Plano de leitura da Bíblia em 100 dias - 12
Texto(s) da Bíblia
- Lucas 22
Estava próxima a Festa dos Pães sem Fermento, chamada Páscoa. Os principais sacerdotes e os escribas procuravam uma forma de matar Jesus; porque temiam o povo. Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, que era um dos doze. Judas foi entender-se com os principais sacerdotes e os capitães sobre como lhes entregaria Jesus. Eles se alegraram e combinaram em lhe dar dinheiro. Judas concordou e buscava uma boa ocasião para lhes entregar Jesus, longe da multidão. Chegou o dia da Festa dos Pães sem Fermento, em que era necessário fazer o sacrifício do cordeiro pascal. Então Jesus enviou Pedro e João, dizendo: — Vão e preparem a Páscoa para que a comamos. Eles lhe perguntaram: — Onde o senhor quer que a preparemos? Jesus lhes explicou: — Ao entrar na cidade, vocês encontrarão um homem com um cântaro de água; sigam esse homem até a casa em que ele entrar e digam ao dono da casa: “O Mestre pergunta: ‘Onde fica o aposento no qual comerei a Páscoa com os meus discípulos?’” Ele lhes mostrará um espaçoso cenáculo mobiliado; ali façam os preparativos. E, indo, acharam tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa. Chegada a hora, Jesus se pôs à mesa, e os apóstolos estavam com ele. Então Jesus lhes disse: — Tenho desejado ansiosamente comer esta Páscoa com vocês, antes do meu sofrimento. Pois eu lhes digo que nunca mais a comerei, até que ela se cumpra no Reino de Deus. E, pegando um cálice, depois de ter dado graças, disse: — Peguem e repartam entre vocês. Pois eu digo a vocês que, de agora em diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus. E, pegando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: — Isto é o meu corpo, que é dado por vocês; façam isto em memória de mim. Do mesmo modo, depois da ceia, pegou o cálice, dizendo: — Este cálice é a nova aliança no meu sangue derramado por vocês. — Mas eis que a mão do traidor está comigo à mesa. Pois o Filho do Homem vai segundo o que está determinado, mas ai daquele por quem ele está sendo traído! Então começaram a perguntar entre si qual deles seria o que estava para fazer isso. Houve também entre eles uma discussão sobre qual deles parecia ser o maior. Mas Jesus lhes disse: — Os reis dos povos dominam sobre eles, e os que exercem autoridade são chamados de benfeitores. Mas vocês não são assim; pelo contrário, o maior entre vocês seja como o menor; e aquele que dirige seja como o que serve. Pois qual é maior: aquele que está à mesa ou aquele que serve? Não é verdade que é aquele que está à mesa? Pois, no meio de vocês, eu sou como quem serve. Vocês são os que têm permanecido comigo nas minhas tentações. E eu confio a vocês um reino, assim como o meu Pai confiou a mim, para que comam e bebam à minha mesa no meu Reino; e vocês se assentarão em tronos para julgar as doze tribos de Israel. — Simão, Simão, eis que Satanás pediu para peneirar vocês como trigo! Eu, porém, orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E você, quando voltar para mim, fortaleça os seus irmãos. Porém Pedro respondeu: — Estou pronto para ir com o Senhor, tanto para a prisão como para a morte. Mas Jesus lhe disse: — Eu lhe digo, Pedro, que hoje, antes que o galo cante, você negará três vezes que me conhece. A seguir, Jesus perguntou aos discípulos: — Quando eu os enviei sem bolsa, sem sacola e sem sandálias, por acaso faltou-lhes alguma coisa? Eles responderam: — Não faltou nada! Então Jesus lhes disse: — Agora, porém, quem tem bolsa, pegue-a, e faça o mesmo com