou com isto, e assim se fez. Ora, na cidadela de Susã havia um judeu da tribo de Benjamim chamado Mordecai, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis. Ele tinha sido levado de Jerusalém com os exilados que foram deportados com Jeconias, rei de Judá, a quem Nabucodonosor, rei da Babilônia, havia levado para o exílio. Mordecai havia criado Hadassa, que é Ester, filha de seu tio, que era órfã de pai e mãe. A jovem era bonita e formosa. Depois que o pai e a mãe dela morreram, Mordecai a adotou como filha. Quando a ordem e o decreto do rei foram divulgados, muitas moças foram levadas para a cidadela de Susã, sob os cuidados de Hegai. Levaram também Ester ao palácio real e a entregaram aos cuidados de Hegai, guarda das mulheres. A moça lhe pareceu formosa e alcançou favor diante dele. Por isso Hegai se apressou em dar-lhe os produtos de beleza e a alimentação especial. Também lhe deu sete moças escolhidas do palácio real e a transferiu com essas moças para os melhores aposentos do harém. Ester não havia declarado o seu povo nem a sua parentela, pois Mordecai lhe havia ordenado que não dissesse nada a respeito disso. Mordecai passeava todos os dias diante do pátio do harém, para saber como Ester estava passando e o que ia acontecer com ela. Depois de doze meses de tratamento seguindo as prescrições para as mulheres, que eram embelezadas seis meses com óleo de mirra e seis meses com óleos aromáticos, essências e perfumes em uso entre as mulheres, chegava a vez de cada moça ser levada ao rei Assuero. Então a moça ia ao encontro do rei e podia levar consigo tudo o que quisesse do harém para o palácio. À tarde, ela entrava no palácio e, pela manhã, voltava para o segundo harém, sob os cuidados de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas. A moça não voltava mais ao rei, a menos que o rei a desejasse, e ela fosse chamada pelo nome. Quando chegou a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mordecai, que a tinha adotado como filha, ela não pediu nada além do que Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres, lhe havia aconselhado. E Ester alcançou favor de todos os que a contemplavam. Assim, Ester foi levada ao rei Assuero, ao palácio real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu reinado. O rei amou Ester mais do que todas as mulheres, e ela alcançou diante dele favor e aprovação mais do que todas as virgens. E o rei pôs a coroa real na cabeça dela e a fez rainha em lugar de Vasti. Então o rei deu um grande banquete a todos os seus oficiais e servidores; era o banquete de Ester. Concedeu alívio às províncias e distribuiu presentes segundo a sua generosidade real. Quando as virgens foram reunidas pela segunda vez, Mordecai estava sentado junto à porta do rei. Ester ainda não havia declarado a sua linhagem e o seu povo, como Mordecai lhe havia ordenado. E Ester continuava a cumprir as ordens de Mordecai, como tinha feito quando este a criava. Naqueles dias, quando Mordecai estava sentado junto à porta do rei, dois eunucos do rei, que se chamavam Bigtã e Teres e eram do corpo da guarda, ficaram indignados e planejaram matar o rei Assuero. Isto chegou ao conhecimento de Mordecai, que o revelou à rainha Ester, e Ester o disse ao rei, em nome de Mordecai. Investigou-se o caso, e era fato; e os dois conspiradores foram pendurados numa forca. Isso foi escrito no Livro das Crônicas, diante do rei.
- Salmos 104
Bendiga, minha alma, o Senhor! Senhor, Deus meu, como tu és grandioso! Estás revestido de glória e majestade, coberto de luz como de um manto. Tu estendes o céu como uma cortina, pões nas águas o vigamento da tua morada, tomas as nuvens por carruagem e voas nas asas do vento. Fazes a teus anjos ventos e a teus ministros, labaredas de fogo. Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não se abale em tempo nenhum. Tomaste o abismo por vestuário e a cobriste; as águas ficaram acima das montanhas. Com a tua repreensão, as águas fugiram, com a voz do teu trovão, bateram em retirada. Elevaram-se os montes, desceram os vales, até o lugar que lhes havias preparado. Puseste às águas divisa que não ultrapassarão, para que não voltem a cobrir a terra. Tu fazes rebentar fontes no vale, cujas águas correm entre os montes; dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos selvagens matam a sua sede. Junto delas as aves do céu têm o seu pouso e, por entre a ramagem, elas se põem a cantar. Do alto de tua morada, regas os montes; a terra farta-se do fruto de tuas obras. Fazes crescer a relva para os animais e as plantas que o ser humano cultiva, para que da terra tire o seu alimento: o vinho, que alegra o coração, o azeite, que lhe dá brilho ao rosto, e o pão, que lhe sustém as forças. São saciadas as árvores do Senhor e os cedros do Líbano que ele plantou, em que as aves fazem os seus ninhos; quanto à cegonha, a sua casa é nos ciprestes. Os altos montes são das cabras-monteses, e as rochas, o refúgio dos arganazes. Fez a lua para marcar o tempo; o sol conhece a hora de se pôr. Envias as trevas e vem a noite, na qual vagueiam os animais da selva. Os leõezinhos rugem pela presa e buscam de Deus o sustento; em vindo o sol, eles se recolhem e se acomodam nos seus covis. Então as pessoas saem para o seu trabalho e para o seu serviço até a tarde. Que variedade, Senhor, nas tuas obras! Fizeste todas elas com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas. Eis o mar vasto, imenso, no qual se movem seres sem conta, animais pequenos e grandes. Por ele transitam os navios e o Leviatã que formaste para nele brincar. Todos esperam de ti que lhes dês de comer a seu tempo. Se lhes dás, eles o recolhem; se abres a mão, eles se fartam de bens. Se escondes o rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao pó. Envias o teu Espírito, eles são criados, e assim renovas a face da terra. Que a glória do Senhor dure para sempre! Exulte o Senhor por suas obras! Com só olhar para a terra, ele a faz tremer; toca as montanhas, e elas fumegam. Cantarei ao Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus durante a minha vida. Seja-lhe agradável a minha meditação; eu me alegrarei no Senhor. Desapareçam da terra os pecadores, e que os perversos deixem de existir. Bendiga, minha alma, o Senhor! Aleluia!
