Plano de leitura da Bíblia – dia 109
Texto(s) da Bíblia
- Atos 7:23-60
— Quando completou quarenta anos, Moisés teve a ideia de visitar os seus irmãos, os filhos de Israel. Vendo um homem ser maltratado, saiu em defesa dele e vingou o oprimido, matando o egípcio. Ora, Moisés pensava que seus irmãos entenderiam que Deus queria salvá-los por meio dele; eles, porém, não entenderam. No dia seguinte, Moisés aproximou-se de uns que brigavam e procurou reconduzi-los à paz, dizendo: “Homens, vocês são irmãos; por que estão maltratando um ao outro?” Mas o que agredia o seu próximo repeliu Moisés, dizendo: “Quem colocou você como chefe e juiz sobre nós? Será que quer me matar, assim como ontem matou o egípcio?” Ao ouvir isto, Moisés fugiu e se tornou peregrino na terra de Midiã, onde lhe nasceram dois filhos. — Passados quarenta anos, apareceu-lhe, no deserto do monte Sinai, um anjo, por entre as chamas de uma sarça que estava queimando. Moisés ficou maravilhado diante daquela visão e, aproximando-se para contemplá-la, ouviu-se a voz do Senhor, que disse: “Eu sou o Deus dos seus pais, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó.” Moisés, tremendo de medo, não ousava contemplar a sarça. Então o Senhor disse: “Tire as sandálias dos pés, porque o lugar em que você está é terra santa. Certamente vi o sofrimento do meu povo no Egito, ouvi o seu gemido e desci para libertá-lo. Venha, agora; vou mandar você para o Egito.” — A este Moisés, a quem tinham rejeitado, dizendo: “Quem colocou você como chefe e juiz?”, Deus enviou como chefe e libertador, com a assistência do anjo que lhe apareceu na sarça. Foi Moisés quem os tirou de lá, fazendo prodígios e sinais na terra do Egito, no mar Vermelho e no deserto, durante quarenta anos. Foi ainda Moisés quem disse aos filhos de Israel: “Deus fará com que, do meio dos irmãos de vocês, se levante um profeta semelhante a mim.” É este Moisés quem esteve na congregação no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai e com os nossos pais. Foi ele quem recebeu palavras vivas para nos transmitir. — Nossos pais não quiseram obedecer a Moisés, mas o rejeitaram e, no seu coração, voltaram para o Egito, dizendo a Arão: “Faça para nós deuses que vão adiante de nós; porque, quanto a este Moisés, que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu.” Naqueles dias, fizeram um bezerro e ofereceram sacrifício ao ídolo, alegrando-se com as obras das suas mãos. Mas Deus se afastou e os entregou à adoração das estrelas do céu, como está escrito no Livro dos Profetas: “Ó casa de Israel, será que foi para mim que vocês ofereceram vítimas e sacrifícios no deserto, durante quarenta anos? Não é verdade que vocês levantaram o tabernáculo de Moloque e a estrela de Renfã, o deus de vocês, imagens que vocês fizeram para as adorar? Por isso, vou mandar vocês ao exílio para além da Babilônia.” — O tabernáculo do testemunho estava entre nossos pais no deserto, como havia ordenado aquele que disse a Moisés que o fizesse segundo o modelo que tinha visto. Também nossos pais, com Josué, tendo recebido o tabernáculo, o levaram, quando tomaram posse das nações que Deus expulsou da presença deles. Foi assim até os dias de Davi, que obteve o favor de Deus e pediu autorização para construir uma casa para o Deus de Jacó. Mas foi Salomão quem lhe edificou a casa. Entretanto, o Altíssimo não habita em casas feitas por mãos humanas. Como diz o profeta: “O céu é o meu trono, e a terra é o estrado dos meus pés. Que casa vocês edificarão para mim, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso? Não é fato que a minha mão fez todas estas coisas?” — Homens teimosos e incircuncisos de coração e de ouvidos, vocês sempre resistem ao Espírito Santo. Vocês fazem exatamente o mesmo que fizeram os seus pais. Qual dos profetas os pais de vocês não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vocês agora se tornaram traidores e assassinos, vocês que receberam a lei por ministério de anjos e não a guardaram. Ao ouvirem isto, ficaram com o coração cheio de raiva e rangiam os dentes contra ele. Mas Estêvão, cheio do Espírito Santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à direita de Deus. Então disse: — Eis que vejo os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à direita de Deus. Eles, porém, gritando bem alto, taparam os ouvidos e, unânimes, avançaram contra ele. E, expulsando-o da cidade, o apedrejaram. As testemunhas deixaram as capas deles aos pés de um jovem chamado Saulo. E enquanto o apedrejavam, Estêvão orava, dizendo: — Senhor Jesus, recebe o meu espírito! Então, ajoelhando-se, gritou bem alto: — Senhor, não os condenes por causa deste pecado! E, depois que ele disse isso, morreu.
- Atos 8:1
E Saulo consentia na morte de Estêvão. Naquele dia, teve início uma grande perseguição contra a igreja em Jerusalém. Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e da Samaria.
- Deuteronômio 31
Moisés foi e falou estas palavras a todo o Israel. Ele disse: — Hoje estou com cento e vinte anos de idade. Já não tenho forças para fazer o meu trabalho, e o Senhor me disse: “Você não passará o Jordão.” O Senhor, o Deus de vocês, passará adiante de vocês. Ele destruirá as nações que estão diante de vocês, e vocês tomarão posse delas. Josué passará adiante de vocês, como o Senhor falou. O Senhor fará com essas nações o que fez com Seom e Ogue, reis dos amorreus, e com a terra deles, que ele destruiu. Quando, pois, o Senhor entregar nas suas mãos esses povos que estão diante de vocês, façam com eles segundo todo o mandamento que ordenei a vocês. Sejam fortes e corajosos, não tenham medo, nem fiquem apavorados diante deles, porque o Senhor, seu Deus, é quem vai com vocês; ele não os deixará, nem os abandonará. Moisés chamou Josué e lhe disse na presença de todo o Israel: — Seja forte e corajoso, porque, com este povo, você entrará na terra que o Senhor, sob juramento, prometeu dar a seus pais; e você os fará herdá-la. O Senhor é quem irá à sua frente. Ele estará com você, não o deixará, nem o abandonará. Não tenha medo, nem fique assustado. Moisés escreveu esta Lei e a entregou aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca da aliança do Senhor, e a todos os anciãos de Israel. Moisés lhes deu a seguinte ordem: — Ao final de cada sete anos, precisamente no ano do perdão das dívidas, na Festa dos Tabernáculos, quando todo o Israel se apresentar diante do Senhor, seu Deus, no lugar que este escolher, vocês devem ler esta Lei diante de todo o Israel. Reúnam o povo, os homens, as mulheres, as crianças e os estrangeiros que se encontram nas cidades onde vocês moram, para que ouçam, aprendam e temam o Senhor, o Deus de vocês, e cuidem de cumprir todas as palavras desta Lei, e para que os seus filhos que não a souberem ouçam e aprendam a temer o Senhor, seu Deus, todos os dias que viverem na terra em que, passando o Jordão, vocês vão entrar e da qual tomarão posse. O Senhor disse a Moisés: — Eis que está chegando o dia em que você vai morrer. Chame Josué, e apresentem-se na tenda do encontro, para que eu lhe dê ordens. Assim, Moisés e Josué foram e se apresentaram na tenda do encontro. Então o Senhor apareceu, ali, na coluna de nuvem, a qual se deteve sobre a porta da tenda. O Senhor disse a Moisés: — Eis que em breve você vai morrer e então este povo se levantará, e se prostituirá, seguindo deuses estranhos na terra em que vão entrar. Eles me deixarão, e anularão a aliança que fiz com eles. Nesse dia, a minha ira se acenderá contra eles; eu os abandonarei e deles esconderei o rosto, para que sejam destruídos. E tantos males e angústias os alcançarão, que naquele dia dirão: “Não é verdade que estes males nos alcançaram porque o nosso Deus não está entre nós?” Certamente esconderei o rosto naquele dia, por todo o mal que tiverem feito, por terem se voltado para outros deuses. — Escrevam para vocês este cântico e tratem de ensiná-lo aos filhos de Israel. Ponham este cântico na boca de cada um deles, para que me seja por testemunha contra os filhos de Israel. Quando eu tiver introduzido o meu povo na terra que mana leite e mel, a qual, sob juramento, prometi aos pais deles, e eles tiverem comido, se fartado e engordado, então eles se voltarão para outros deuses, os servirão e me desprezarão, anulando a minha aliança. E, quando muitos males e angústias os tiverem alcançado, este cântico será minha testemunha contra eles, pois os descendentes deles sempre o trarão na boca. Porque conheço os desígnios que hoje estão