a sacola; e o que não tem espada, venda a sua capa e compre uma. Pois eu lhes digo que é preciso que se cumpra em mim o que está escrito: “Ele foi contado com os malfeitores.” Pois o que a mim se refere está sendo cumprido. Então lhe disseram: — Senhor, aqui estão duas espadas! Jesus lhes respondeu: — Basta! E, saindo, Jesus foi, como de costume, para o monte das Oliveiras; e os discípulos o acompanharam. Chegando ao lugar escolhido, Jesus lhes disse: — Orem, para que vocês não caiam em tentação. Ele, por sua vez, se afastou um pouco, e, de joelhos, orava, dizendo: — Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua. Então lhe apareceu um anjo do céu que o confortava. E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o suor dele se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra. Levantando-se da oração, Jesus foi até onde os discípulos estavam, e os encontrou dormindo de tristeza. E disse: — Por que vocês estão dormindo? Levantem-se e orem, para que não caiam em tentação. Enquanto Jesus ainda falava, eis que chegou uma multidão. E um dos doze, que se chamava Judas, vinha à frente deles e se aproximou de Jesus para o beijar. Jesus, porém, lhe disse: — Judas, com um beijo você trai o Filho do Homem? Os que estavam ao redor de Jesus, vendo o que estava por acontecer, perguntaram: — Senhor, devemos atacar com as espadas? Um deles golpeou o servo do sumo sacerdote e cortou-lhe a orelha direita. Mas Jesus interveio, dizendo: — Deixem! Basta! E, tocando na orelha do homem, o curou. Então Jesus disse aos principais sacerdotes, capitães do templo e anciãos que vieram prendê-lo: — Vocês vieram com espadas e porretes como para prender um salteador? Todos os dias, estando eu com vocês no templo, vocês não tentaram me prender. Esta, porém, é a hora de vocês e a hora do poder das trevas. Então, prendendo Jesus, levaram-no e o introduziram na casa do sumo sacerdote. Pedro seguia de longe. Quando acenderam um fogo no meio do pátio e se assentaram juntos, Pedro tomou lugar entre eles. Uma empregada, vendo-o sentado perto do fogo, fixou os olhos nele e disse: — Este também estava com ele. Mas Pedro negou, dizendo: — Mulher, não o conheço. Pouco depois, outro homem, ao ver Pedro, disse: — Você também é um deles. Mas Pedro disse: — Homem, eu não sou um deles. E, tendo passado cerca de uma hora, outro afirmou, dizendo: — Com certeza este também estava com ele, porque também é galileu. Mas Pedro insistiu: — Homem, não sei do que você está falando. E logo, enquanto Pedro ainda falava, o galo cantou. Então, o Senhor voltou-se e fixou os olhos em Pedro. E Pedro se lembrou da palavra do Senhor, como lhe tinha dito: “Hoje, antes que o galo cante, você me negará três vezes.” E Pedro, saindo dali, chorou amargamente. Os homens que detinham Jesus zombavam dele, davam-lhe pancadas e, colocando uma venda sobre os olhos dele, diziam: — Profetize! Quem foi que bateu em você? E muitas outras coisas diziam contra ele, blasfemando. Logo que amanheceu, reuniu-se a assembleia dos anciãos do povo, tanto os principais sacerdotes como os escribas, e o conduziram ao Sinédrio, onde lhe disseram: — Se você é o Cristo, diga-nos. Então Jesus lhes respondeu: — Se disser, vocês não vão acreditar. E, se eu perguntar, vocês não me darão resposta. Desde agora, o Filho do Homem estará sentado à direita do Deus Todo-Poderoso. Todos perguntaram: — Então você é o Filho de Deus? Jesus respondeu: — Vocês dizem que eu sou. Eles disseram: — Que necessidade ainda temos de testemunho? Porque nós mesmos ouvimos o que ele falou.
- Lucas 23
Levantando-se toda a assembleia, levaram Jesus a Pilatos. E ali começaram a acusá-lo, dizendo: — Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, impedindo que se pague imposto a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei. Então Pilatos perguntou a Jesus: — Você é o rei dos judeus? Jesus respondeu: — O senhor está dizendo isso. Então Pilatos disse aos principais sacerdotes e às multidões: — Não vejo neste homem crime algum. Mas eles insistiam cada vez mais, dizendo: — Ele agita o povo, ensinando por toda a Judeia. Começou na Galileia e agora chegou aqui. Quando Pilatos ouviu isso, perguntou se o homem era galileu. Ao saber que Jesus era da região governada por Herodes, e estando este em Jerusalém naqueles dias, Pilatos enviou Jesus a Herodes. Quando Herodes viu Jesus, ficou muito contente, pois havia muito queria vê-lo, por ter ouvido falar a respeito dele. Esperava também vê-lo fazer algum sinal. E de muitas maneiras o interrogava, mas Jesus não lhe respondia nada. Os principais sacerdotes e os escribas ali presentes o acusavam com veemência. Mas Herodes, juntamente com os seus soldados, tratou Jesus com desprezo. E, para zombar de Jesus, mandou que o vestissem com um manto luxuoso, e o devolveu a Pilatos. Naquele mesmo dia, Herodes e Pilatos se reconciliaram, pois antes eram inimigos. Pilatos, então, reuniu os principais sacerdotes, as autoridades e o povo e lhes disse: — Vocês me apresentaram este homem como sendo um agitador do povo. Mas, tendo-o interrogado na presença de vocês, nada verifiquei contra ele dos crimes de que vocês o acusam. Nem mesmo Herodes, pois o mandou de volta para cá. Assim, é claro que ele não fez nada que mereça a pena de morte. Portanto, após castigá-lo, ordenarei que seja solto. [E ele era obrigado a soltar-lhes um detento por ocasião da festa.] Toda a multidão, porém, gritava: — Fora com este! Solte-nos Barrabás! Barrabás estava preso por causa de uma revolta na cidade e também por homicídio. Pilatos, querendo soltar Jesus, falou outra vez ao povo. Eles, porém, gritavam mais ainda: — Crucifique! Crucifique-o! Então, pela terceira vez, Pilatos lhes perguntou: — Que mal fez este? De fato, não achei nada contra ele para condená-lo à morte. Portanto, depois de o castigar, mandarei soltá-lo. Mas eles insistiam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E o clamor deles prevaleceu. Então Pilatos decidiu atender-lhes o pedido. Soltou aquele que estava encarcerado por causa da revolta e do homicídio, a quem eles pediam; e, quanto a Jesus, entregou-o à vontade deles. E, enquanto o conduziam, eles agarraram um cireneu, chamado Simão, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz sobre os ombros, para que a levasse após Jesus. Uma grande multidão de povo o seguia, e também mulheres que batiam no peito e o lamentavam. Porém Jesus, voltando-se para elas, disse: — Filhas de Jerusalém, não chorem por mim; chorem antes por vocês mesmas e por seus filhos! Porque virão dias em que se dirá: “Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram, nem amamentaram.” Nesses dias, dirão aos montes: “Caiam em cima de nós!” E às colinas: “Cubram-nos!” Porque, se isto é feito com a madeira verde, o que será da madeira seca? E também eram levados outros dois, que eram malfeitores, para serem executados com Jesus. Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram, bem como aos malfeitores, um à sua direita, outro à sua esquerda. Mas Jesus dizia: — Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Então, para repartir as roupas dele, lançaram sortes. O povo estava ali e observava tudo. Também as autoridades zombavam e diziam: — Salvou os outros. Que salve a si mesmo, se é, de fato, o Cristo de Deus, o escolhido. Igualmente os soldados zombavam dele e, aproximando-se, trouxeram-lhe vinagre, dizendo: — Se você é o rei dos judeus, salve a si mesmo. Acima de Jesus estava a seguinte inscrição: “Este é o Rei dos Judeus”. Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra Jesus, dizendo: — Você não é o Cristo? Salve a si mesmo e a nós também. Porém o outro malfeitor o repreendeu, dizendo: — Você nem ao menos teme a Deus, estando sob igual sentença? A nossa punição é justa, porque estamos recebendo o castigo que os nossos atos merecem; mas este não fez mal nenhum. E acrescentou: — Jesus, lembre-se de mim quando você vier no seu Reino. Jesus lhe respondeu: — Em verdade lhe digo que hoje você estará comigo no paraíso. Já era quase meio-dia, e, escurecendo-se o sol, houve trevas sobre toda a terra até as três horas da tarde. E o véu do santuário se rasgou pelo meio. Então Jesus clamou em alta voz: — Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito! E, dito isto, expirou. O centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: — Verdadeiramente este homem era justo. E todas as multidões reunidas para aquele espetáculo, vendo o que havia acontecido, retiraram-se, batendo no peito. Entretanto, todos os conhecidos de Jesus e as mulheres que o tinham seguido desde a Galileia ficaram de longe, contemplando estas coisas. E eis que havia um homem, chamado José, membro do Sinédrio, homem bom e justo, que não tinha concordado com o plano e a ação dos outros; era natural de Arimateia, cidade dos judeus, e esperava o Reino de Deus. Ele foi até Pilatos e lhe pediu o corpo de Jesus. E, tirando-o da cruz, envolveu-o num lençol de linho e o depositou num túmulo aberto numa rocha, onde ninguém havia sido sepultado ainda. Era o dia da preparação, e o sábado estava para começar. As mulheres que tinham vindo com Jesus desde a Galileia seguiram José e viram o túmulo e como o corpo foi colocado ali. Então se retiraram para preparar óleos aromáticos e perfumes. E, no sábado, descansaram, segundo o mandamento.
