Plano de leitura da Bíblia em 100 dias – 79
Texto(s) da Bíblia
- João 18
Depois de dizer isso, Jesus saiu juntamente com os seus discípulos para o outro lado do ribeiro de Cedrom, onde havia um jardim; e aí entrou com eles. Judas, o traidor, também conhecia aquele lugar, porque Jesus muitas vezes havia se reunido ali com os seus discípulos. Tendo, pois, Judas recebido a escolta e alguns guardas da parte dos principais sacerdotes e fariseus, chegou a esse lugar com lanternas, tochas e armas. Então Jesus, sabendo de tudo o que ia acontecer com ele, adiantou-se e perguntou-lhes: — A quem vocês estão procurando? Eles responderam: — A Jesus, o Nazareno. Então Jesus lhes disse: — Sou eu. Ora, Judas, o traidor, também estava com eles. Quando Jesus lhes disse: “Sou eu”, recuaram e caíram por terra. Jesus, de novo, lhes perguntou: — A quem vocês estão procurando? Responderam: — A Jesus, o Nazareno. Então Jesus disse: — Já lhes falei que sou eu. Se é a mim que vocês estão procurando, deixem que estes vão embora. Ele disse isso para se cumprir a palavra que tinha dito anteriormente: “Não perdi nenhum dos que me deste.” Então Simão Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. E o nome do servo era Malco. Mas Jesus disse a Pedro: — Guarde a espada na bainha! Por acaso não beberei o cálice que o Pai me deu? Assim, a escolta, o comandante e os guardas dos judeus prenderam Jesus e o amarraram. Então o levaram primeiramente a Anás, sogro de Caifás, sumo sacerdote naquele ano. Ora, Caifás era quem havia declarado aos judeus ser conveniente morrer um homem pelo povo. Simão Pedro e outro discípulo seguiam Jesus. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote e, por isso, conseguiu entrar no pátio da casa deste com Jesus. Pedro, porém, ficou de fora, junto à porta. O outro discípulo, que era conhecido do sumo sacerdote, saiu, falou com a encarregada da porta e levou Pedro para dentro. Então a empregada, encarregada da porta, perguntou a Pedro: — Você também não é um dos discípulos desse homem? Ele respondeu: — Não, não sou. Os servos e os guardas estavam ali, tendo acendido uma fogueira por causa do frio, e se aqueciam. Pedro estava no meio deles, aquecendo-se também. Então o sumo sacerdote interrogou Jesus a respeito dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus lhe respondeu: — Eu tenho falado francamente ao mundo. Sempre ensinei, tanto nas sinagogas como no templo, onde todos os judeus se reúnem, e não disse nada em segredo. Por que o senhor está perguntando para mim? Pergunte aos que ouviram o que lhes falei. Eles sabem muito bem o que eu disse. Quando Jesus disse isto, um dos guardas que estavam ali deu-lhe uma bofetada, dizendo: — É assim que você fala com o sumo sacerdote? Jesus lhe respondeu: — Se falei mal, dê testemunho do mal. Mas, se falei bem, por que você está me batendo? Então Anás o enviou, amarrado, à presença de Caifás, o sumo sacerdote. Simão Pedro estava em pé, aquecendo-se. Então lhe perguntaram: — Você também não é um dos discípulos dele? Ele negou e disse: — Não, não sou. Um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro tinha decepado a orelha, perguntou: — Não é verdade que eu vi você no jardim com ele? De novo, Pedro negou. E no mesmo instante o galo cantou. Depois, levaram Jesus da casa de Caifás para o Pretório. Era cedo de manhã. Eles não entraram no Pretório para não se contaminar, pois somente assim poderiam comer a Páscoa. Então Pilatos saiu para falar com eles e perguntou: — Que acusação vocês trazem contra este homem? Eles responderam: — Se este não fosse malfeitor, não o teríamos entregue ao senhor. Então Pilatos disse: — Levem-no daqui e julguem-no segundo a lei de vocês. Ao que os judeus responderam: — Não nos é lícito matar ninguém. Isso aconteceu para que se cumprisse a palavra de Jesus, significando com que tipo de morte estava para morrer. Pilatos entrou novamente no Pretório, chamou Jesus e lhe perguntou: — Você é o rei dos judeus? Jesus respondeu: — Esta pergunta vem do senhor mesmo ou foram outros que lhe falaram a meu respeito? Pilatos respondeu: — Por acaso sou judeu? A sua própria gente e os principais sacerdotes é que o entregaram a mim. Que foi que você fez? Jesus respondeu: — O meu Reino não é deste mundo. Se o meu Reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas agora o meu Reino não é daqui. Pilatos perguntou: — Então você é rei? Jesus respondeu: — O senhor está dizendo que sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Pilatos perguntou: — O que é a verdade? Depois de dizer isso, Pilatos voltou aos judeus e lhes disse: — Eu não acho nele crime algum. Mas é costume entre vocês que eu solte alguém por ocasião da Páscoa. Vocês querem que eu lhes solte o rei dos judeus? Então todos gritaram, novamente: — Não este, mas Barrabás! Ora, Barrabás era salteador.
