Plano de leitura da Bíblia em 100 dias – 32
Texto(s) da Bíblia
- Mateus 25
— Então o Reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, pegando as suas lamparinas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco delas eram imprudentes, e cinco, prudentes. As imprudentes, ao pegar as suas lamparinas, não levaram óleo consigo, mas as prudentes, além das lamparinas, levaram óleo nas vasilhas. E, como o noivo estava demorando, todas ficaram sonolentas e adormeceram. Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: “Eis o noivo! Saiam ao encontro dele!” — Então todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lamparinas. E as imprudentes disseram às prudentes: “Deem a nós um pouco do óleo que vocês trouxeram, porque as nossas lamparinas estão se apagando.” Mas as prudentes responderam: “Não! Porque então vai faltar tanto para nós como para vocês! Vão aos que o vendem e comprem óleo para vocês.” E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa do casamento. E fechou-se a porta. Mais tarde, chegaram as virgens imprudentes, dizendo: “Senhor, senhor, abra a porta para nós!” Mas o noivo respondeu: “Em verdade lhes digo que não as conheço.” Portanto, vigiem, porque vocês não sabem o dia nem a hora. — Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro deu dois e a outro deu um, de acordo com a capacidade de cada um deles; e então partiu. O servo que tinha recebido cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que tinha recebido dois ganhou outros dois. Mas o servo que tinha recebido um talento, saindo, fez um buraco na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. — Depois de muito tempo, o senhor daqueles servos voltou e fez um ajuste de contas com eles. Aproximando-se o que tinha recebido cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo: “O senhor me confiou cinco talentos; eis aqui outros cinco que ganhei.” O senhor disse: “Muito bem, servo bom e fiel; você foi fiel no pouco, sobre o muito o colocarei; venha participar da alegria do seu senhor.” — E, aproximando-se também o que tinha recebido dois talentos, disse: “O senhor me confiou dois talentos; eis aqui outros dois que ganhei.” Então o senhor disse: “Muito bem, servo bom e fiel; você foi fiel no pouco, sobre o muito o colocarei; venha participar da alegria do seu senhor.” — Chegando, por fim, o que tinha recebido um talento, disse: “Sabendo que o senhor é um homem severo, que colhe onde não plantou e ajunta onde não espalhou, fiquei com medo e escondi o seu talento na terra; aqui está o que é seu.” Mas o senhor respondeu: “Servo mau e preguiçoso! Você sabia que eu colho onde não plantei e ajunto onde não espalhei? Então você devia ter entregado o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu.” — “Portanto, tirem dele o talento e deem ao que tem dez. Porque a todo o que tem, mais será dado, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto ao servo inútil, lancem-no para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes.” — Quando o Filho do Homem vier na sua majestade e todos os anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória. Todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos: porá as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua esquerda. — Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: “Venham, benditos de meu Pai! Venham herdar o Reino que está preparado para vocês desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; eu era forasteiro, e vocês me hospedaram; eu estava nu, e vocês me vestiram; enfermo, e me visitaram; preso, e foram me ver.” — Então os justos perguntarão: “Quando foi que vimos o senhor com fome e lhe demos de comer? Ou com sede e lhe demos de beber? E quando foi que vimos o senhor como forasteiro e o hospedamos? Ou nu e o vestimos? E quando foi que vimos o senhor enfermo ou preso e fomos visitá-lo?” — O Rei, respondendo, lhes dirá: “Em verdade lhes digo que, sempre que o fizeram a um destes meus pequeninos irmãos, foi a mim que o fizeram.” — Então o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: “Afastem-se de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e vocês não me deram de beber; sendo forasteiro, vocês não me hospedaram; estando nu, vocês não me vestiram; achando-me enfermo e preso, vocês não foram me ver.” — E eles lhe perguntarão: “Quando foi que vimos o senhor com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não o socorremos?” — Então o Rei responderá: “Em verdade lhes digo que, sempre que o deixaram de fazer a um destes mais pequeninos, foi a mim que o deixaram de fazer.” E estes irão para o castigo eterno, porém os justos irão para a vida eterna.