- Gênesis 43
A fome continuava gravíssima na terra. Quando eles acabaram de consumir o cereal que tinham trazido do Egito, Jacó disse aos filhos: — Voltem e comprem mais um pouco de mantimento para nós. Mas Judá lhe disse: — Aquele homem nos advertiu solenemente, dizendo: “Vocês não verão o meu rosto, se o outro irmão não vier com vocês.” Se o senhor resolver enviar conosco o nosso irmão, iremos e compraremos mantimento para o senhor. Mas, se o senhor não o enviar, não iremos, pois o homem nos disse: “Vocês não verão o meu rosto, se o outro irmão não vier com vocês.” Israel respondeu: — Por que vocês me fizeram esse mal, dando a saber àquele homem que vocês tinham outro irmão? Eles responderam: — O homem nos fez perguntas específicas a respeito de nós e de nossa parentela, dizendo: “O pai de vocês ainda é vivo? Vocês têm outro irmão?” Nós apenas respondemos o que ele nos perguntou. Como podíamos adivinhar que ele nos diria: “Tragam o outro irmão?” Então Judá disse a Israel, seu pai: — Deixe o jovem ir comigo, e nos levantaremos e iremos, para que vivamos e não morramos, nem nós, nem o senhor, nem os nossos filhinhos. Eu serei responsável por ele; da minha mão o senhor poderá requerê-lo. Se eu não o trouxer de volta e não o puser diante do senhor, serei culpado para com o senhor pelo resto da minha vida. Se não nos tivéssemos demorado, já teríamos ido e voltado duas vezes. Então Israel, seu pai, disse: — Se é assim, então façam o seguinte: peguem do mais precioso desta terra, ponham nos sacos para o mantimento e levem de presente a esse homem: um pouco de bálsamo e um pouco de mel, especiarias e mirra, nozes de pistácia e amêndoas. Levem dinheiro em dobro. E devolvam o dinheiro restituído na boca dos sacos de cereal; é possível que tenha havido algum engano. Levem também o irmão de vocês. Levantem-se e voltem àquele homem. Deus Todo-Poderoso lhes dê misericórdia diante do homem, para que restitua o outro irmão e deixe que Benjamim volte com vocês. Quanto a mim, se eu perder os filhos, sem filhos ficarei. Então os homens pegaram os presentes, o dinheiro em dobro e Benjamim; levantaram-se, foram ao Egito e se apresentaram diante de José. Quando José viu que Benjamim estava com eles, disse ao administrador de sua casa: — Leve estes homens para casa, mate um animal e prepare tudo, pois estes homens comerão comigo ao meio-dia. Ele fez como José lhe havia ordenado e levou os homens para a casa de José. Os homens tiveram medo, porque foram levados à casa de José. E diziam: — É por causa do dinheiro que da outra vez voltou nos sacos de cereal que nós fomos trazidos para cá, para que possa nos acusar e atacar, nos escravizar e tomar os nossos jumentos. E se aproximaram do administrador da casa de José, e lhe falaram à porta, e disseram: — Meu senhor, já estivemos aqui uma vez para comprar mantimento. Mas, quando chegamos à estalagem, ao abrir os sacos de cereal, eis que o dinheiro de cada um estava na boca do saco de cereal, nosso dinheiro intacto. Por isso, trouxemos esse dinheiro de volta. Trouxemos também outro dinheiro conosco, para comprar mantimento. Não sabemos quem pôs o nosso dinheiro nos sacos de cereal. O administrador disse: — Que a paz esteja com vocês! Não tenham medo. O seu Deus e o Deus do pai de vocês colocou esse tesouro nos sacos de cereal. Eu recebi o dinheiro que vocês trouxeram. Então ele trouxe Simeão para fora. Depois, o administrador levou aqueles homens à casa de José e lhes deu água, e eles lavaram os pés. Também deu ração aos seus jumentos. Então prepararam o presente, para quando José viesse ao meio-dia, pois ouviram que ali haviam de comer. Quando José chegou à sua casa, trouxeram-lhe para dentro o presente que tinham em mãos e se inclinaram até o chão diante dele. Ele lhes perguntou como tinham passado e disse: — O pai de vocês, aquele