- João 20
No primeiro dia da semana, de madrugada, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra da entrada tinha sido removida. Então correu e foi até onde estavam Simão Pedro e o outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: — Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde o colocaram. Com isso, Pedro e o outro discípulo saíram e foram até o túmulo. Ambos corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao túmulo. E, abaixando-se, viu os lençóis de linho, mas não entrou. Simão Pedro, seguindo-o, chegou e entrou no túmulo. Ele também viu os lençóis e o lenço que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, e que não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte. Então o outro discípulo, que havia chegado primeiro ao túmulo, também entrou. Ele viu e creu. Pois ainda não tinham compreendido a Escritura, que era necessário que ele ressuscitasse dentre os mortos. E os discípulos voltaram outra vez para casa. Maria, no entanto, permanecia junto à entrada do túmulo, chorando. Enquanto chorava, abaixou-se e olhou para dentro do túmulo. Ela viu dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus tinha sido colocado, um à cabeceira e outro aos pés. Então eles perguntaram: — Mulher, por que você está chorando? Ela respondeu: — Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. Depois de dizer isso, ela se virou para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus. Jesus lhe perguntou: — Mulher, por que você está chorando? A quem você procura? Ela, supondo que ele fosse o jardineiro, respondeu: — Se o senhor o tirou daqui, diga-me onde o colocou, e eu o levarei. Jesus disse: — Maria! Ela, voltando-se, lhe disse, em hebraico: — Raboni! (“Raboni” quer dizer “Mestre”.) Jesus continuou: — Não me detenha, porque ainda não subi para o meu Pai. Mas vá até os meus irmãos e diga a eles: “Subo para o meu Pai e o Pai de vocês, para o meu Deus e o Deus de vocês.” Então Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: — Eu vi o Senhor! E contava que Jesus lhe tinha dito essas coisas. Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos, com medo dos judeus, Jesus veio e se pôs no meio deles, dizendo: — Que a paz esteja com vocês! E, dizendo isso, lhes mostrou as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram ao ver o Senhor. E Jesus lhes disse outra vez: — Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês. E, havendo dito isso, soprou sobre eles e disse-lhes: — Recebam o Espírito Santo. Se de alguns vocês perdoarem os pecados, são-lhes perdoados; mas, se os retiverem, são retidos. Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando Jesus veio. Então os outros discípulos disseram a Tomé: — Vimos o Senhor. Mas ele respondeu: — Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, ali não puser o dedo e não puser a minha mão no lado dele, de modo nenhum acreditarei. Passados oito dias, os discípulos de Jesus estavam outra vez reunidos, e Tomé estava com eles. Estando as portas trancadas, Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: — Que a paz esteja com vocês! E logo disse a Tomé: — Ponha aqui o seu dedo e veja as minhas mãos. Estenda também a sua mão e ponha no meu lado. Não seja incrédulo, mas crente. Ao que Tomé lhe respondeu: — Senhor meu e Deus meu! Jesus lhe disse: — Você creu porque me viu? Bem-aventurados são os que não viram e creram. Na verdade, Jesus fez diante dos seus discípulos muitos outros sinais que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram registrados para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenham vida em seu nome.
