Plano de leitura da Bíblia – dia 171
Texto(s) da Bíblia
- Marcos 5:1-20
Jesus e os discípulos chegaram à outra margem do mar, à terra dos gerasenos. Ao desembarcar, logo um homem possuído de espírito imundo veio dos túmulos ao encontro de Jesus. Esse homem vivia nos túmulos, e ninguém podia prendê-lo, nem mesmo com correntes. Porque, tendo sido muitas vezes preso com correntes e cadeias, as cadeias foram quebradas por ele, e as correntes foram despedaçadas. E ninguém conseguia dominá-lo. Andava sempre, de noite e de dia, gritando por entre os túmulos e pelos montes, ferindo-se com pedras. Quando, de longe, viu Jesus, correu e prostrou-se diante dele, gritando em alta voz: — O que você quer comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Por Deus, peço-lhe que não me atormente! Ele disse isto, porque Jesus tinha dito a ele: “Espírito imundo, saia desse homem!” Então Jesus lhe perguntou: — Qual é o seu nome? Ele respondeu: — Legião é o meu nome, porque somos muitos. E pediu-lhe com insistência que não os mandasse para fora do país. Ora, uma grande manada de porcos estava pastando ali pelo monte. E os espíritos imundos pediram a Jesus: — Mande-nos para os porcos, para que entremos neles. E Jesus o permitiu. Então, saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos. E a manada, que era cerca de dois mil, precipitou-se despenhadeiro abaixo, para dentro do mar, onde se afogaram. Os que tratavam dos porcos fugiram e foram anunciá-lo na cidade e pelos campos. Então o povo saiu para ver o que tinha acontecido. Aproximando-se de Jesus, viram o endemoniado, o que antes estava dominado pela legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram. Os que haviam presenciado os fatos contaram-lhes o que tinha acontecido ao endemoniado e também falaram a respeito dos porcos. E começaram a pedir com insistência que Jesus se retirasse da terra deles. Quando Jesus estava entrando no barco, aquele que antes estava possuído pelos demônios pediu com insistência que Jesus o deixasse ficar com ele. Jesus, porém, não o permitiu; ao contrário, ordenou-lhe: — Vá para a sua casa, para os seus parentes, e conte-lhes tudo o que o Senhor fez por você e como teve compaixão de você. Então ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe tinha feito; e todos se admiravam.
- 2Samuel 13
Passado algum tempo, aconteceu o seguinte. Absalão, filho de Davi, tinha uma irmã muito bonita, cujo nome era Tamar. Amnom, filho de Davi, apaixonou-se por ela. Amnom ficou angustiado por causa de Tamar, sua irmã, a ponto de adoecer, pois, sendo ela virgem, parecia impossível para ele fazer alguma coisa com ela. Mas Amnom tinha um amigo que se chamava Jonadabe, filho de Simeia, irmão de Davi. Jonadabe era um homem muito esperto. E ele disse a Amnom: — Por que você está emagrecendo tanto dia após dia, ó filho do rei? Por que não me conta o que está acontecendo? Então Amnom disse: — Estou apaixonado por Tamar, irmã de Absalão, meu irmão por parte de pai. Jonadabe respondeu: — Deite-se na sua cama e finja que está doente. Quando o seu pai vier visitá-lo, diga-lhe: “Por favor, permita que a minha irmã Tamar venha e me dê de comer. Que ela prepare a comida diante de mim, para que eu coma de sua mão.” E assim Amnom deitou-se e fingiu que estava doente. Quando o rei foi visitá-lo, Amnom lhe disse: — Por favor, permita que a minha irmã Tamar venha e prepare dois bolos diante de mim, para que eu coma de sua mão. Então Davi mandou dizer a Tamar em seu palácio: — Por favor, vá à casa de seu irmão Amnom e prepare alguma comida para ele. Tamar foi à casa de Amnom, seu irmão, e ele estava deitado. Ela pegou a massa e a amassou, fez bolos diante dele e os assou. Pegou a assadeira e tirou os bolos diante dele, mas ele não quis comer. Amnom disse: — Mandem que todos saiam da minha presença. E todos saíram. E Amnom disse a Tamar: — Traga a comida ao meu quarto, e comerei da sua mão. Tamar pegou os bolos que havia feito e os levou a Amnom, seu irmão, no quarto. Quando ela oferecia os bolos para que ele comesse, Amnom agarrou-a e lhe disse: — Venha, deite-se comigo, minha irmã. Porém ela respondeu: — Não, meu irmão, não me force, porque não se faz uma coisa dessas em Israel. Não faça essa loucura! Porque, aonde iria eu com a minha vergonha? E você seria como um dos loucos de Israel. Agora, por favor, fale com o rei; ele não impedirá que eu case com você. Mas Amnom não quis dar ouvidos ao que Tamar dizia; pelo contrário, sendo mais forte do que ela, forçou-a e teve relações com ela. Depois Amnom sentiu por ela grande aversão, e maior era a aversão que sentiu por ela do que o amor com que a tinha amado. Então disse: — Levante-se e saia daqui! Mas Tamar respondeu: — Não, meu irmão! Porque mandar-me embora seria um mal maior do que o outro que você me fez. Porém ele não a quis ouvir. Chamou o moço que o servia e lhe disse: — Ponha esta mulher para fora e tranque a porta. Tamar vestia uma túnica talar de mangas compridas, porque assim se vestiam as filhas do rei que ainda eram virgens. O servo a pôs para fora e trancou a porta. Então Tamar colocou cinza sobre a cabeça, rasgou a túnica talar de mangas compridas que vestia, pôs as mãos sobre a cabeça e saiu, andando e clamando. Absalão, seu irmão, lhe disse: — Foi o seu irmão Amnom que esteve com você? Agora, minha irmã, fique calada; ele é seu irmão. Que o seu coração não fique angustiado por causa disso. E assim Tamar, desolada, ficou na casa de Absalão, seu irmão. Quando o rei Davi soube de tudo isso, ficou furioso. Porém Absalão não falou com Amnom nem mal nem bem, porque odiava Amnom, por ter este violentado Tamar, sua irmã. Passados dois anos, Absalão tosquiava as suas ovelhas em Baal-Hazor, perto de Efraim, e convidou todos os filhos do rei para irem até lá. Absalão foi falar com o rei e disse: — Eis que este seu servo está fazendo a tosquia das ovelhas. Peço que o rei e os seus servidores acompanhem este seu servo. O rei, porém, disse a Absalão: — Não, meu filho, não vamos todos juntos, para não sermos pesados a você. Absalão insistiu, mas o rei não quis ir; contudo, o abençoou. Então Absalão disse: — Se o rei não quer ir, pelo menos deixe que meu irmão Amnom nos acompanhe. Porém o rei lhe disse: — Por que ele iria com você? Absalão insistiu, e o rei deixou que Amnom e todos os filhos do rei fossem com ele. Absalão deu ordem aos seus moços, dizendo: — Fiquem atentos! Quando o coração de Amnom estiver alegre de vinho, e eu der uma ordem para matá-lo, então matem-no. Não tenham medo, pois sou eu quem está ordenando. Sejam fortes e valentes. E os moços de Absalão fizeram com Amnom como Absalão lhes havia ordenado. Então todos os filhos do rei se levantaram, cada um montou a sua mula, e fugiram. Estavam eles ainda a caminho, quando chegou a Davi esta notícia: “Absalão matou todos os filhos do rei, e nenhum deles escapou.” Então o rei se levantou, rasgou as suas roupas e se lançou por terra. E todos os seus servos que estavam presentes rasgaram também as suas roupas. Mas Jonadabe, filho de Simeia, irmão de Davi, tomou a palavra e disse: — Não pense o meu senhor que mataram todos os jovens, filhos do rei, porque somente Amnom morreu. Absalão tinha resolvido fazer isso, desde o dia em que a sua irmã Tamar foi violentada por Amnom. Portanto, que o rei, meu senhor, não ponha na cabeça essa ideia de que todos os filhos do rei morreram, porque só Amnom morreu. Enquanto isso, Absalão fugiu. O moço que estava de guarda, levantando os olhos, viu que vinha muito povo pelo caminho por detrás dele, pelo lado do monte. Então Jonadabe disse ao rei: — Eis aí vêm os filhos do rei! Como este seu servo falou, assim aconteceu. Mal tinha ele acabado de falar, chegaram os filhos do rei e, levantando a voz, choraram. Também o rei e todos os seus servos choraram amargamente. Absalão, porém, fugiu e foi ficar com Talmai, filho de Amiúde, rei de Gesur. E Davi pranteava por seu filho todos os dias. Assim, Absalão fugiu, indo para Gesur, onde ficou três anos. Então o rei Davi cessou de perseguir Absalão, porque já tinha se consolado a respeito de Amnom, que era morto.