velho de quem me falaram, vai bem? Ainda vive? Responderam: — O seu servo, nosso pai, vai bem e ainda vive. E abaixaram a cabeça e se inclinaram. Quando José levantou os olhos, viu Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e disse: — É este o irmão mais novo de vocês, de quem me falaram? E acrescentou: — Deus lhe conceda a sua graça, meu filho. José, profundamente emocionado por causa do seu irmão, apressou-se e procurou um lugar onde chorar. Entrou no quarto e ali chorou. Depois, lavou o rosto e saiu; conteve-se e disse: — Sirvam a refeição. Serviram a comida dele numa mesa à parte, e a comida deles também numa mesa à parte. Também os egípcios que comiam com ele foram servidos numa mesa à parte, porque os egípcios não podiam comer com os hebreus, pois isso é abominação para os egípcios. E sentaram-se diante dele por ordem de idade, desde o mais velho ao mais novo. Eles olhavam uns para os outros cheios de espanto. Então José lhes apresentou as porções que estavam diante dele, e a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que a dos outros. E beberam com ele até ficarem alegres.
- Gênesis 45
Então José, não conseguindo se conter diante de todos os que estavam com ele, gritou: — Saiam todos da minha presença! E ninguém ficou com ele, quando José se deu a conhecer a seus irmãos. E levantou a voz em choro, de maneira que os egípcios o ouviam e também a casa de Faraó. E disse a seus irmãos: — Eu sou José. Meu pai ainda está vivo? E seus irmãos não lhe puderam responder, de tão assustados que ficaram diante dele. E José disse aos seus irmãos: — Agora cheguem perto de mim. E eles chegaram. Então ele disse: — Eu sou José, o irmão de vocês, que vocês venderam para o Egito. Agora, pois, não fiquem tristes nem irritados contra vocês mesmos por terem me vendido para cá, porque foi para a preservação da vida que Deus me enviou adiante de vocês. Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita. Deus me enviou adiante de vocês, para que fosse conservado para vocês um remanescente na terra e para que a vida de vocês fosse salva por meio de um grande livramento. Assim, não foram vocês que me enviaram para cá, e sim Deus, que fez de mim como que um pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito. Voltem depressa para junto de meu pai e digam a ele: “Assim manda dizer o seu filho José: Deus me pôs por senhor em toda a terra do Egito. Venha para junto de mim; não demore. O senhor habitará na terra de Gósen e estará perto de mim — o senhor, os seus filhos, os filhos de seus filhos, os seus rebanhos, o seu gado e tudo o que lhe pertence. Ali eu o sustentarei, porque ainda haverá cinco anos de fome. Do contrário, acabará empobrecendo — o senhor, a sua casa e tudo o que lhe pertence.” José continuou: — Eis que vocês mesmos estão vendo, e meu irmão Benjamim vê também, que sou eu mesmo quem está falando com vocês. Anunciem a meu pai toda a minha glória no Egito e tudo o que vocês puderam ver. Vão depressa e tragam o meu pai para cá. E, lançando-se ao pescoço de seu irmão Benjamim, chorou. E, abraçado com ele, Benjamim também chorou. José beijou todos os seus irmãos e chorou, abraçado com eles. Depois, os seus irmãos falaram com ele. Fez-se ouvir na casa de Faraó esta notícia: “Chegaram os irmãos de José.” E Faraó e seus oficiais ficaram contentes com a notícia. Então Faraó disse a José: — Diga aos seus irmãos que façam o seguinte: carreguem os animais e voltem para a terra de Canaã; peguem o pai e as famílias de vocês e venham para junto de mim. Eu lhes darei o melhor da terra do Egito e vocês comerão a fartura da terra. — Ordene que façam também isto: levem da terra do Egito carretas para trazer os filhinhos e as mulheres de vocês; tragam o pai de vocês e venham. Não se preocupem com as suas coisas, porque o melhor de toda a terra do Egito será