- 2Crônicas 33
Manassés tinha doze anos de idade quando começou a reinar e reinou cinquenta e cinco anos em Jerusalém. Fez o que era mau aos olhos do Senhor, segundo as coisas abomináveis das nações que o Senhor havia expulsado de diante dos filhos de Israel. Pois reconstruiu os lugares altos que Ezequias, seu pai, havia derrubado, levantou altares aos baalins, fez postes da deusa Aserá, prostrou-se diante de todo o exército dos céus e o serviu. Edificou altares na Casa do Senhor, a respeito da qual o Senhor tinha dito: “Em Jerusalém porei o meu nome para sempre.” Também edificou altares a todo o exército dos céus nos dois átrios da Casa do Senhor. Ele queimou os seus filhos em sacrifício no vale de Ben-Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro, praticava feitiçarias e tratava com médiuns e feiticeiros. Fazia continuamente o que era mau aos olhos do Senhor, para o provocar à ira. Também pôs a imagem de escultura do ídolo que tinha feito na Casa de Deus, a respeito da qual Deus tinha dito a Davi e a seu filho Salomão: “Neste templo e em Jerusalém, que escolhi de todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre. E não removerei mais o pé de Israel da terra que destinei aos seus pais, desde que eles tenham o cuidado de fazer tudo o que lhes tenho mandado, conforme toda a lei, os estatutos e os juízos dados por meio de Moisés.” Manassés de tal modo levou o povo de Judá e os moradores de Jerusalém a andarem errantes, que fizeram pior do que as nações que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel. O Senhor falou a Manassés e ao seu povo, porém não lhe deram ouvidos. Por isso o Senhor trouxe sobre eles os comandantes do exército do rei da Assíria, que prenderam Manassés com ganchos, amarraram-no com correntes e o levaram para a Babilônia. Ele, angustiado, suplicou ao Senhor, seu Deus, e muito se humilhou diante do Deus de seus pais. Orou ao Senhor, e o Senhor se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica e o fez voltar para Jerusalém, ao seu reino. Então Manassés reconheceu que o Senhor é Deus. Depois disto, Manassés construiu a muralha de fora da Cidade de Davi, a oeste de Giom, no vale, e à entrada do Portão dos Peixes, abrangendo Ofel; ele fez uma muralha bem alta. Também pôs chefes militares em todas as cidades fortificadas de Judá. Tirou da Casa do Senhor os deuses estranhos e o ídolo, bem como todos os altares que havia construído no monte da Casa do Senhor e em Jerusalém, e os lançou fora da cidade. Restaurou o altar do Senhor, sacrificou sobre ele ofertas pacíficas e de ação de graças e ordenou a Judá que servisse o Senhor, Deus de Israel. Porém o povo ainda sacrificava nos lugares altos, mas somente ao Senhor, seu Deus. Quanto aos demais atos de Manassés, à sua oração ao seu Deus e às palavras dos videntes que lhe falaram em nome do Senhor, Deus de Israel, está tudo escrito na História dos Reis de Israel. A sua oração e como Deus se tornou favorável para com ele, todo o seu pecado, a sua transgressão e os locais onde edificou lugares altos e colocou postes da deusa Aserá e imagens de escultura, antes que se humilhasse, eis que está tudo escrito na História dos Videntes. Manassés morreu e foi sepultado na sua própria casa. E Amom, seu filho, reinou em seu lugar. Amom tinha vinte e dois anos de idade quando começou a reinar e reinou dois anos em Jerusalém. Fez o que era mau aos olhos do Senhor, como Manassés, seu pai, havia feito. Ofereceu sacrifícios a todas as imagens de escultura que Manassés, seu pai, tinha feito e as serviu. Mas não se humilhou diante do Senhor, como Manassés, seu pai, tinha se humilhado; pelo contrário, Amom se tornou mais e mais culpável. Os seus servos conspiraram contra ele e o mataram em sua própria casa. Porém o povo daquela terra matou todos os que conspiraram contra o rei Amom e proclamou Josias, filho de Amom, rei em seu lugar.