- Daniel 7
No primeiro ano do reinado de Belsazar, rei da Babilônia, Daniel teve um sonho, e visões passaram diante de seus olhos, quando ele estava deitado em sua cama. Logo depois ele escreveu o sonho, fazendo um resumo de todas as coisas. Daniel disse: — Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o grande mar. Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar. — O primeiro era como um leão e tinha asas de águia. Enquanto eu olhava, as suas asas foram arrancadas, ele foi levantado da terra e posto em pé, para que andasse como homem; e foi dada a ele uma mente humana. — A seguir, apareceu o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou sobre um dos seus lados. Na boca, entre os dentes, trazia três costelas. E lhe diziam: “Levante-se e devore muita carne.” — Depois disto, continuei olhando, e eis que apareceu outro animal, semelhante a um leopardo. Tinha nas costas quatro asas de ave. Este animal tinha também quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio. — Depois disto, eu continuava olhando nas visões da noite, e apareceu o quarto animal, terrível, espantoso e muito forte. Tinha grandes dentes de ferro. Ele devorava, fazia em pedaços e pisava com os pés o que sobrava. Era diferente de todos os animais que apareceram antes dele e tinha dez chifres. — Enquanto eu observava os chifres, eis que entre eles subiu outro chifre, pequeno, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados. E eis que neste chifre havia olhos, como olhos de ser humano, e uma boca que falava com arrogância. “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de Dias se assentou. Sua roupa era branca como a neve, e os cabelos da cabeça eram como a lã pura. O seu trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono eram fogo ardente. Um rio de fogo manava e saía de diante dele. Milhares de milhares o serviam, e milhões de milhões estavam diante dele. Foi instalada a sessão do tribunal e foram abertos os livros.” — Continuei olhando, por causa do som das palavras arrogantes que o chifre proferia. Fiquei olhando e vi que o animal foi morto, e o seu corpo foi destruído e entregue para ser queimado. Quanto aos outros animais, foi-lhes tirado o domínio, mas foi-lhes dada prolongação de vida por um prazo e um tempo. “Eu estava olhando nas minhas visões da noite. E eis que vinha com as nuvens do céu alguém como um filho do homem. Ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado o domínio, a glória e o reino, para que as pessoas de todos os povos, nações e línguas o servissem. O seu domínio é domínio eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído.” — Eu, Daniel, fiquei alarmado, e as visões que passaram diante dos meus olhos me perturbaram. Então me dirigi a um dos que estavam ali perto e lhe pedi a verdade a respeito de tudo isso. Ele falou comigo e me fez saber a interpretação das coisas: “Estes grandes animais, que são quatro, são quatro reis que se levantarão da terra. Mas os santos do Altíssimo receberão o reino e o possuirão para todo o sempre, de eternidade a eternidade.” — Então tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros, muito terrível, cujos dentes eram de ferro, cujas garras eram de bronze, que devorava, fazia em pedaços e pisava com os pés o que sobrava. Também quis saber a respeito dos dez chifres que ele tinha na cabeça e do outro chifre que subiu, diante do qual caíram três chifres, ou seja, aquele chifre que tinha olhos e uma boca que falava com arrogância e que parecia mais forte do que os outros chifres. Enquanto eu olhava, eis que esse chifre fazia guerra contra os santos e estava vencendo. Até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo. E veio o tempo em que os santos possuíram o reino. — Então ele disse: “O quarto animal será um quarto reino na terra, que será diferente de todos os outros reinos. Ele devorará toda a terra, e a pisará com os pés, e a fará em pedaços. Os dez chifres correspondem a dez reis que se levantarão daquele reino. Depois deles, se levantará outro rei, que será diferente dos primeiros, e derrotará três reis. Ele falará contra o Altíssimo, oprimirá os santos do Altíssimo e tentará mudar os tempos e a lei; e os santos serão entregues nas mãos dele por um tempo, tempos e metade de um tempo. Mas, depois, será instalada a sessão do tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até o fim. O reino, o domínio e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. O seu reino será um reino eterno e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão.” — Aqui termina a explicação. Quanto a mim, Daniel, os meus pensamentos muito me perturbaram, e o meu rosto se empalideceu. Mas guardei estas coisas em meu coração.