- Mateus 26
Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, disse aos seus discípulos: — Vocês sabem que, daqui a dois dias, será celebrada a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado. Então os principais sacerdotes e os anciãos do povo se reuniram no palácio do sumo sacerdote, chamado Caifás, e deliberaram prender Jesus, à traição, e matá-lo. Mas diziam: — Não durante a festa, para que não haja tumulto entre o povo. Quando Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher, trazendo um frasco feito de alabastro com um perfume precioso, que ela derramou sobre a cabeça de Jesus, estando ele à mesa. Vendo isto, os discípulos ficaram indignados e disseram: — Para que este desperdício? Este perfume poderia ter sido vendido por muito dinheiro, para ser dado aos pobres. Mas Jesus, sabendo disto, lhes disse: — Por que vocês estão incomodando esta mulher? Ela praticou uma boa ação para comigo. Porque os pobres estarão sempre com vocês, mas a mim vocês nem sempre terão. Porque, derramando este perfume sobre o meu corpo, ela o fez para o meu sepultamento. Em verdade lhes digo que, onde for pregado em todo o mundo este evangelho, também será contado o que ela fez, para memória dela. Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi falar com os principais sacerdotes. Ele disse: — Quanto me darão para que eu o entregue a vocês? E pagaram-lhe trinta moedas de prata. E, desse momento em diante, Judas buscava uma boa ocasião para entregar Jesus. No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, os discípulos vieram a Jesus e lhe perguntaram: — Onde quer que façamos os preparativos para que o senhor possa comer a Páscoa? E ele lhes respondeu: — Vão até a cidade, procurem certo homem e digam: “O Mestre diz: O meu tempo está próximo. É em sua casa que celebrarei a Páscoa com os meus discípulos.” E eles fizeram como Jesus lhes havia ordenado e prepararam a Páscoa. Ao cair da tarde, Jesus pôs-se à mesa com os doze discípulos. E, enquanto comiam, Jesus disse: — Em verdade lhes digo que um de vocês vai me trair. E eles, muito entristecidos, começaram um por um a perguntar-lhe: — Por acaso seria eu, Senhor? Jesus respondeu: — O que comigo põe a mão no prato, esse vai me trair. O Filho do Homem vai, como está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do Homem está sendo traído! Melhor seria para ele se nunca tivesse nascido! Então Judas, que o traía, perguntou: — Por acaso sou eu, Mestre? Jesus respondeu: — Você acabou de dizer isso. Enquanto comiam, Jesus pegou um pão, e, abençoando-o, o partiu e deu aos discípulos, dizendo: — Tomem, comam; isto é o meu corpo. A seguir, Jesus pegou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos, dizendo: — Bebam todos dele; porque isto é o meu sangue, o sangue da aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. E digo a vocês que, desta hora em diante, nunca mais beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que beberei com vocês o vinho novo, no Reino de meu Pai. E, tendo cantado um hino, saíram para o monte das Oliveiras. Então Jesus disse aos discípulos: — Esta noite serei uma pedra de tropeço para todos vocês, porque está escrito: “Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas.” Mas, depois da minha ressurreição, irei adiante de vocês para a Galileia. Mas Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: — Ainda que o senhor venha a ser um tropeço para todos, nunca o será para mim. Mas Jesus lhe disse: — Em verdade lhe digo que, nesta noite, antes que o galo cante, você me negará três vezes. Pedro insistiu: — Ainda que me seja necessário morrer com o senhor, de modo nenhum o negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo. Em seguida, Jesus foi com eles a um lugar chamado Getsêmani. E disse aos discípulos: — Sentem-se aqui, enquanto eu vou ali orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a sentir-se tomado de tristeza e de angústia. Então lhes disse: — A minha alma está profundamente triste até a morte; fiquem aqui e vigiem comigo. E, adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: — Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice! Contudo, não seja como eu quero, e sim como tu queres. E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo. E disse a Pedro: — Então nem uma hora vocês puderam vigiar comigo? Vigiem e orem, para que não caiam em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. Retirando-se pela segunda vez, orou de novo, dizendo: — Meu Pai, se não é possível que este cálice passe de mim sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. E, voltando, achou-os outra vez dormindo; porque os olhos deles estavam pesados. Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, repetindo as mesmas palavras. Então voltou para os discípulos e lhes disse: — Vocês ainda estão dormindo e descansando! Eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem está sendo entregue nas mãos de pecadores. Levantem-se, vamos embora! Eis que o traidor se aproxima. E enquanto Jesus ainda falava, eis que chegou Judas, um dos doze, e, com ele, grande multidão com espadas e porretes, vinda da parte dos principais sacerdotes e dos anciãos do povo. Ora, o traidor tinha dado a eles um sinal: “Aquele que eu beijar, é esse; prendam-no.” E logo, aproximando-se de Jesus, Judas disse: — Salve, Mestre! E o beijou. Jesus, porém, lhe disse: — Amigo, o que você veio fazer? Nisto, aproximando-se eles, agarraram Jesus e o prenderam. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, sacou da espada e, golpeando o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe a orelha. Então Jesus lhe disse: — Coloque a espada de volta no seu lugar, pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão. Ou você acha que não posso pedir a meu Pai, e ele me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos? Mas como, então, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim deve acontecer? Naquele momento, Jesus disse às multidões: — Vocês vieram com espadas e porretes para prender-me, como se eu fosse um salteador? Todos os dias, no templo, eu me assentava ensinando, e vocês não me prenderam. Tudo isto, porém, aconteceu para que se cumprissem as Escrituras dos profetas. Então todos os discípulos o deixaram e fugiram. E os que prenderam Jesus o levaram à casa de Caifás, o sumo sacerdote, onde se haviam reunido os escribas e os anciãos. Pedro o seguia de longe até o pátio do sumo sacerdote. E, tendo entrado, assentou-se entre os servos, para ver como aquilo ia terminar. E os principais sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam algum testemunho falso contra Jesus, a fim de o condenarem à morte. E não acharam, apesar de terem sido apresentadas muitas testemunhas falsas. Mas, afinal, compareceram duas, afirmando: — Este disse: “Posso destruir o santuário de Deus e reconstruí-lo em três dias.” E, levantando-se o sumo sacerdote, perguntou a Jesus: — Você não diz nada em resposta ao que estes depõem contra você? Jesus, porém, guardou silêncio. E o sumo sacerdote lhe disse: — Eu exijo que nos diga, tendo o Deus vivo por testemunha, se você é o Cristo, o Filho de Deus. Jesus respondeu: — É o senhor mesmo quem está dizendo isso. Mas eu lhes digo que, desde agora, vocês verão o Filho do Homem sentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes e disse: — Blasfemou! Por que ainda precisamos de testemunhas? Eis que agora mesmo vocês ouviram a blasfêmia! O que vocês acham? E eles responderam: — É réu de morte. Então alguns cuspiram no rosto de Jesus e bateram nele. E outros o esbofeteavam, dizendo: — Profetize para nós, ó Cristo! Quem foi que bateu em você? Pedro estava sentado fora no pátio. Uma empregada se aproximou e lhe disse: — Você também estava com Jesus, o galileu. Mas ele negou diante de todos e disse: — Não sei o que você está dizendo. Quando se dirigia para a porta, Pedro foi visto por outra empregada, que disse aos que estavam ali: — Este também estava com Jesus, o Nazareno. E ele negou outra vez, com juramento: — Não conheço esse homem. Pouco depois, aproximando-se os que estavam ali, disseram a Pedro: — Com certeza você também é um deles, porque o seu modo de falar o denuncia. Então ele começou a praguejar e a jurar: — Não conheço esse homem! E no mesmo instante o galo cantou. Então Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe tinha dito: “Antes que o galo cante, você me negará três vezes.” E Pedro, saindo dali, chorou amargamente.
