Plano de leitura da Bíblia em 100 dias – 46
Texto(s) da Bíblia
- Atos 21
Depois de nos separarmos deles, navegamos diretamente para a ilha de Cós. No dia seguinte, chegamos a Rodes, e dali fomos a Pátara. Encontrando um navio que ia para a Fenícia, embarcamos nele, seguindo viagem. Quando a ilha de Chipre já estava à vista, deixando-a à esquerda, navegamos para a Síria e chegamos a Tiro, pois o navio devia ser descarregado ali. Encontrando os discípulos, permanecemos lá durante sete dias. Movidos pelo Espírito, eles recomendavam a Paulo que não fosse a Jerusalém. Passados aqueles dias, saímos para continuar a viagem. Todos os discípulos, cada um com a sua mulher e os seus filhos, nos acompanharam até fora da cidade; e, ajoelhados na praia, oramos. Despedindo-nos uns dos outros, embarcamos; e eles voltaram para casa. Quanto a nós, concluindo a viagem iniciada em Tiro, chegamos a Ptolemaida, onde saudamos os irmãos, passando um dia com eles. No dia seguinte, partimos e fomos para Cesareia. E, entrando na casa de Filipe, o evangelista, que era um dos sete, ficamos com ele. Filipe tinha quatro filhas solteiras, que profetizavam. Demorando-nos ali alguns dias, veio da Judeia um profeta chamado Ágabo, que, aproximando-se de nós, pegou o cinto de Paulo e, amarrando com ele os próprios pés e mãos, declarou: — Assim diz o Espírito Santo: É isto que os judeus em Jerusalém farão ao dono deste cinto para entregá-lo nas mãos dos gentios. Quando ouvimos estas palavras, tanto nós como os daquele lugar rogamos a Paulo que não fosse a Jerusalém. Mas ele respondeu: — O que estão fazendo, ao chorar assim e partir o meu coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. Como Paulo não se deixou persuadir, conformados, dissemos: — Seja feita a vontade do Senhor! Passados aqueles dias, tendo feito os preparativos, fomos para Jerusalém. Alguns dos discípulos também vieram de Cesareia conosco, trazendo consigo Mnasom, natural de Chipre, velho discípulo, com quem nos deveríamos hospedar. Quando chegamos a Jerusalém, os irmãos nos receberam com alegria. No dia seguinte, Paulo foi conosco encontrar-se com Tiago, e todos os presbíteros se reuniram. E, tendo-os saudado, contou em detalhes o que Deus tinha feito entre os gentios por seu ministério. Ouvindo isso, eles deram glória a Deus e lhe disseram: — Você percebe, irmão, que há milhares de judeus que creram, e todos são zelosos da Lei. Eles foram informados que você ensina todos os judeus entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não devem circuncidar os filhos, nem andar segundo os costumes da Lei. Que faremos, então? Certamente saberão que você já chegou. Faça, portanto, o que vamos dizer: Estão entre nós quatro homens que, voluntariamente, fizeram um voto. Leve esses homens, participe da cerimônia de purificação com eles e pague a despesa deles, para que rapem a cabeça. Assim todos saberão que não procede a informação que receberam a respeito de você e que, pelo contrário, você mesmo vive de conformidade com a lei. Quanto aos gentios que creram, já lhes transmitimos decisões para que se abstenham das coisas sacrificadas a ídolos, do sangue, da carne de animais sufocados e da imoralidade sexual. Então Paulo, levando aqueles homens, no dia seguinte, tendo-se purificado com eles, entrou no templo, acertando o cumprimento dos dias da purificação, até que se fizesse a oferta em favor de cada um deles. Quando já estavam por findar os sete dias, os judeus que tinham vindo da província da Ásia, ao verem Paulo no templo, alvoroçaram todo o povo e o agarraram, gritando: — Israelitas, socorro! Este é o homem que por toda parte anda ensinando todos a serem contra o povo, contra a Lei e contra este lugar. E mais ainda: introduziu até gregos no templo e profanou este recinto sagrado. Disseram isso, pois antes tinham visto