de vocês. E os filhos de Israel fizeram assim. José lhes deu carretas, conforme a ordem de Faraó; também lhes deu mantimento para a viagem. A cada um deles deu roupas novas, mas a Benjamim deu trezentas moedas de prata e cinco roupas novas. Também enviou a seu pai dez jumentos carregados do melhor do Egito, e dez jumentas carregadas de cereais e pão, e mantimento para a viagem do pai. E despediu os seus irmãos. Ao partirem, disse-lhes: — Não briguem pelo caminho. Então partiram do Egito e vieram à terra de Canaã, a Jacó, seu pai, e lhe disseram: — José ainda vive e é governador de toda a terra do Egito. Com isto, o coração lhe ficou como sem bater, porque não podia acreditar no que diziam. Mas, quando eles lhe contaram tudo o que José havia falado e quando ele viu as carretas que José havia mandado para levá-lo ao Egito, o espírito de Jacó, o pai deles, reviveu. E Israel disse: — Basta! O meu filho José ainda vive. Irei e o verei antes que eu morra.
- Salmos 34
Bendirei o Senhor em todo o tempo, o seu louvor estará sempre nos meus lábios. A minha alma se gloriará no Senhor; os humildes ouvirão isso e se alegrarão. Louvem comigo a grandeza do Senhor, e todos juntos lhe exaltemos o nome. Busquei o Senhor, e ele me acolheu; livrou-me de todos os meus temores. Os que olham para ele ficarão radiantes; o rosto deles jamais se cobrirá de vexame. Clamou este aflito, e o Senhor o ouviu e o livrou de todas as suas angústias. O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e os livra. Provem e vejam que o Senhor é bom; bem-aventurado é quem nele se refugia. Temam o Senhor, vocês que são os seus santos, pois nada falta aos que o temem. Os leõezinhos passam necessidade e sentem fome, porém aos que buscam o Senhor bem nenhum lhes faltará. Venham, meus filhos, e escutem; eu lhes ensinarei o temor do Senhor. Quem de vocês ama a vida e quer longevidade para ver o bem? Refreie a língua do mal e os lábios de falarem palavras enganosas. Afaste-se do mal e pratique o bem; procure a paz e empenhe-se por alcançá-la. Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos ao seu clamor. O rosto do Senhor está contra os que praticam o mal, para extirpar da terra a memória deles. Clamam os justos, e o Senhor os escuta e os livra de todas as suas angústias. Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado; ele salva os de espírito oprimido. Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra. Preserva-lhe todos os ossos, nem um deles sequer será quebrado. A desgraça matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão condenados. O Senhor resgata a alma dos seus servos, e dos que nele confiam nenhum será condenado.
- Salmos 36
Há no coração do ímpio a voz da transgressão; não há temor de Deus diante de seus olhos. Porque a transgressão o lisonjeia a seus olhos e lhe diz que a sua iniquidade não há de ser descoberta, nem detestada. As palavras de sua boca são maldade e engano; deixou de lado o discernimento e a prática do bem. No seu leito, planeja maldades, detém-se em caminho que não é bom, e não rejeita aquilo que é mau. A tua misericórdia, Senhor, chega até os céus, a tua fidelidade vai até as nuvens. A tua justiça é como as grandes montanhas; os teus juízos são como um abismo profundo. Tu, Senhor, preservas as pessoas e os animais. Como é preciosa, ó Deus, a tua misericórdia! Por isso, os filhos dos homens se acolhem à sombra das tuas asas. Fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente das tuas delícias lhes dás de beber. Pois em ti está a fonte da vida; na tua luz, vemos a luz. Estende a tua misericórdia aos que te conhecem, e a tua justiça, aos retos de coração. Não deixes que os pés dos soberbos me esmaguem, nem que a mão dos ímpios me obrigue a fugir. Tombaram os que praticam a iniquidade; foram derrubados e não conseguem mais se levantar.