Plano de leitura da Bíblia em 100 dias – 49
Texto(s) da Bíblia
- Atos 27
Quando foi decidido que devíamos navegar para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros presos a um centurião chamado Júlio, do Batalhão Imperial. Embarcando num navio de Adramítio, que estava de partida para costear a província da Ásia, fizemo-nos ao mar, indo conosco Aristarco, um macedônio de Tessalônica. No dia seguinte, chegamos a Sidom. Júlio, tratando Paulo com humanidade, permitiu que ele fosse ver os amigos e obter assistência. Partindo dali, navegamos ao abrigo da ilha de Chipre, porque os ventos eram contrários. E, tendo atravessado o mar ao longo da Cilícia e Panfília, chegamos a Mirra, na Lícia. Nesse porto, o centurião encontrou um navio de Alexandria, que estava de partida para a Itália, e nos fez embarcar nele. Navegando vagarosamente muitos dias, foi com dificuldade que chegamos às imediações de Cnido. Não nos sendo permitido prosseguir, por causa do vento contrário, navegamos ao abrigo de Creta, na altura de Salmona. Costeando a ilha com dificuldade, chegamos a um lugar chamado Bons Portos, perto do qual estava a cidade de Laseia. Depois de muito tempo, tendo-se tornado a navegação perigosa, e já passado o tempo do Dia do Jejum, Paulo os aconselhou, dizendo: — Senhores, vejo que a viagem vai ser trabalhosa, com dano e muito prejuízo, não só da carga e do navio, mas também da nossa vida. Porém o centurião dava mais crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao que Paulo dizia. Não sendo o porto próprio para invernar, a maioria deles era de opinião que deviam partir dali, para ver se podiam chegar a Fenice e aí passar o inverno, visto ser um porto de Creta, que olha para o noroeste e para o sudoeste. Soprando brandamente o vento sul, e pensando eles ter alcançado o que desejavam, levantaram âncora e foram costeando mais de perto a ilha de Creta. Entretanto, não muito depois, desencadeou-se, do lado da ilha, um tufão de vento, chamado Euroaquilão. O navio foi arrastado com violência e, sem poder resistir ao vento, cessamos a manobra e nos fomos deixando levar. Passando ao abrigo de uma ilhota chamada Cauda, com dificuldade conseguimos recolher o bote. Tendo içado o bote, os marinheiros usaram de todos os meios para reforçar o navio com cabos de segurança. E, temendo que fossem encalhar nos bancos de areia de Sirte, desceram as velas e foram à deriva. Açoitados severamente pela tormenta, no dia seguinte começaram a jogar a carga no mar. E, no terceiro dia, nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio. E, não aparecendo, havia já alguns dias, nem sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se, afinal, toda a esperança de salvamento. Havendo todos estado muito tempo sem comer, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: — Senhores, na verdade, era preciso terem-me atendido e não partir de Creta, para evitar este dano e perda. Mas agora aconselho que tenham coragem, porque nenhuma vida se perderá, mas somente o navio. Porque, esta mesma noite, um anjo do Deus a quem pertenço e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: “Paulo, não tenha medo! É preciso que você compareça diante de César, e eis que Deus, por sua graça, lhe deu todos os que navegam com você.” Portanto, senhores, tenham coragem! Pois eu confio em Deus que tudo vai acontecer conforme me foi dito. Porém é necessário que sejamos arrastados para alguma ilha. Quando chegou a décima quarta noite, sendo nós batidos de um lado para outro no mar Adriático, por volta da meia-noite os marinheiros pressentiram que se aproximavam de alguma terra. E, lançando a sonda, viram que a profundidade era de trinta e seis metros. Passando um pouco mais adiante, tornando a lançar a sonda, viram que a profundidade era de vinte e sete metros. E, receosos de que fôssemos atirados contra lugares rochosos, lançaram da popa quatro âncoras e oravam para que rompesse o dia. Nisto os marinheiros tentaram escapar do navio. Arriaram o bote no mar, a pretexto de que iam largar âncoras da proa. Paulo disse ao centurião e aos soldados: — Se estes não permanecerem a bordo, vocês não poderão se salvar. Então os soldados cortaram os cabos do bote e o deixaram afastar-se. Enquanto amanhecia, Paulo rogava a todos que se alimentassem, dizendo: — Hoje é o décimo quarto dia em que, esperando, vocês estão sem comer, não tendo provado nada. Por isso peço que comam alguma coisa, pois disto depende a sobrevivência de vocês. Porque nenhum de vocês perderá nem mesmo um fio de cabelo. Tendo dito isto, pegando um pão, deu graças a Deus na presença de todos e, depois de o partir, começou a comer. Todos ficaram mais animados e se puseram também a comer. Estávamos no navio duzentas e setenta e seis pessoas ao todo. Refeitos com a comida, aliviaram o navio, jogando o trigo no mar. Quando amanheceu, não reconheceram a terra, mas avistaram uma enseada, onde havia uma praia. Então consultaram entre si se não podiam encalhar ali o navio. Cortando os cabos das âncoras, deixaram que ficassem no mar. Soltaram também as amarras do leme. E, alçando a vela de proa ao vento, dirigiram-se para a praia. Dando, porém, num lugar onde duas correntes se encontravam, encalharam ali o navio; a proa encravou-se e ficou imóvel, mas a popa se despedaçava pela violência das ondas. O parecer dos soldados era que os presos deviam ser mortos, para que nenhum deles fugisse nadando. Mas o centurião, querendo salvar Paulo, impediu-os de fazer isso. Ordenou que os que soubessem nadar fossem os primeiros a lançar-se ao mar e alcançar a terra. Quanto aos demais, que se salvassem, uns, em tábuas, e outros, em destroços do navio. E foi assim que todos se salvaram em terra.
- Atos 28
Uma vez em terra, verificamos que a ilha se chamava Malta. Os nativos nos trataram com singular humanidade, porque, acendendo uma fogueira, acolheram a todos nós por causa da chuva que caía e por causa do frio. Tendo Paulo ajuntado e atirado à fogueira um feixe de gravetos, uma víbora, fugindo do calor, prendeu-se na mão dele. Quando os nativos viram a víbora pendurada na mão de Paulo, disseram uns aos outros: — Certamente este homem é assassino, porque, salvo do mar, a Justiça não o deixa viver. Porém ele, sacudindo a víbora no fogo, não sofreu mal nenhum. Mas eles esperavam que Paulo viesse a inchar ou a cair morto de repente. Depois de muito esperar, vendo que nada de anormal lhe acontecia, mudando de opinião, diziam que ele era um deus. Perto daquele lugar havia um sítio que pertencia ao homem principal da ilha, chamado Públio, o qual nos recebeu e hospedou com muita bondade durante três dias. Aconteceu que o pai de Públio estava enfermo de disenteria, ardendo em febre. Paulo foi visitá-lo e, orando, impôs-lhe as mãos, e o curou. À vista deste acontecimento, os demais enfermos da ilha vieram e foram curados, os quais nos distinguiram com muitas honrarias; e, tendo nós de prosseguir viagem, nos puseram a bordo tudo o que era necessário. Três meses depois, embarcamos num navio de Alexandria, que tinha passado o inverno na ilha. O navio tinha por emblema os deuses gêmeos Castor e Pólux. Chegando a Siracusa, ficamos ali três dias. Dali, navegando ao longo da costa, chegamos a Régio. No dia seguinte começou a soprar o vento sul e, em dois dias, chegamos a Putéoli, onde encontramos alguns irmãos que nos pediram que ficássemos com eles sete dias; e foi assim que nos dirigimos a Roma. Tendo ali os irmãos ouvido notícias nossas, vieram ao nosso encontro até a Praça de Ápio e as Três Vendas. Ao vê-los, Paulo deu graças a Deus e sentiu-se mais animado. Uma vez em Roma, Paulo recebeu permissão para morar por sua conta, tendo em sua companhia o soldado que o guardava. Três dias depois, ele convocou os principais dos judeus. Quando estavam reunidos, Paulo disse: — Meus irmãos, apesar de nada ter feito contra o povo ou contra os costumes paternos, vim preso desde Jerusalém, entregue nas mãos dos romanos. Estes, depois de me interrogarem, quiseram soltar-me, porque não encontraram em mim nenhum crime passível de morte. Diante da oposição dos judeus, fui obrigado a apelar para César, não tendo eu, porém, nada de que acusar o meu povo. Foi por isto que pedi para vê-los e para falar com vocês; porque é pela esperança de Israel que estou preso com esta corrente. Então eles lhe disseram: — Nós não recebemos da Judeia nenhuma carta que falasse a respeito de você. Também não veio qualquer dos irmãos que nos anunciasse ou dissesse algo de mau a seu respeito. Mas gostaríamos de ouvir o que você pensa, porque sabemos que em todos os lugares essa seita é contestada. Tendo eles marcado um dia, foram em grande número ao encontro de Paulo no lugar onde ele residia. Então, desde a manhã até a tarde, lhes fez uma exposição em testemunho do Reino de Deus, procurando persuadi-los a respeito de Jesus, tanto pela Lei de Moisés como pelos Profetas. Houve alguns que ficaram persuadidos pelo que Paulo dizia; outros, porém, continuaram incrédulos. E, havendo discordância entre eles, começaram a ir embora. Mas, antes que saíssem, Paulo disse estas palavras: — Bem falou o Espírito Santo aos pais de vocês, por meio do profeta Isaías, quando disse: “Vá a este povo e diga: Ouvindo, vocês ouvirão e de modo nenhum entenderão; vendo, vocês verão e de modo nenhum perceberão. Porque o coração deste povo está endurecido; ouviram com os ouvidos tapados e fecharam os olhos; para não acontecer que vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos, entendam com o coração, se convertam e sejam por mim curados.” E Paulo concluiu: — Portanto, fiquem sabendo que esta salvação que Deus oferece foi enviada aos gentios. E eles a ouvirão. [Ditas estas palavras, os judeus foram embora, tendo entre si grande discussão.] Durante dois anos, Paulo permaneceu na sua própria casa, que tinha alugado, onde recebia todos os que o procuravam. Pregava o Reino de Deus, e, com toda a ousadia, ensinava as coisas referentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum.
- 1Samuel 8
Quando Samuel ficou velho, constituiu os seus filhos por juízes sobre Israel. O primogênito se chamava Joel, e o segundo se chamava Abias. Eles foram juízes em Berseba. Porém os filhos de Samuel não andaram pelos caminhos dele; ao contrário, inclinaram-se à avareza, aceitavam suborno e perverteram o direito. Então todos os anciãos de Israel se congregaram e foram falar com Samuel, em Ramá. Eles disseram: — Veja! Você está ficando velho e os seus filhos não andam pelos seus caminhos. Por isso, queremos agora que você nos constitua um rei, para que nos governe, como acontece em todas as nações. Mas Samuel não gostou desta palavra, quando disseram: “Dê-nos um rei, para que nos governe.” Então Samuel orou ao Senhor. E o Senhor disse a Samuel: — Atenda à voz do povo em tudo o que lhe pedem. Porque não foi a você que rejeitaram, mas a mim, para que eu não reine sobre eles. Segundo todas as obras que fizeram desde o dia em que os tirei do Egito até hoje, pois me deixaram e serviram outros deuses, assim também estão fazendo com você. Agora, pois, atenda à voz deles, porém advirta-os solenemente e explique-lhes qual será o direito do rei que vier a reinar sobre eles. Samuel relatou todas as palavras do Senhor ao povo, que lhe pedia um rei, dizendo: — Este será o direito do rei que vier a reinar sobre vocês: ele tomará os filhos de vocês e os empregará no serviço dos seus carros de guerra e como seus cavaleiros, para que corram na frente deles. Ele porá alguns por capitães de mil e capitães de cinquenta; outros para lavrar os campos dele e fazer as suas colheitas; e outros para fabricar armas de guerra e equipamentos para os seus carros. Tomará as filhas de vocês para serem perfumistas, cozinheiras e padeiras. Tomará de vocês o melhor das lavouras, das vinhas e dos olivais e o dará aos seus servidores. Ficará com uma décima parte dos cereais e das uvas que vocês colherem, para dar aos seus oficiais e aos seus servidores. Também tomará os servos e as servas de vocês, os melhores jovens e os jumentos de vocês, e os empregará no seu trabalho. Ficará com uma décima parte dos rebanhos de vocês, e vocês serão seus servos. Então, naquele dia, vocês clamarão por causa do rei que escolheram, mas o Senhor não os ouvirá naquele dia. Porém o povo não atendeu à voz de Samuel e disse: — Não! Queremos um rei sobre nós. Seremos como todas as outras nações. O nosso rei poderá nos governar, sair adiante de nós e fazer as nossas guerras. Samuel ouviu todas as palavras do povo e as repetiu diante do Senhor. Então o Senhor disse a Samuel: — Atenda à voz do povo e escolha um rei para eles. Então Samuel disse aos filhos de Israel: — Cada um de vocês volte para a sua cidade.
- 1Samuel 11
Então Naás, que era amonita, foi e sitiou Jabes-Gileade. E todos os homens de Jabes disseram a Naás: — Faça uma aliança conosco, e nós o serviremos. Porém Naás, o amonita, respondeu: — Farei aliança com vocês sob a condição de que seja vazado o olho direito de cada um de vocês. Assim, trarei vergonha sobre todo o Israel. Então os anciãos de Jabes lhe disseram: — Dê-nos sete dias para enviar mensageiros por todo o território de Israel. Se não houver ninguém que nos livre, então nos entregaremos a você. Quando os mensageiros chegaram a Gibeá, onde morava Saul, relataram este caso ao povo. Então todo o povo chorou em alta voz. Eis que Saul voltava do campo, atrás dos bois, e perguntou: — Que tem o povo? Por que estão chorando? Então lhe contaram o que os homens de Jabes haviam relatado. Quando Saul ouviu estas palavras, o Espírito de Deus se apossou dele, e ele ficou furioso. Pegou uma junta de bois, cortou-os em pedaços e os enviou a todo o território de Israel por meio de mensageiros que dissessem: — Assim se fará com os bois de todo aquele que não seguir Saul e Samuel. Então o temor do Senhor caiu sobre o povo, e saíram como se fossem um só homem. Saul contou-os em Bezeque. Dos filhos de Israel, havia trezentos mil; dos homens de Judá, trinta mil. Então disseram aos mensageiros que tinham vindo de Jabes: — Digam aos homens de Jabes-Gileade que amanhã, quando o calor do sol se fizer sentir, vocês serão socorridos. Os mensageiros foram, anunciaram isto aos homens de Jabes, e estes se alegraram. Então disseram aos amonitas: — Amanhã nós nos entregaremos, e vocês poderão fazer conosco o que bem quiserem. Aconteceu que, no dia seguinte, Saul dividiu o povo em três companhias, que, pela vigília da manhã, vieram para o meio do arraial e atacaram os amonitas, até que se fez sentir o calor do dia. Os sobreviventes se espalharam, e não ficaram dois deles juntos. Então o povo disse a Samuel: — Quem são aqueles que diziam que Saul não deveria reinar sobre nós? Tragam-nos para aqui, para que os matemos. Porém Saul disse: — Hoje ninguém será morto, porque no dia de hoje o Senhor salvou Israel. E Samuel disse ao povo: — Venham, vamos a Gilgal e renovemos ali o reino. E todo o povo partiu para Gilgal, onde proclamaram Saul seu rei, diante do Senhor, a cuja presença trouxeram ofertas pacíficas. E Saul muito se alegrou ali com todos os homens de Israel.
- Salmos 54
Ó Deus, salva-me, pelo teu nome, e faze-me justiça pelo teu poder. Escuta, ó Deus, a minha oração, dá ouvidos às palavras da minha boca. Pois contra mim se levantam os insolentes, e os violentos procuram tirar-me a vida; eles não têm Deus diante de si. Eis que Deus é o meu ajudador, o Senhor é quem me sustenta a vida. Ele retribuirá o mal aos meus inimigos. Por tua fidelidade, acaba com eles. Eu te oferecerei sacrifícios voluntariamente; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom. Pois ele me livrou de todas as minhas aflições; e os meus olhos viram a ruína dos meus inimigos.
- Salmos 56
Tem misericórdia de mim, ó Deus, porque os homens querem me destruir; todo o dia eles me oprimem e lutam contra mim. Os meus inimigos sempre querem me destruir; são muitos os que atrevidamente me combatem. Quando eu ficar com medo, hei de confiar em ti. Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal? Todo o dia torcem as minhas palavras; os seus pensamentos são todos contra mim para o mal. Ajuntam-se, escondem-se, espionam os meus passos, como aguardando a hora de me tirarem a vida. Dá-lhes a retribuição segundo a sua iniquidade. Derruba os povos, ó Deus, na tua ira! Contaste os meus passos quando sofri perseguições. Recolhe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu livro? No dia em que eu te invocar, os meus inimigos baterão em retirada. Uma coisa eu sei: que Deus é por mim. Em Deus, cuja palavra eu louvo, no Senhor, cuja palavra eu louvo, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um simples ser humano? Os votos que fiz, eu os manterei, ó Deus; trarei as ofertas de ações de graças. Pois da morte livraste a minha alma, sim, livraste da queda os meus pés, para que eu ande na presença de Deus, na luz da vida.