Trófimo, o efésio, em sua companhia na cidade e pensavam que Paulo o havia levado para dentro do templo. Toda a cidade ficou em grande alvoroço, e o povo veio correndo. Agarraram Paulo e o arrastaram para fora do templo; e imediatamente as portas foram fechadas. Procurando eles matá-lo, chegou ao conhecimento do comandante das tropas romanas que toda a Jerusalém estava amotinada. Então este, levando logo soldados e centuriões, correu para o meio do povo. Ao verem chegar o comandante e os soldados, pararam de espancar Paulo. O comandante se aproximou e ordenou que Paulo fosse preso e amarrado com duas correntes. Então perguntou quem era e o que havia feito. Na multidão, uns gritavam uma coisa, outros gritavam outra. Não podendo ele, porém, saber a verdade por causa do tumulto, ordenou que Paulo fosse recolhido à fortaleza. Ao chegar às escadas, foi preciso que os soldados o carregassem, por causa da violência da multidão, pois a massa de povo o seguia gritando: — Mate-o! E, quando Paulo ia sendo recolhido à fortaleza, disse ao comandante: — Seria possível dizer algo para o senhor? O comandante respondeu: — Você sabe grego? Você não é, por acaso, aquele egípcio que algum tempo atrás começou uma revolta e levou quatro mil guerrilheiros para o deserto? Paulo respondeu: — Eu sou judeu, natural de Tarso, uma importante cidade da Cilícia. E peço ao senhor que me permita falar ao povo. Obtida a permissão, Paulo, em pé na escadaria, fez com a mão sinal ao povo. Fez-se grande silêncio, e ele falou em língua hebraica, dizendo:
- Atos 23
Paulo, fixando os olhos no Sinédrio, disse: — Meus irmãos, tenho vivido até o dia de hoje com a consciência limpa diante de Deus. Mas Ananias, o sumo sacerdote, mandou aos que estavam perto de Paulo que lhe batessem na boca. Então Paulo lhe disse: — Deus há de ferir você, parede branqueada! Você está aí sentado para me julgar de acordo com a Lei e, contra a Lei, ordena que eu seja agredido? Os que estavam ali perguntaram a Paulo: — Você está insultando o sumo sacerdote de Deus? Paulo respondeu: — Eu não sabia, irmãos, que ele é sumo sacerdote. Porque está escrito: “Não fale mal de uma autoridade do seu povo.” Como Paulo sabia que uma parte do Sinédrio se compunha de saduceus e outra, de fariseus, exclamou: — Irmãos, eu sou fariseu, filho de fariseus. Estou sendo julgado por causa da esperança e da ressurreição dos mortos! Ditas estas palavras, começou uma grande discussão entre fariseus e saduceus, e o Sinédrio se dividiu. Pois os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito, ao passo que os fariseus admitem todas essas coisas. Houve, pois, muita gritaria no Sinédrio. E, levantando-se alguns escribas que eram do partido dos fariseus, discutiam, dizendo: — Não achamos neste homem mal algum. E se, de fato, algum espírito ou anjo falou com ele? Como a discussão ficava cada vez mais intensa, o comandante, temendo que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou descer a guarda para que o retirassem dali e o levassem para a fortaleza. Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado de Paulo, disse: — Coragem! Pois assim como você deu testemunho a meu respeito em Jerusalém, é necessário que você testemunhe também em Roma. Quando amanheceu, os judeus se reuniram e juraram que não haviam de comer, nem beber, enquanto não matassem Paulo. Eram mais de quarenta os que se envolveram nessa conspiração. Estes foram falar com os principais sacerdotes e os anciãos e disseram: — Juramos, sob pena de maldição, não comer coisa alguma, enquanto não matarmos Paulo. Por isso, agora, juntamente com o Sinédrio, mandem um recado ao comandante para que ele o apresente a vocês, sob o pretexto de que desejam investigar mais acuradamente o caso dele; e nós, antes que ele chegue, estaremos prontos para matá-lo. Mas