- 2Crônicas 36
O povo da terra tomou Joacaz, filho de Josias, e o fez rei em lugar de seu pai, em Jerusalém. Joacaz tinha vinte e três anos de idade quando começou a reinar e reinou três meses em Jerusalém. Porém o rei do Egito o depôs em Jerusalém e impôs à terra um tributo de três mil e quatrocentos quilos de prata e trinta e quatro quilos de ouro. O rei do Egito colocou Eliaquim, irmão de Joacaz, como rei sobre Judá e Jerusalém e mudou o nome dele para Jeoaquim. Mas Neco levou Joacaz, irmão de Eliaquim, para o Egito. Jeoaquim tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar e reinou onze anos em Jerusalém. Fez o que era mau aos olhos do Senhor, seu Deus. Nabucodonosor, rei da Babilônia, veio contra ele, amarrou-o com correntes de bronze, para levá-lo para a Babilônia. Nabucodonosor levou também alguns dos utensílios da Casa do Senhor para a Babilônia, onde os colocou no seu templo. Quanto aos demais atos de Jeoaquim, às abominações que cometeu e ao mais que se achou nele, está tudo escrito no Livro da História dos Reis de Israel e de Judá. E Joaquim, seu filho, reinou em seu lugar. Joaquim tinha dezoito anos de idade quando começou a reinar e reinou três meses e dez dias em Jerusalém. Joaquim fez o que era mau aos olhos do Senhor. Na primavera do ano, o rei Nabucodonosor mandou levá-lo para a Babilônia, com os mais preciosos utensílios da Casa do Senhor. E constituiu Zedequias, irmão de Joaquim, rei sobre Judá e Jerusalém. Zedequias tinha vinte e um anos de idade quando começou a reinar e reinou onze anos em Jerusalém. Zedequias fez o que era mau aos olhos do Senhor, seu Deus, e não se humilhou diante do profeta Jeremias, que falava da parte do Senhor. Também se rebelou contra o rei Nabucodonosor, que o tinha obrigado a jurar fidelidade em nome de Deus. Foi teimoso e tanto endureceu o seu coração, que não voltou ao Senhor, Deus de Israel. Também todos os chefes dos sacerdotes e o povo aumentavam mais e mais as suas transgressões, segundo todas as abominações dos gentios. E contaminaram o templo que o Senhor tinha santificado em Jerusalém. O Senhor, Deus de seus pais, sempre de novo falou-lhes por meio dos seus mensageiros, porque teve compaixão do seu povo e da sua própria morada. Mas eles zombaram dos mensageiros de Deus, desprezaram as palavras dele e debocharam dos seus profetas, até que a ira do Senhor veio sobre o seu povo, e não houve mais remédio. Por isso, o Senhor trouxe contra eles o rei dos caldeus, que matou os seus jovens à espada, na casa do santuário deles. Não teve piedade nem dos jovens nem das moças, nem dos adultos nem dos velhos; entregou todos nas mãos do rei dos caldeus. Todos os utensílios da Casa de Deus, grandes e pequenos, os tesouros da Casa do Senhor e os tesouros do rei e dos seus príncipes, tudo ele levou para a Babilônia. Os caldeus queimaram a Casa de Deus e derrubaram a muralha de Jerusalém. Queimaram todos os seus palácios, destruindo também todos os seus objetos de valor. Os que escaparam da espada, a esses ele levou para a Babilônia, onde se tornaram escravos dele e de seus filhos, até o tempo do reino da Pérsia. Isto aconteceu para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, até que a terra desfrutasse dos seus sábados. Durante todos os dias da sua desolação a terra repousou, até que os setenta anos se cumpriram. No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, o Senhor despertou o espírito de Ciro, rei da Pérsia, que ordenou que se proclamasse em todo o seu reino e que se pusesse por escrito o seguinte: “Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus dos céus, me deu todos os reinos da terra e me encarregou de lhe edificar um templo em Jerusalém, que fica em Judá. Aquele dentre vocês que for do seu povo, que suba a Jerusalém, e o Senhor, seu Deus, esteja com ele.”