formulando, antes que os leve para a terra que, sob juramento, prometi. Assim, naquele mesmo dia, Moisés escreveu este cântico e o ensinou aos filhos de Israel. O Senhor deu esta ordem a Josué, filho de Num: — Seja forte e corajoso, porque você levará os filhos de Israel para a terra que, sob juramento, lhes prometi; e eu estarei com você. Tendo Moisés acabado de escrever, integralmente, as palavras desta Lei num livro, deu ordem aos levitas que levavam a arca da aliança do Senhor, dizendo: — Peguem este Livro da Lei e coloquem-no ao lado da arca da aliança do Senhor, seu Deus, para que fique ali como testemunha contra vocês. Porque conheço a rebeldia e teimosia de vocês. Porque se hoje, durante a minha vida, enquanto ainda estou aqui, vocês já são rebeldes contra o Senhor, o que vai acontecer depois da minha morte? Reúnam diante de mim todos os anciãos das tribos e os oficiais, para que eu fale aos seus ouvidos estas palavras e tome o céu e a terra por testemunhas contra eles. Porque sei que, depois da minha morte, vocês certamente se deixarão corromper e se desviarão do caminho que lhes tenho ordenado. Então, nos últimos dias, este mal os alcançará, porque vocês farão o que é mau aos olhos do Senhor, provocando-o à ira com as obras das suas mãos. Então Moisés pronunciou, integralmente, as palavras deste cântico aos ouvidos de toda a congregação de Israel:
- Deuteronômio 32
“Inclinem os ouvidos, ó céus, e falarei; e ouça a terra as palavras da minha boca. Goteje a minha doutrina como a chuva, destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco sobre a relva e como gotas de água sobre a erva.” “Porque proclamarei o nome do Senhor. Louvem a grandeza do nosso Deus. Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo. Deus é fidelidade, e nele não há injustiça; é justo e reto.” “Procederam corruptamente contra ele, já não são seus filhos, e sim suas manchas; é geração perversa e deformada. É assim que vocês retribuem ao Senhor, povo tolo e insensato? Não é ele o Pai de vocês, que os adquiriu, que os fez e estabeleceu?” “Lembrem-se dos dias da antiguidade, atentem para os anos de sucessivas gerações. Perguntem aos seus pais, e eles informarão; aos seus anciãos, e eles lhes dirão. Quando o Altíssimo distribuía as heranças às nações, quando separava os filhos dos homens uns dos outros, fixou as fronteiras dos povos, segundo o número dos filhos de Israel. Porque a porção do Senhor é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança.” “Ele o encontrou numa terra deserta e num ermo solitário povoado de uivos; rodeou-o e cuidou dele, guardou-o como a menina dos olhos. Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as asas e, tomando-os, os leva sobre elas, assim, só o Senhor guiou o seu povo, e não havia com ele deus estranho.” “Ele o fez cavalgar sobre os altos da terra, comer o produto do campo, chupar mel da rocha e azeite da pedra dura; alimentou-o com coalhada de vacas e leite de ovelhas, com a gordura dos cordeiros, dos carneiros que pastam em Basã e dos bodes, com o melhor trigo. E vocês beberam o sangue das uvas, o vinho.” “Mas Jesurum engordou e deu coices — vocês engordaram, engrossaram, se estufaram! Ele abandonou a Deus, que o fez, desprezou a Rocha da sua salvação. Com deuses estranhos eles provocaram ciúmes, com abominações o irritaram. Ofereceram sacrifícios aos demônios, não a Deus; sacrificaram a deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco, diante dos quais os seus pais não tremeram. Não se lembraram da Rocha que os gerou; e se esqueceram do Deus que os fez nascer.” “O Senhor viu isso e os desprezou, por causa da provocação de seus filhos e suas filhas. Ele disse: ‘Esconderei deles o rosto, verei qual será o seu fim; porque são uma geração perversa, filhos em quem não há