o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido a respeito da trama, foi, entrou na fortaleza e contou tudo a Paulo. Então este, chamando um dos centuriões, disse: — Leve este rapaz ao comandante, porque tem algo a dizer. O centurião levou o rapaz ao comandante e disse: — O prisioneiro Paulo me chamou e pediu que eu trouxesse à sua presença este rapaz, pois tem algo a dizer ao senhor. O comandante pegou o rapaz pela mão e, levando-o para um lado, perguntou-lhe: — O que você tem para me dizer? Ele respondeu: — Os judeus decidiram pedir ao senhor que, amanhã, apresente Paulo ao Sinédrio, sob o pretexto de que desejam fazer uma investigação mais acurada a respeito dele. Não se deixe persuadir, porque mais de quarenta deles armaram uma emboscada. Fizeram um pacto de, sob pena de maldição, não comer, nem beber, enquanto não matarem Paulo; e agora estão prontos, esperando que o senhor prometa atender o pedido deles. Então o comandante despediu o rapaz, recomendando-lhe que não dissesse a ninguém ter lhe trazido estas informações. Chamando dois centuriões, ordenou: — Tenham de prontidão duzentos soldados, setenta cavaleiros e duzentos lanceiros para irem até Cesareia a partir das nove horas da noite. Preparem também animais para fazer Paulo montar e levem-no com segurança ao governador Félix. O comandante escreveu uma carta nestes termos: “Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix. Saudações. Este homem foi preso pelos judeus e estava prestes a ser morto por eles, quando eu, sobrevindo com a guarda, o livrei, por saber que ele era romano. Querendo certificar-me do motivo por que o acusavam, levei-o ao Sinédrio deles. Descobri que ele era acusado de coisas referentes à lei que os rege, mas nada que justificasse morte ou mesmo prisão. Sendo eu informado de que ia haver uma emboscada contra o homem, tratei de enviá-lo imediatamente ao senhor, intimando também os acusadores a irem dizer, na sua presença, o que eles têm contra ele. Passe bem.” Então os soldados, conforme lhes foi ordenado, pegaram Paulo e, durante a noite, o conduziram até Antipátride. No dia seguinte, voltaram para a fortaleza, tendo deixado os cavaleiros encarregados de seguir viagem com ele. Quando estes chegaram a Cesareia, entregaram a carta ao governador e também lhe apresentaram Paulo. Lida a carta, o governador perguntou de que província Paulo era. E, quando soube que era da Cilícia, disse: — Ouvirei você quando chegarem os seus acusadores. E mandou que ele ficasse preso no Pretório de Herodes.
- Juízes 20
Todos os filhos de Israel, desde Dã até Berseba, bem como da terra de Gileade, saíram, e a congregação se reuniu diante do Senhor em Mispa, como se fosse um só homem. Os chefes de todo o povo e todas as tribos de Israel se apresentaram na congregação do povo de Deus. Havia quatrocentos mil soldados de infantaria, que puxavam da espada. E os filhos de Benjamim ouviram que os filhos de Israel haviam se reunido em Mispa. Os filhos de Israel disseram: — Contem-nos como aconteceu essa maldade. Então o levita, marido da mulher assassinada, disse: — Cheguei com a minha concubina a Gibeá, cidade de Benjamim, para passar a noite. Os cidadãos de Gibeá se levantaram contra mim e, à noite, cercaram a casa em que eu estava. Queriam me matar e abusaram da minha concubina, que morreu. Então peguei o corpo da minha concubina, cortei em pedaços, e os mandei por toda a terra da herança de Israel, pois aqueles homens cometeram uma maldade e loucura em Israel. Eis que todos vocês são filhos de Israel; portanto, discutam o assunto e tomem uma decisão. Então todo o povo se levantou como um só homem, dizendo: — Nenhum de nós irá para a sua tenda, e nenhum de nós voltará para casa. Mas isto é o que faremos a Gibeá: um sorteio para ver quem atacará a cidade. De todas as tribos de Israel vamos separar dez homens de cem, e cem de mil, e mil de dez mil, para providenciarem mantimento para o povo, a fim de que este, indo a Gibeá de Benjamim, faça a ela conforme toda a loucura que fez em Israel. Assim, todos os homens de Israel se ajuntaram como se fossem um só homem contra essa cidade. As tribos de Israel enviaram homens por toda a tribo de Benjamim, dizendo: — Que maldade é essa que foi feita no meio de vocês? E agora entreguem-nos aqueles homens, homens malignos, que estão em Gibeá, para que os matemos e tiremos esse mal do meio de Israel. Mas os filhos de Benjamim não quiseram ouvir a voz de seus irmãos, os filhos de Israel. Ao contrário, vindos de suas cidades, se ajuntaram em Gibeá, para saírem à guerra contra os filhos de Israel. E naquele dia os filhos de Benjamim convocaram das suas cidades vinte e seis mil homens que puxavam da espada, além dos moradores de Gibeá, dos quais reuniram setecentos homens escolhidos. Entre todo este povo havia setecentos homens escolhidos, canhotos, que atiravam com a funda e eram capazes de acertar uma pedra num fio de cabelo, sem nunca errar. Dos homens de Israel, além dos de Benjamim, foram convocados quatrocentos mil homens que puxavam da espada. Todos esses eram homens de guerra. Os israelitas se levantaram e foram a Betel. Ali, consultaram a Deus, dizendo: — Quem de nós será o primeiro a lutar contra Benjamim? E o Senhor respondeu: — Judá irá primeiro. Na manhã seguinte os filhos de Israel se levantaram e acamparam perto de Gibeá. E os homens de Israel saíram à batalha contra a tribo de Benjamim e tomaram posição de ataque contra ela junto a Gibeá. Então os filhos de Benjamim saíram de Gibeá e, naquele dia, mataram vinte e dois mil homens de Israel. Porém o povo dos homens de Israel se animou e eles novamente tomaram posição de ataque no mesmo lugar onde, no primeiro dia, o tinham feito. Antes disso, porém, os filhos de Israel foram e choraram diante do Senhor até a tarde. E consultaram o Senhor, dizendo: — Devemos atacar outra vez os nossos irmãos da tribo de Benjamim? E o Senhor respondeu: — Sim, vocês devem atacar. Assim, no dia seguinte, os filhos de Israel marcharam contra os filhos de Benjamim. Também os de Benjamim, no dia seguinte, saíram de Gibeá de encontro a eles. E mataram mais dezoito mil homens, todos dos que puxavam da espada. Então todos os filhos de Israel, todo o povo, foram a Betel, choraram, estiveram ali diante do Senhor e jejuaram aquele dia até a tarde. E ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas diante do Senhor. E os filhos de Israel consultaram o Senhor. Porque naqueles dias a arca da aliança de Deus estava ali em Betel. E Fineias, filho de Eleazar, filho de Arão, ministrava diante dela naqueles dias. Os filhos de Israel perguntaram: — Devemos sair mais uma vez para lutar contra os nossos irmãos da tribo de Benjamim ou devemos desistir? O Senhor respondeu: — Vão novamente, porque amanhã eu os entregarei nas mãos de vocês. Então Israel pôs emboscadas ao redor de Gibeá. No terceiro dia, os filhos de Israel avançaram contra os filhos de Benjamim e tomaram posição de ataque contra Gibeá, como das outras vezes. Então os filhos de Benjamim saíram de encontro ao povo, e, deixando-se atrair para longe da cidade, começaram a matar alguns do povo de Israel, como haviam feito das outras vezes. Pelas estradas, das quais uma vai para Betel e a outra vai para Gibeá, e no campo, mataram uns trinta homens de Israel. Então os filhos de Benjamim disseram: — Eles estão sendo derrotados, como das outras vezes. Porém os filhos de Israel disseram: — Vamos fugir e atraí-los da cidade para as estradas. Todos os homens de Israel se levantaram do seu lugar e tomaram posição de ataque em Baal-Tamar, e a emboscada de Israel saiu do seu lugar, das vizinhanças de Geba. Dez mil homens escolhidos de todo o Israel vieram contra Gibeá, e a batalha se intensificou. Porém os filhos de Benjamim não imaginavam que o desastre era iminente. Então o Senhor derrotou Benjamim diante de Israel. E, naquele dia, os filhos de Israel mataram vinte e cinco mil e cem homens de Benjamim, todos dos que puxavam da espada. Então os filhos de Benjamim viram que estavam derrotados. Os homens de Israel foram cedendo terreno aos benjamitas, porque confiavam na emboscada que haviam posto contra Gibeá. A emboscada avançou depressa, investiu contra Gibeá e passou os moradores a fio de espada. Os homens de Israel tinham combinado um sinal com a emboscada, que era fazer subir da cidade uma grande nuvem de fumaça. Então os homens de Israel deviam voltar à batalha. Os filhos de Benjamim tinham começado a atacar os homens de Israel e já tinham matado uns trinta deles. E diziam: — Com certeza eles já estão derrotados, como na batalha anterior. Então a nuvem de fumaça começou a levantar-se da cidade, como se fosse uma coluna. Os filhos de Benjamim olharam para trás, e eis que a fumaça da cidade subia para o céu. Os homens de Israel deram meia-volta, e os filhos de Benjamim ficaram apavorados, porque viram que o desastre era iminente. Eles viraram as costas para os homens de Israel, em busca do caminho do deserto, mas não puderam escapar da batalha; e os que vinham das cidades os destruíram no meio deles. Cercaram os filhos de Benjamim e os perseguiram; e, onde repousavam, ali os alcançavam, até diante de Gibeá, para o nascente do sol. Dos filhos de Benjamim foram mortos dezoito mil homens, todos estes homens valentes. Então se viraram e fugiram na direção do deserto, para a rocha de Rimom. E, ao longo do caminho, os filhos de Israel ainda apanharam mais uns cinco mil homens. Seguiram-nos de perto até Gidom, e mataram mais dois mil homens. Naquele dia, morreram vinte e cinco mil homens dos filhos de Benjamim, todos eles homens valentes que puxavam da espada. Porém seiscentos homens viraram e fugiram para o deserto, para a rocha de Rimom, onde ficaram quatro meses. Os homens de Israel voltaram para os filhos de Benjamim e passaram a fio de espada tudo o que restou da cidade, tanto homens como animais, tudo o que encontraram. E também puseram fogo em todas as cidades que encontraram.
- Juízes 21
Ora, os homens de Israel tinham feito um juramento em Mispa, dizendo: — Nenhum de nós dará sua filha em casamento aos benjamitas. O povo foi a Betel, e ali ficaram até a tarde diante de Deus, levantaram a voz e choraram amargamente. Disseram: — Ah! Senhor, Deus de Israel, por que aconteceu isto em Israel? Por que hoje falta uma tribo? No dia seguinte, o povo, pela manhã, se levantou e edificou ali um altar. E apresentaram holocaustos e ofertas pacíficas. E os filhos de Israel perguntaram: — Quem de todas as tribos de Israel não compareceu à assembleia do Senhor? Porque tinham feito um juramento solene: quem não comparecesse à presença do Senhor em Mispa seria morto. Os filhos de Israel tiveram compaixão de seus irmãos da tribo de Benjamim e disseram: — Hoje foi eliminada uma das tribos de Israel. Como obteremos mulheres para os restantes deles, pois juramos, pelo Senhor, que não lhes daríamos em casamento nenhuma de nossas filhas? E perguntaram: — Há alguma das tribos de Israel que não tenha comparecido à presença do Senhor em Mispa? E eis que ninguém de Jabes-Gileade tinha ido ao acampamento, à assembleia. Quando contaram o povo, eis que nenhum dos moradores de Jabes-Gileade estava ali. Por isso, a congregação mandou para lá doze mil homens dos mais valentes e lhes ordenou, dizendo: — Vão e matem os moradores de Jabes-Gileade a fio de espada, tanto homens como mulheres e crianças. É isto que vocês devem fazer: Matem todos os homens, bem como todas as mulheres que não forem virgens. E acharam entre os moradores de Jabes-Gileade