- Salmos 89
Cantarei para sempre as tuas misericórdias, ó Senhor; os meus lábios proclamarão a todas as gerações a tua fidelidade. Pois eu disse: “A misericórdia está edificada para sempre; a tua fidelidade, tu a confirmarás nos céus.” Tu disseste: “Fiz uma aliança com o meu escolhido e jurei a Davi, meu servo: ‘Para sempre estabelecerei a sua posteridade e firmarei o seu trono de geração em geração.’” Os céus celebram as tuas maravilhas, ó Senhor, e, na assembleia dos santos, louvam a tua fidelidade. Pois quem nos céus é comparável ao Senhor? Entre os seres celestiais, quem é semelhante ao Senhor? Deus infunde grande terror na assembleia dos santos; é temível sobre todos os que o rodeiam. Ó Senhor, Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu és, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?! Dominas a fúria do mar; quando as suas ondas se levantam, tu as acalmas. Esmagaste o monstro Raabe e o mataste; com o teu braço forte dispersaste os teus inimigos. Teus são os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os estabeleceste. O Norte e o Sul, tu os criaste; o Tabor e o Hermom exultam em teu nome. O teu braço é poderoso; forte é a tua mão, e elevada é a tua mão direita. Justiça e direito são o fundamento do teu trono; graça e verdade te precedem. Bem-aventurado o povo que conhece os gritos de alegria, que anda, ó Senhor, na luz da tua presença. Em teu nome se alegra o dia todo e na tua justiça se exalta, porque tu és a glória de sua força; no teu favor é exaltado o nosso poder. Pois ao Senhor pertence o nosso escudo, e ao Santo de Israel, o nosso rei. Outrora falaste em visão aos teus santos e disseste: “A um herói concedi o poder de socorrer; do meio do povo, exaltei um escolhido. Encontrei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi. A minha mão estará sempre com ele, o meu braço o fortalecerá. O inimigo jamais o surpreenderá, nem será ele humilhado pelo filho da perversidade. Esmagarei diante dele os seus adversários e destruirei aqueles que o odeiam. A minha fidelidade e a minha bondade o acompanharão, e em meu nome crescerá o seu poder. Porei a sua mão sobre o mar e a sua direita, sobre os rios. Ele me invocará, dizendo: ‘Tu és o meu pai, meu Deus e a rocha da minha salvação.’ Por isso, farei dele o meu primogênito, o mais elevado entre os reis da terra. Conservarei para sempre a minha bondade para com ele e lhe confirmarei a minha aliança. Farei durar para sempre a sua descendência; e o seu trono ficará firme enquanto o céu existir.” “Se os filhos dele desprezarem a minha lei e não andarem nos meus juízos, se violarem os meus preceitos e não guardarem os meus mandamentos, então punirei com vara as suas transgressões e com açoites, a sua iniquidade. Mas jamais retirarei dele a minha bondade, nem desmentirei a minha fidelidade. Não violarei a minha aliança, nem modificarei o que os meus lábios prometeram.” “Uma vez jurei por minha santidade que nunca mentiria a Davi. A sua posteridade durará para sempre, e o seu trono, como o sol diante de mim. Ele será estabelecido para sempre como a lua e fiel como a testemunha nos céus.” Tu, porém, o repudiaste e o rejeitaste; e te indignaste com o teu ungido. Quebraste a aliança com o teu servo; profanaste a sua coroa, jogando-a no chão. Arrasaste todas as suas muralhas; reduziste a ruínas as suas fortificações. Todos os que passam pelo caminho o saqueiam; ele se tornou objeto de deboche para os vizinhos. Exaltaste a mão direita dos seus adversários e deste alegria a todos os seus inimigos. Deixaste sem fio a sua espada e não o sustentaste na batalha. Fizeste cessar o seu esplendor e deitaste por terra o seu trono. Abreviaste os dias da sua mocidade e o cobriste de vergonha. Até quando, Senhor? Ficarás escondido para sempre? Até quando a tua ira queimará como fogo? Lembra-te de como é breve a minha existência! Terias criado em vão todos os filhos dos homens? Quem é que pode viver e não ver a morte? Ou quem pode livrar a sua alma do poder da sepultura? Senhor, onde estão as tuas misericórdias de outrora, juradas a Davi por tua fidelidade? Lembra-te, Senhor, dos insultos contra os teus servos e de como trago no peito a injúria de muitos povos, com que os teus inimigos, Senhor, têm insultado, sim, insultado os passos do teu ungido. Bendito seja o Senhor para sempre! Amém e amém!
- Salmos 90
Senhor, tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração. Antes que os montes nascessem e tu formasses a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus. Tu reduzes o ser humano ao pó e dizes: “Voltem ao pó, filhos dos homens.” Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem que se foi e como a vigília da noite. Tu os arrastas na torrente; são como um sono. São como a relva que floresce de madrugada; de madrugada, viceja e floresce; à tarde, murcha e seca. Pois somos consumidos pela tua ira e pelo teu furor, conturbados. Puseste as nossas iniquidades diante de ti e, sob a luz do teu rosto, os nossos pecados ocultos. Pois todos os nossos dias se passam na tua ira; acabam-se os nossos anos como um breve pensamento. Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente, e nós voamos. Quem conhece o poder da tua ira? E a tua cólera, segundo o temor que te é devido? Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio. Volta-te, Senhor! Até quando estarás indignado? Tem compaixão dos teus servos. Sacia-nos de manhã com a tua bondade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias. Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade. Aos teus servos apareçam as tuas obras, e a seus filhos, a tua glória. Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; confirma sobre nós as obras das nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos.