Plano de leitura da Bíblia – dia 172
Texto(s) da Bíblia
- Marcos 5:21-43
Tendo Jesus voltado de barco para o outro lado, reuniu-se em volta dele uma grande multidão; e ele estava junto do mar. Então chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostrou-se aos pés de Jesus e lhe pediu com insistência: — Minha filhinha está morrendo; venha impor as mãos sobre ela, para que seja salva e viva. Jesus foi com ele. Uma grande multidão seguia Jesus, apertando-o de todos os lados. Estava ali certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia. Ela havia padecido muito nas mãos de vários médicos e gastado tudo o que tinha, sem, contudo, melhorar de saúde; pelo contrário, piorava cada vez mais. Tendo ouvido a fama de Jesus, a mulher chegou por trás, no meio da multidão, e tocou na capa dele. Porque dizia: “Se eu apenas tocar na roupa dele, ficarei curada.” E logo a hemorragia estancou, e ela sentiu no corpo que estava curada daquele mal. Jesus, reconhecendo imediatamente que dele havia saído poder, virando-se no meio da multidão, perguntou: — Quem tocou na minha roupa? Os discípulos responderam: — O senhor está vendo que a multidão o aperta e ainda pergunta: “Quem me tocou?” Ele, porém, olhava ao redor para ver quem tinha feito aquilo. Então a mulher, amedrontada e trêmula, ciente do que lhe havia acontecido, veio, prostrou-se diante de Jesus e declarou-lhe toda a verdade. Então Jesus lhe disse: — Filha, a sua fé salvou você. Vá em paz e fique livre desse mal. Enquanto Jesus ainda falava, chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, dizendo: — A sua filha já morreu; por que você ainda incomoda o Mestre? Mas Jesus, sem levar em conta tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: — Não tenha medo; apenas creia! Jesus não permitiu que ninguém o acompanhasse, a não ser Pedro e os irmãos Tiago e João. Chegando à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito. Ao entrar, disse: — Por que vocês estão alvoroçados e chorando? A criança não está morta, mas dorme. E riam-se dele. Mas Jesus, mandando que todos saíssem, levou consigo o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava. Tomando a criança pela mão, disse: — Talitá cumi! — que quer dizer: “Menina, eu digo a você: Levante-se!” Imediatamente a menina, que tinha doze anos, se levantou e começou a andar. Então todos ficaram muito admirados. Mas Jesus ordenou-lhes expressamente que ninguém o soubesse. E mandou que dessem de comer à menina.
- 2Samuel 14
Joabe, filho de Zeruia, vendo que o coração do rei começava a inclinar-se para Absalão, mandou trazer de Tecoa uma mulher sábia e lhe disse: — Finja que está muito triste, vista as suas roupas de luto, não se unja com óleo e faça de conta que é uma mulher que há muito tempo está de luto por algum morto. Apresente-se ao rei e diga-lhe tais e tais palavras. E Joabe lhe pôs as palavras na boca. A mulher tecoíta apresentou-se ao rei, e, inclinando-se, prostrou-se com o rosto em terra e disse: — Ajude-me, ó rei! Então o rei perguntou: — Em que posso ajudá-la? Ela respondeu: — Ai de mim! Sou viúva; o meu marido morreu. Esta sua serva tinha dois filhos, que brigaram entre si no campo. Como não houve quem os apartasse, um deles matou o outro. Eis que toda a parentela se levantou contra esta sua serva, e estão dizendo: “Entregue-nos aquele que matou o seu irmão, para que o matemos, em vingança da vida que ele tirou e para que destruamos também o herdeiro.” Assim, querem apagar a última brasa que me restou, não deixando a meu marido nome, nem sobrevivente na terra. O rei disse à mulher: — Vá para a sua casa, e eu darei ordens a seu respeito. Mas a mulher tecoíta disse ao rei: — Ó rei, meu senhor, que a culpa caia sobre mim e sobre a casa de meu pai. O rei e o seu trono sejam inocentes. Então o rei disse: — Se alguém falar contra você, traga-o aqui, e ele nunca mais a incomodará. A mulher acrescentou: — Que o rei se lembre do Senhor, seu Deus, para que os vingadores do sangue não se multipliquem e exterminem o meu filho. Davi respondeu: — Tão certo como vive o Senhor, não há de cair no chão nem um só dos cabelos de seu filho. Então a mulher disse: — Permita que esta sua serva fale uma palavra ao rei, meu senhor. Ele disse: — Fale. E a mulher prosseguiu: — Por que o senhor, meu rei, imaginou tal coisa contra o povo de Deus? Pois, ao pronunciar tal juízo, o rei condena a si mesmo, visto que não quer fazer voltar o seu desterrado. Porque todos temos de morrer; somos como água derramada na terra que já não se pode juntar. Porque Deus não tira a vida, mas encontra meios para que o banido não permaneça afastado de sua presença. Se vim, agora, falar esta palavra ao rei, meu senhor, é porque o povo me atemorizou. Porque esta sua serva dizia: “Vou falar com o rei, porque talvez ele fará segundo a palavra desta sua serva. Porque o rei atenderá, para livrar a sua serva da mão do homem que quer destruir tanto a mim como a meu filho da herança de Deus.” Dizia mais esta sua serva: “Seja, agora, a palavra do rei, meu senhor, para a minha tranquilidade, porque, como um anjo de Deus, assim é o rei, meu senhor, para discernir entre o bem e o mal.” Que o Senhor, seu Deus, esteja com o rei, meu senhor. Então o rei disse à mulher: — Não me encubra nada do que vou lhe perguntar. A mulher respondeu: — Pois fale o rei, meu senhor. O rei perguntou: — Não é verdade que a mão de Joabe está com você em tudo isto? Ela respondeu: — Juro pela sua vida, ó rei, meu senhor, que ninguém poderá se desviar, nem para a direita nem para a esquerda, de tudo o que o rei, meu senhor, tem dito. Sim, foi o seu servo Joabe quem me deu ordem e foi ele quem ditou a esta sua serva todas estas palavras. Foi para mudar o aspecto deste caso que o seu servo Joabe fez isto. Porém o meu senhor é tão sábio como um anjo de Deus, para entender tudo o que se passa na terra. Então o rei disse a Joabe: — Atendi ao seu pedido. Vá e traga o jovem Absalão. Joabe se inclinou, prostrou-se em terra, abençoou o rei e disse: — Hoje reconheço que obtive favor aos seus olhos, ó rei, meu senhor, porque o rei fez segundo a palavra do seu servo. Então Joabe se levantou, foi a Gesur e trouxe Absalão a Jerusalém. Mas o rei disse: — Que ele volte para a sua casa e não veja a minha face. Assim Absalão voltou para a sua casa e não viu a face do rei. Em todo o Israel não havia homem tão celebrado por sua beleza como Absalão. Desde a planta do pé até o alto da cabeça, não havia nele defeito algum. Quando cortava o cabelo — e isto se fazia no fim de cada ano, porque o cabelo lhe ficava pesado demais —, seu peso era de mais de dois quilos, segundo o peso real. Também nasceram a Absalão três filhos e uma filha. A filha se chamava Tamar e era uma mulher muito bonita. Absalão ficou dois anos em Jerusalém sem ver a face do rei. Então mandou chamar Joabe, para o enviar ao rei, mas Joabe não quis vir. Mandou chamá-lo segunda vez, mas Joabe ainda não quis vir. Então Absalão disse aos seus servos: — Vejam, Joabe tem um pedaço de campo pegado ao meu, e tem cevada nele. Vão lá e ponham fogo. E os servos de Absalão meteram fogo nesse pedaço de campo. Então Joabe se levantou, foi à casa de Absalão e lhe disse: — Por que os seus servos meteram fogo no pedaço de campo que é meu? Absalão respondeu: — Mandei chamá-lo, dizendo: “Venha cá”, para que o envie ao rei, para dizer-lhe o seguinte: “Para que vim de Gesur? Melhor seria ter ficado lá.” Agora quero ver o rei. Se há em mim alguma culpa, que ele me mate. Então Joabe foi ao rei e lhe entregou a mensagem de Absalão. O rei chamou Absalão, e este se apresentou diante dele e inclinou-se sobre o rosto em terra. E o rei o beijou.
- Daniel 8
No terceiro ano do reinado do rei Belsazar, eu, Daniel, tive uma visão. Isto aconteceu depois daquela visão que eu tive anteriormente. Quando tive a visão, parecia que eu estava na cidadela de Susã, que fica na província de Elão. Nessa visão, eu estava junto ao rio Ulai. Levantei os olhos e eis que, diante do rio, estava um carneiro, que tinha dois chifres. Os dois chifres eram compridos, mas um era mais comprido do que o outro; e o mais comprido apareceu por último. Vi que o carneiro dava chifradas para o oeste, para o norte e para o sul, e nenhum animal podia resistir a ele, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder. Ele fazia o que bem queria e, assim, se engrandeceu cada vez mais. Enquanto eu procurava entender isso, eis que um bode vinha do oeste percorrendo toda a terra, mas sem tocar no chão. Esse bode tinha um chifre bem visível entre os olhos. Foi na direção do carneiro que tinha os dois chifres, que eu tinha visto diante do rio, e correu contra ele com todo o seu furioso poder. Eu vi quando o bode chegou perto do carneiro e, enfurecido contra ele, o atacou e lhe quebrou os dois chifres. O carneiro não tinha força para resistir ao bode. O bode jogou o carneiro no chão e o pisou com os pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder do bode. O bode se engrandeceu cada vez mais. Porém, quando estava no auge do seu poder, o seu grande chifre foi quebrado, e em seu lugar saíram quatro chifres bem visíveis, que cresceram na direção dos quatro ventos do céu. De um deles saiu um chifre pequeno, que se engrandeceu na direção do sul, do leste e da terra gloriosa. Ele se engrandeceu tanto, que alcançou o exército dos céus. Lançou por terra alguns desse exército e das estrelas e os pisou com os pés. Ele se engrandeceu tanto, que chegou a desafiar o príncipe desse exército. Tirou dele o sacrifício diário e destruiu o lugar do seu santuário. O exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões. Lançou por terra a verdade, e tudo o que ele fez prosperou. Depois, ouvi um santo que falava; e outro santo lhe perguntou: — Até quando vai durar a visão do sacrifício diário suprimido e da transgressão desoladora? Até quando o santuário e o exército ficarão entregues, para que sejam pisados aos pés? Ele me disse: — Até duas mil e trezentas tardes e manhãs. Depois, o santuário será purificado. Depois que tive a visão, eu, Daniel, procurei entendê-la. Foi quando se apresentou diante de mim um ser que tinha a aparência de homem. E ouvi uma voz de homem que vinha das margens do rio Ulai e que gritou assim: — Gabriel, explique a visão a esse homem. Ele veio para perto de onde eu estava. Quando chegou, fiquei com muito medo e caí com o rosto em terra. Mas ele me disse: — Filho do homem, você precisa entender que esta visão se refere ao tempo do fim. Ele ainda falava comigo quando caí sem sentidos, com o rosto em terra. Ele, porém, me tocou, me pôs em pé e disse: — Eis que vou lhe contar o que há de acontecer no último tempo da ira, porque esta visão se refere ao tempo determinado do fim. Aquele carneiro com dois chifres, que você viu, são os reis da Média e da Pérsia. O bode peludo é o rei da Grécia, e o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei. O fato de o chifre ter sido quebrado, levantando-se quatro chifres em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão deste povo, mas não com força igual à que ele tinha. Quando se aproximar o fim desses reinos e as transgressões tiverem chegado ao máximo, surgirá um rei cruel e mestre em intrigas. Grande será o seu poder, mas não por sua própria força. Causará destruições terríveis, e prosperará naquilo que fizer. Destruirá os poderosos e o povo santo. Por sua astúcia, fará prosperar o engano. No seu coração ele se engrandecerá, e destruirá muitos que vivem despreocupadamente. Ele se levantará contra o Príncipe dos príncipes, mas será destruído sem intervenção humana. — A visão das tardes e das manhãs, que lhe foi dada, é verdadeira. Mas guarde a visão em segredo, porque se refere a dias ainda bem distantes. Eu, Daniel, enfraqueci e fiquei doente durante vários dias. Depois, me levantei e tratei dos negócios do rei. Fiquei espantado com a visão, e não havia quem a entendesse.