quatrocentas moças virgens, que nunca haviam tido relações com homem algum; e as trouxeram ao acampamento, em Siló, que fica na terra de Canaã. Então toda a congregação enviou mensageiros aos filhos de Benjamim que estavam na rocha de Rimom, e lhes fizeram uma proposta de paz. Foi nesse tempo que os benjamitas voltaram e receberam aquelas mulheres de Jabes-Gileade que tinham sido conservadas com vida. Porém não havia uma para cada um deles. Então o povo teve compaixão de Benjamim, porque o Senhor tinha aberto uma brecha nas tribos de Israel. Os anciãos da congregação disseram: — Como obteremos mulheres para os que sobraram, visto que as mulheres dos benjamitas foram exterminadas? Disseram mais: — Deve haver uma herança para os benjamitas que sobraram, pois nenhuma tribo de Israel deve ser destruída. Porém nós não podemos dar a eles as nossas filhas em casamento, porque os filhos de Israel juraram, dizendo: “Maldito o que der mulher aos benjamitas.” Então disseram: — Eis que, de ano em ano, há uma solenidade do Senhor em Siló. Siló fica ao norte de Betel, do lado do nascente do sol, pelo caminho que vai de Betel a Siquém, e ao sul de Lebona. Então deram uma ordem aos filhos de Benjamim, dizendo: — Vão e se escondam nas vinhas. Fiquem vigiando. Quando as moças de Siló saírem a dançar em rodas, saiam das vinhas, e cada um agarre uma mulher para si. E então voltem para a terra de Benjamim. Quando os pais ou os irmãos delas vierem se queixar a nós, diremos: “Tenham pena deles por amor de nós, pois, na guerra contra Jabes-Gileade, não conseguimos mulheres para todos eles. E vocês não as deram a eles, pois neste caso seriam culpados de quebrar o juramento.” Assim fizeram os filhos de Benjamim. E dentre as moças que saíram para dançar eles tomaram para si mulheres, conforme o número deles. Depois voltaram para a sua herança, reedificaram as cidades e habitaram nelas. Então os filhos de Israel também partiram dali, cada um para a sua tribo, para a sua família e para a sua herança. Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais certo.
- Rute 1
Nos dias em que os juízes julgavam, houve fome na terra de Israel. E um homem de Belém de Judá foi morar por algum tempo na terra de Moabe, com a sua mulher e os seus dois filhos. Este homem se chamava Elimeleque, e sua mulher se chamava Noemi. Os filhos se chamavam Malom e Quiliom. Eram efrateus, de Belém de Judá. Foram à terra de Moabe e ficaram ali. Algum tempo depois, Elimeleque, o marido de Noemi, morreu, e ela ficou sozinha com os dois filhos. Estes casaram com mulheres moabitas. O nome de uma delas era Orfa, e o nome da outra era Rute. E ficaram ali quase dez anos. Depois morreram também Malom e Quiliom, os dois filhos de Noemi. E assim ela ficou sozinha, sem os dois filhos e sem o marido. Então Noemi voltou da terra de Moabe com as suas noras, porque ainda em Moabe ouviu que o Senhor havia se lembrado do seu povo, dando-lhe alimento. Assim, ela saiu do lugar onde havia morado, e as duas noras estavam com ela. Enquanto caminhavam, voltando para a terra de Judá, Noemi disse às suas noras: — Vão agora e voltem cada uma para a casa de sua mãe. E que o Senhor seja bondoso com vocês, assim como vocês foram bondosas com os que morreram e comigo. O Senhor faça com que vocês sejam felizes, cada uma na casa de seu novo marido. E deu um beijo em cada uma delas. Elas, porém, começaram a chorar alto e lhe disseram: — Não! Nós iremos com a senhora para junto do seu povo. Mas Noemi disse: — Voltem, minhas filhas! Por que vocês iriam comigo? Vocês acham que eu ainda tenho filhos em meu ventre, para que casem com vocês? Voltem, minhas filhas! Vão embora, porque sou velha demais para ter marido. E ainda que eu dissesse: “Tenho esperança”, ou ainda que casasse esta noite e tivesse filhos, será que vocês iriam esperar até que eles viessem a crescer? Ficariam tanto tempo sem casar? Não, minhas filhas! A minha amargura é maior do que a de vocês, porque o Senhor descarregou a sua mão contra mim. Então, de novo, choraram em alta voz. Orfa, com um beijo, se despediu de sua sogra, porém Rute se apegou a ela. Então Noemi disse: — Veja! A sua cunhada voltou para o seu povo e para os seus deuses. Vá você também com ela. Porém Rute respondeu: — Não insista para que eu a deixe nem me obrigue a não segui-la! Porque aonde quer que você for, irei eu; e onde quer que pousar, ali pousarei eu. O seu povo é o meu povo, e o seu Deus é o meu Deus. Onde quer que você morrer, morrerei eu e aí serei sepultada. Que o Senhor me castigue, se outra coisa que não seja a morte me separar de você. Quando Noemi viu que Rute estava mesmo decidida a acompanhá-la, deixou de insistir com ela. Então ambas se foram, até que chegaram a Belém. E aconteceu que, ao chegarem ali, toda a cidade se comoveu por causa delas. E as mulheres perguntavam: — Essa não é a Noemi? Porém ela lhes dizia: — Não me chamem de Noemi, mas de Mara, porque o Todo-Poderoso me deu muita amargura. Quando saí daqui, eu era plena, mas o Senhor me fez voltar vazia. Por que, então, querem me chamar de Noemi, se o Senhor deu testemunho contra mim e o Todo-Poderoso me afligiu? Foi assim que Noemi voltou da terra de Moabe, com Rute, sua nora, a moabita. E chegaram a Belém no começo da colheita da cevada.
- Rute 2
Noemi tinha um parente de seu marido, dono de muitos bens, da família de Elimeleque, o qual se chamava Boaz. Rute, a moabita, disse a Noemi: — Deixe-me ir ao campo para apanhar espigas atrás daquele que me permitir fazer isso. Noemi respondeu: — Vá, minha filha! Ela se foi, chegou ao campo e apanhava espigas atrás dos ceifeiros. Por casualidade entrou na parte do campo que pertencia a Boaz, que era da família de Elimeleque. Eis que Boaz veio de Belém e disse aos ceifeiros: — Que o Senhor esteja com vocês! E eles responderam: — Que o Senhor o abençoe! Depois, Boaz perguntou ao servo encarregado dos ceifeiros: — De quem é essa moça? O servo respondeu: — Essa é a moça moabita que veio com Noemi da terra de Moabe. Ela me pediu que a deixasse recolher espigas e ajuntá-las entre os feixes após os ceifeiros. Assim, ela veio e ficou aqui desde a manhã até agora. Só parou um pouco para descansar no abrigo. Então Boaz disse a Rute: — Escute, minha filha, você não precisa ir colher em outro campo, nem se afastar daqui. Fique aqui com as minhas servas. Fique atenta ao campo onde forem colher e vá atrás delas. Eu dei ordem aos servos para que não toquem em você. Quando você ficar com sede, vá até as vasilhas e beba da água que os servos tiraram. Então Rute se inclinou e, encostando o rosto no chão, disse a Boaz: — Por que o senhor está me favorecendo e se importa comigo, se eu sou uma estrangeira? Boaz respondeu: — Já me contaram tudo o que você fez pela sua sogra, depois que você perdeu o marido. Sei que você deixou pai, mãe e a terra onde nasceu e veio para um povo que antes disso você não conhecia. O Senhor lhe pague pelo bem que você fez. Que você receba uma grande recompensa do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas você veio buscar refúgio. Então Rute disse: — Meu caro senhor, você está me favorecendo muito, pois me consolou e falou ao coração desta sua serva, e eu nem mesmo sou como uma das suas servas. Na hora de comer, Boaz disse a Rute: — Venha para cá e coma do pão. Molhe o seu bocado no vinho. Ela se sentou ao lado dos ceifeiros, e Boaz lhe deu grãos tostados de cereais. Ela comeu até ficar satisfeita, e ainda sobrou. Quando ela se levantou para ir apanhar espigas, Boaz deu esta ordem aos seus servos: — Deixem que ela apanhe espigas até no meio dos feixes e não sejam rudes com ela. Tirem também algumas espigas dos feixes e deixem