- Salmos 105
Deem graças ao Senhor, invoquem o seu nome; tornem conhecidos entre os povos os seus feitos. Cantem a Deus, cantem louvores a ele; falem de todas as suas maravilhas. Gloriem-se no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o Senhor. Busquem o Senhor e o seu poder; busquem continuamente a sua presença. Lembrem-se das maravilhas que ele fez, dos seus prodígios e dos juízos de seus lábios, vocês, descendentes de Abraão, seu servo, vocês, filhos de Jacó, seus escolhidos. Ele é o Senhor, nosso Deus; os seus juízos permeiam toda a terra. Lembra-se perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações; da aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque; o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel por aliança perpétua, dizendo: “Eu lhe darei a terra de Canaã como porção da sua herança.” Quando eles eram em pequeno número, pouquíssimos e estrangeiros na terra de Canaã; quando andavam de nação em nação, de um reino para outro reino, Deus não permitiu que ninguém os oprimisse, e, por amor deles, repreendeu reis, dizendo: “Não toquem nos meus ungidos, nem maltratem os meus profetas.” Deus fez vir fome sobre a terra e cortou os meios de se obter pão. Adiante deles enviou um homem, José, que foi vendido como escravo. Apertaram os seus pés com correntes e puseram uma coleira de ferro no seu pescoço, até cumprir-se a profecia a respeito dele, e tê-lo provado a palavra do Senhor. O rei mandou soltá-lo; o dominador dos povos o pôs em liberdade. Constituiu-o senhor de sua casa e administrador de tudo o que possuía, para, como bem quisesse, sujeitar os seus príncipes e ensinar a sabedoria aos seus anciãos. Então Israel entrou no Egito, e Jacó peregrinou na terra de Cam. Deus fez sobremodo fecundo o seu povo e o tornou mais forte do que os seus opressores. Mudou o coração dos egípcios para que odiassem o seu povo e usassem de astúcia para com os seus servos. Deus lhes enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem havia escolhido, por meio dos quais fez, entre eles, os seus sinais e maravilhas na terra de Cam. Enviou trevas, e tudo escureceu; e Moisés e Arão não foram rebeldes à sua palavra. Transformou-lhes as águas em sangue e assim lhes fez morrer os peixes. A terra deles produziu rãs em abundância, até nos aposentos dos reis. Deus falou, e vieram nuvens de moscas e piolhos em toda a terra do Egito. Por chuva deu-lhes granizo e fogo chamejante, naquela terra. Devastou-lhes os vinhedos e os figueirais e quebrou as árvores da terra deles. Ele falou, e vieram gafanhotos e lagartas sem conta, que devoraram toda a vegetação do país e comeram o fruto dos seus campos. Também feriu de morte todos os primogênitos da terra deles, as primícias do seu vigor. Então Deus fez sair o seu povo, com prata e ouro, e entre as suas tribos não havia um só inválido. O Egito se alegrou quando eles saíram, porque lhe tinham infundido terror. Deus estendeu uma nuvem que lhes servisse de toldo e um fogo para os iluminar de noite. Pediram, e Deus fez vir codornizes e os saciou com pão do céu. Fendeu a rocha, e dela brotaram águas, que correram como um rio pelo deserto. Porque estava lembrado da sua santa palavra e de Abraão, seu servo. Ele conduziu o seu povo com alegria e, com júbilo, os seus escolhidos. Deu-lhes as terras das nações, e eles se apossaram do fruto do trabalho dos povos, para que lhe guardassem os preceitos e lhe observassem as leis. Aleluia!