- Deuteronômio 1
São estas as palavras que Moisés falou a todo o Israel, a leste do Jordão, no deserto, na Arabá, diante de Sufe, entre Parã, Tofel, Labã, Hazerote e Di-Zaabe. É uma jornada de onze dias desde Horebe até Cades-Barneia, pelo caminho dos montes de Seir. Aconteceu que, no quadragésimo ano, no primeiro dia do décimo primeiro mês, Moisés falou aos filhos de Israel, segundo tudo o que o Senhor lhe havia ordenado a respeito deles, depois que derrotou Seom, rei dos amorreus, que habitava em Hesbom, e Ogue, rei de Basã, que habitava em Astarote, em Edrei. A leste do Jordão, na terra de Moabe, Moisés encarregou-se de explicar esta lei, dizendo: — O Senhor, nosso Deus, nos falou em Horebe, dizendo: “Vocês já ficaram bastante tempo neste monte. Voltem e sigam viagem. Vão à região montanhosa dos amorreus, a todos os seus vizinhos, na Arabá, à região montanhosa, à Sefelá, ao Neguebe, à costa marítima, terra dos cananeus, e ao Líbano, até o grande rio Eufrates. Eis aqui a terra que eu pus diante de vocês; entrem e tomem posse da terra que o Senhor, com juramento, deu a seus pais, a Abraão, Isaque e Jacó, a eles e à sua descendência depois deles.” — Nesse mesmo tempo, eu disse a vocês: “Sozinho não poderei levá-los. O Senhor, o Deus de vocês, fez com que vocês se multiplicassem e eis que hoje vocês são uma multidão como as estrelas dos céus. O Senhor, Deus dos pais de vocês, faça com que vocês sejam mil vezes mais numerosos do que são agora e os abençoe, como prometeu. Mas como poderia eu sozinho suportar o peso e a carga de vocês, e como poderia eu resolver sozinho todas as questões que surgem no meio de vocês? Escolham homens sábios, inteligentes e experimentados, segundo as suas tribos, para que eu os ponha por chefes de vocês.” — Então vocês me responderam que era bom fazer o que eu tinha falado. Assim, peguei os chefes de suas tribos, homens sábios e experimentados, e os fiz chefes sobre vocês, chefes de milhares, chefes de cem, chefes de cinquenta, chefes de dez e oficiais, segundo as suas tribos. Nesse mesmo tempo, ordenei aos juízes, dizendo: “Deem atenção às questões que surgem entre os seus irmãos e julguem com justiça entre um homem e seu irmão ou o estrangeiro que está com ele. Não sejam parciais no julgamento. Ouçam tanto o pequeno como o grande; não tenham medo de ninguém, porque o julgamento é de Deus. Porém, se a questão for demasiadamente difícil para vocês, tragam para mim, e eu a ouvirei.” — Assim, naquele tempo, eu lhes ordenei todas as coisas que vocês deveriam fazer. — Então partimos de Horebe e caminhamos por todo aquele grande e terrível deserto que vocês viram, pelo caminho da região montanhosa dos amorreus, como o Senhor, nosso Deus, nos havia ordenado; e chegamos a Cades-Barneia. Então eu lhes disse: “Vocês chegaram à região montanhosa dos amorreus, que o Senhor, nosso Deus, nos dá. Eis que o Senhor, seu Deus, colocou esta terra diante de vocês. Vão e tomem posse dessa terra, como o Senhor, o Deus de seus pais, falou. Não tenham medo e não se assustem.” — Então todos vocês se aproximaram de mim e disseram: “Vamos mandar alguns homens adiante de nós, para que espiem a terra e nos digam por