cair, para que ela as apanhe, e não a repreendam. E assim Rute esteve apanhando espigas naquele campo até de tarde. Depois debulhou o que havia apanhado, e foi quase vinte litros de cevada. Ela pegou o cereal e voltou para a cidade. E a sogra viu o quanto de cereal ela havia conseguido apanhar. Rute também deu para a sogra a comida que lhe havia sobrado, depois que ela comeu até ficar satisfeita. Então Noemi perguntou: — Onde você foi colher hoje? Onde trabalhou? Bendito seja aquele que acolheu você com tanta generosidade! E Rute contou à sua sogra onde havia trabalhado. E acrescentou: — O nome do homem com quem trabalhei hoje é Boaz. Então Noemi disse à sua nora: — Que ele seja abençoado pelo Senhor Deus, que não deixou de ser bondoso, nem para com os vivos nem para com os mortos. E Noemi acrescentou: — Esse homem é nosso parente chegado e um dos nossos resgatadores. Então Rute, a moabita, disse: — Ele também me disse que eu posso continuar com os servos dele, até que eles terminem de fazer a colheita. Noemi respondeu: — É melhor mesmo que você vá com as servas dele, minha filha. Noutro campo, poderiam maltratar você. Assim Rute ficou na companhia das servas de Boaz, para apanhar espigas, até que a colheita da cevada e do trigo se acabou. E continuou morando com a sua sogra.
- Salmos 45
O meu coração transborda de belas palavras. Ao rei consagro o que compus; a minha língua é como a pena de um hábil escritor. O senhor, ó rei, é o mais formoso dos filhos dos homens; a graça se extravasou nos seus lábios; por isso, Deus o abençoou para sempre. Cinja a espada no seu flanco, herói; cinja a sua glória e a sua majestade! E nessa majestade cavalgue vitoriosamente, pela causa da verdade e da justiça; e a sua mão direita lhe ensinará proezas. As suas flechas são afiadas e penetram o coração dos inimigos do rei; os povos caem submissos aos seus pés. O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de justiça é o cetro do teu reino. O senhor, ó rei, ama a justiça e odeia a iniquidade; por isso, Deus, o seu Deus, o ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos seus companheiros. Todas as suas roupas cheiram a mirra, aloés e cássia; de palácios de marfim ressoam instrumentos de cordas que o alegram. Filhas de reis se encontram entre as suas damas de honra; à sua direita está a rainha enfeitada com ouro finíssimo de Ofir. Ouça, filha, olhe e preste atenção: esqueça o seu povo e a casa de seu pai. Então o rei ficará encantado com a sua formosura; por ser ele o seu senhor, incline-se diante dele. A filha de Tiro virá trazendo presentes; os mais ricos do povo lhe pedirão favores. A filha do rei é toda formosura no interior do palácio; os seus vestidos são enfeitados de ouro. Em roupas bordadas conduzem-na diante do rei; as virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas à sua presença, ó rei. Serão conduzidas com alegria e regozijo; entrarão no palácio do rei. Em lugar de seus pais, estarão os seus filhos, colocados como príncipes por toda a terra. Farei com que o seu nome seja celebrado de geração em geração, e, assim, os povos o louvarão para todo o sempre.
- Salmos 47
Batam palmas, todos os povos; aclamem a Deus com vozes de júbilo. Pois o Senhor Altíssimo é tremendo, é o grande rei de toda a terra. Ele nos submeteu os povos e pôs as nações debaixo dos nossos pés. Escolheu para nós a nossa herança, a glória de Jacó, a quem ele ama. Deus subiu em meio a aclamações, o Senhor, ao som de trombeta. Cantem louvores a Deus, cantem louvores; cantem louvores ao nosso Rei, cantem louvores. Deus é o Rei de toda a terra; cantem louvores com harmonioso cântico. Deus reina sobre as nações; Deus se assenta no seu santo trono. Os príncipes dos povos se reúnem com o povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos da terra; ele se exaltou gloriosamente.