que caminho devemos seguir e a que cidades devemos ir.” Isto me pareceu uma boa ideia, de maneira que escolhi, do meio de vocês, doze homens, um de cada tribo. Eles saíram e foram à região montanhosa, e, espiando a terra, foram até o vale de Escol. Tomaram do fruto da terra nas mãos e o trouxeram até nós. E nos informaram, dizendo: “É boa esta terra que o Senhor, nosso Deus, nos dá.” — Porém vocês não quiseram ir, mas foram rebeldes à ordem do Senhor, seu Deus. Ficaram murmurando em suas tendas e disseram: “O Senhor está com ódio de nós e por isso nos tirou da terra do Egito para nos entregar nas mãos dos amorreus e nos destruir. Para onde iremos? Nossos irmãos nos deixaram com medo, dizendo: ‘Aquele povo é maior e mais alto do que nós. As cidades são grandes e fortificadas até o céu. Também vimos ali os filhos dos anaquins.’” — Então eu lhes disse: “Não fiquem apavorados, nem tenham medo deles. O Senhor, o seu Deus, que vai adiante de vocês, ele lutará por vocês, segundo tudo o que viram que ele fez conosco no Egito, e também no deserto, onde vocês viram que o Senhor, seu Deus, os levou, como um homem leva o seu filho, por todo o caminho pelo qual vocês andaram, até chegar a este lugar.” — Mas nem assim vocês creram no Senhor, seu Deus, que foi adiante de vocês por todo o caminho, para procurar o lugar onde deveriam acampar; de noite, estava no fogo, para mostrar o caminho por onde vocês deveriam andar, e, de dia, estava na nuvem. — O Senhor ouviu o que vocês disseram, ficou irado e jurou, dizendo: “Nenhum dos homens desta geração perversa verá a boa terra que jurei dar aos pais de vocês, com a exceção de Calebe, filho de Jefoné. Ele verá essa terra e darei a ele e aos filhos dele a terra em que ele pisou, porque perseverou em seguir o Senhor.” Também contra mim se indignou o Senhor por causa de vocês, dizendo: “Também você não entrará nessa terra. Josué, filho de Num, que está diante de você, ele é quem vai entrar; anime-o, porque ele fará com que Israel a receba por herança. E as crianças de vocês, de quem vocês disseram que seriam presa do inimigo, sim, os filhos de vocês, que hoje nem sabem distinguir entre bem e mal, esses ali entrarão, e a eles darei a terra, e eles a possuirão. Mas vocês voltem e sigam para o deserto, pelo caminho do mar Vermelho.” — Então vocês responderam: “Pecamos contra o Senhor. Nós iremos e lutaremos, segundo tudo o que o Senhor, nosso Deus, nos ordenou.” Vocês se armaram, cada um com os seus instrumentos de guerra, e pensaram que seria fácil entrar na região montanhosa. Mas o Senhor mandou que eu dissesse a vocês: “Não vão, nem comecem a lutar, pois não estou no meio de vocês, e vocês serão derrotados pelos seus inimigos.” Isso eu lhes falei, mas vocês não quiseram escutar; pelo contrário, foram rebeldes às ordens do Senhor e, presunçosos, foram na direção das montanhas. Os amorreus que habitavam naquela região montanhosa saíram contra vocês e os perseguiram como fazem as abelhas e os derrotaram desde Seir até Horma. Vocês voltaram e foram se queixar diante do Senhor, porém o Senhor não lhes deu atenção e não inclinou os ouvidos a vocês. Assim, vocês permaneceram muitos dias em Cades.
- Deuteronômio 6
— São estes os mandamentos, os estatutos e os juízos que o Senhor, seu Deus, ordenou que fossem ensinados a vocês, para que vocês os cumprissem na terra em que vão entrar e possuir, para que durante todos os dias da sua vida vocês, os seus filhos, e os filhos dos seus filhos temam o Senhor, seu Deus, e guardem todos os seus estatutos e mandamentos que eu lhes ordeno, e para que os seus dias sejam prolongados. Portanto, escute, Israel, e tenha o cuidado de cumprir esses mandamentos, para que tudo lhes corra bem e vocês muito se multipliquem na terra que mana leite e mel, como o Senhor, o Deus dos seus pais, lhes prometeu. — Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força. Estas palavras que hoje lhe ordeno estarão no seu coração. Você as inculcará a seus filhos, e delas falará quando estiver sentado em sua casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se. Também deve amarrá-las como sinal na sua mão, e elas lhe serão por frontal entre os olhos. E você as escreverá nos umbrais de sua casa e nas suas portas. — Quando, pois, o Senhor, seu Deus, tiver levado vocês para a terra que, sob juramento, prometeu aos seus pais Abraão, Isaque e Jacó, que daria a vocês — uma terra com grandes e boas cidades, que vocês não construíram; com casas cheias de tudo o que é bom, que vocês não encheram; com poços abertos, que vocês não cavaram; com vinhas e olivais, que vocês não plantaram — e quando vocês comerem e se fartarem, tenham o cuidado de não esquecer o Senhor, que os tirou da terra do Egito, da casa da servidão. Temam o Senhor, seu Deus, sirvam a ele e jurem somente pelo nome dele. Não sigam outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que estiverem à sua volta, porque o Senhor, seu Deus, é Deus zeloso no meio de vocês, para que a ira do Senhor, seu Deus, não se acenda contra vocês e os destrua de sobre a face da terra. — Não ponham à prova o Senhor, seu Deus, como o fizeram em Massá. Guardem cuidadosamente os mandamentos do Senhor, seu Deus, os seus testemunhos e os seus estatutos que ele lhes ordenou. Façam o que é reto e bom aos olhos do Senhor, para que tudo lhes vá bem, e para que vocês entrem e possuam a boa terra que o Senhor, sob juramento, prometeu aos pais de vocês, expulsando todos os inimigos de diante de vocês, como o Senhor prometeu. — Quando, no futuro, os seus filhos perguntarem: “Que significam os testemunhos, estatutos e juízos que o Senhor, nosso Deus, lhes ordenou?”, vocês dirão a eles: “Nós éramos escravos de Faraó, no Egito, mas o Senhor nos tirou de lá com mão poderosa. Diante dos nossos olhos o Senhor fez sinais e maravilhas, grandes e terríveis, contra o Egito e contra Faraó e toda a sua casa. Ele nos tirou do Egito, para nos trazer e nos dar a terra que, sob juramento, prometeu aos nossos pais. O Senhor nos ordenou que cumpríssemos todos estes estatutos e temêssemos o Senhor, nosso Deus, para o nosso perpétuo bem, para nos preservar a vida, como tem feito até hoje. E será justiça para nós, quando tivermos cuidado de cumprir todos estes mandamentos diante do Senhor, nosso Deus, como ele nos ordenou.”
- Jó 4
Então Elifaz, o temanita, tomou a palavra e disse: “Se alguém tentar falar, você terá paciência para ouvir? Mas quem poderá conter as palavras? Veja bem! Você ensinou a muitos e fortaleceu mãos cansadas. As suas palavras sustentaram os que tropeçavam, e você fortaleceu joelhos vacilantes. Mas agora, quando chega a sua vez, você perde a paciência; ao ser atingido, você fica apavorado. Você não tem confiança no seu temor a Deus? Não tem esperança na integridade dos seus caminhos? Pense bem: será que algum inocente já chegou a perecer? E onde os retos foram destruídos? Segundo eu tenho visto, os que lavram a iniquidade e semeiam o mal, isso mesmo eles colhem. Com o hálito de Deus perecem; e com o sopro da sua ira são consumidos. Cessa o bramido do leão e a voz do leão feroz, e os dentes dos leõezinhos são quebrados. O leão morre, porque não há presa, e os filhos da leoa andam dispersos.” “Uma palavra me foi trazida em segredo, e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela. Entre pensamentos de visões noturnas, quando o sono profundo cai sobre as pessoas, sobrevieram-me o espanto e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram. Então um espírito passou por diante de mim; e se arrepiaram os cabelos do meu corpo. Ele parou, mas não reconheci a sua aparência. Um vulto estava diante dos meus olhos; houve silêncio, e ouvi uma voz: ‘Pode um mortal ser justo diante de Deus? Pode alguém ser puro diante do seu Criador? Eis que Deus não confia nos seus servos e aos seus anjos atribui imperfeições; quanto mais àqueles que habitam em casas de barro, cujo fundamento está no pó, e que são esmagados como a traça! Nascem de manhã e à tarde são destruídos; perecem para sempre, sem que ninguém se importe com isso. Se o fio da vida lhes é cortado, morrem e não alcançam a sabedoria.’”
- Jó 6
Então Jó respondeu: “Ah! Se a minha queixa, de fato, pudesse ser pesada, e contra ela, numa balança, se pusesse a minha miséria, esta, na verdade, pesaria mais que a areia dos mares. Por isso é que as minhas palavras foram precipitadas. Porque as flechas do Todo-Poderoso estão cravadas em mim, e o meu espírito sorve o veneno delas; os terrores de Deus se armam contra mim. Será que o jumento selvagem zurra quando está junto à relva? Ou será que o boi berra junto ao seu pasto? Pode-se comer sem sal o que é insípido? Ou haverá sabor na clara do ovo? Aquilo que a minha alma recusava tocar, isso é agora a minha comida repugnante.” “Quem dera que se cumprisse o meu pedido, e que Deus me concedesse o que desejo! Que fosse do agrado de Deus esmagar-me, que soltasse a sua mão e acabasse comigo! Isto ainda seria a minha consolação, e eu saltaria de contente na minha dor, que é implacável; porque não tenho negado as palavras do Santo. Por que esperar, se já não tenho forças? Por que prolongar a vida, se o meu fim é certo? Por acaso a minha força é a força da pedra? Ou é de bronze a minha carne? Não encontro socorro em mim mesmo; foram afastados de mim os meus recursos.” “Ao aflito deve o amigo mostrar compaixão, mesmo ao que abandonou o temor do Todo-Poderoso. Meus irmãos me enganaram; são como um ribeiro, como a torrente que transborda no vale, turvada com o gelo e com a neve que nela se esconde, torrente que seca quando o tempo aquece, e que no calor desaparece do seu lugar. As caravanas se desviam dos seus caminhos, sobem para lugares desolados e perecem. As caravanas de Temá procuram essa torrente, os viajantes de Sabá por ela suspiram. Ficam envergonhados por terem confiado; quando chegam ali, ficam decepcionados. Assim também vocês não me ajudaram em nada; veem os meus males e ficam com medo. Por acaso pedi que me dessem recompensa? Ou que da riqueza de vocês me trouxessem algum presente? Será que pedi que me livrassem do poder do opressor? Ou que me resgatassem das mãos dos tiranos?” “Ensinem-me, e eu me calarei; mostrem-me em que tenho errado. Como são persuasivas as palavras retas! Mas o que é que a repreensão de vocês repreende? Por acaso vocês pensam em reprovar as minhas palavras, ditas por um desesperado ao vento? Até sobre um órfão vocês lançariam sortes e seriam capazes de vender um amigo! Agora, pois, tenham a bondade de olhar para mim e vejam que não estou mentindo na cara de vocês. Por favor, mudem de parecer, e que não haja injustiça; mudem de parecer, e a justiça da minha causa triunfará. Há iniquidade em meus lábios? Será que a minha boca não consegue discernir coisas perniciosas?”