lealdade. Provocaram ciúmes em mim com aquilo que não é Deus; com seus ídolos me provocaram à ira. Portanto, provocarei ciúmes neles com aquele que não é povo; com uma nação tola os despertarei à ira. Porque um fogo se acendeu no meu furor e queimará até o mais profundo do inferno, consumirá a terra e as suas colheitas e incendiará os fundamentos dos montes.’” “‘Amontoarei males sobre eles; esgotarei as minhas flechas contra eles. Consumidos serão pela fome, devorados pela febre e peste violenta. Contra eles enviarei animais selvagens e veneno de criaturas que se arrastam no pó. Do lado de fora, a espada causará devastação; em casa, o pavor, tanto ao jovem como à virgem, tanto à criança de peito como ao homem de cabelos brancos. Eu disse que os espalharia por todos os cantos e que faria cessar a sua memória dentre os homens, se eu não tivesse receado a provocação do inimigo, para que os seus adversários não se iludam, para que não digam: A nossa mão prevaleceu, e não foi o Senhor quem fez tudo isto.’” “‘Porque o meu povo é gente sem juízo, e neles não há entendimento. Quem dera fossem eles sábios! Então entenderiam isto e compreenderiam qual será o seu fim. Como poderia um só perseguir mil, e dois fazerem fugir dez mil, se a sua Rocha não os tivesse vendido, se o Senhor não os tivesse entregue?’” “‘Porque a rocha deles não é como a nossa Rocha; e os próprios inimigos o atestam. Porque a vinha deles é da vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra; as suas uvas são uvas de veneno, seus cachos são amargos; o vinho deles é veneno de serpentes e peçonha terrível de víboras.’” “‘Não está isto guardado comigo, selado nos meus tesouros? A mim pertence a vingança, a retribuição, a seu tempo, quando o pé deles resvalar; porque o dia da sua calamidade está próximo, e o seu destino se apressa em chegar.’ Porque o Senhor fará justiça ao seu povo e se compadecerá dos seus servos, quando notar que o poder deles se foi, e já não há nem escravo nem livre. Então dirá: ‘Onde estão os seus deuses? E a rocha em quem confiavam? Deuses que comiam a gordura de seus sacrifícios e bebiam o vinho de suas libações? Que eles se levantem e os ajudem, para que haja um esconderijo para vocês!’” “‘Vejam, agora, que eu, sim, eu sou Ele, e que não há nenhum deus além de mim; eu mato e eu faço viver; eu firo e eu saro; e não há quem possa livrar alguém da minha mão. Levanto a mão aos céus e afirmo por minha vida eterna: se eu afiar a minha espada reluzente, e a minha mão exercitar o juízo, tomarei vingança contra os meus adversários e retribuirei aos que me odeiam. Embriagarei as minhas setas de sangue — a minha espada comerá carne —, do sangue dos mortos e dos prisioneiros, das cabeças cabeludas do inimigo.’” “Ó nações, louvem com o povo de Deus, porque o Senhor vingará o sangue dos seus servos, tomará vingança dos seus adversários e fará expiação pela terra do seu povo.” Moisés veio e falou todas as palavras deste cântico aos ouvidos do povo, ele e Josué, filho de Num. Quando Moisés acabou de falar todas estas palavras a todo o Israel, disse-lhes: — Guardem no coração todas as palavras que hoje testifico entre vocês, para que ordenem a seus filhos que tratem de cumprir todas as palavras desta Lei. Porque esta palavra não é para vocês coisa vã; pelo contrário, é a sua vida; e, por esta mesma palavra, vocês prolongarão os dias na terra em que, passando o Jordão, vocês vão entrar e da qual tomarão posse. Naquele mesmo dia, o Senhor falou a Moisés, dizendo: — Suba a este monte de Abarim, ao monte Nebo, que está na terra de Moabe, em frente de Jericó, e veja a terra de Canaã, que dou como propriedade aos filhos de Israel. Você vai morrer no monte, ao qual terá subido, e será reunido ao seu povo, como Arão, o seu irmão, morreu no monte Hor e foi reunido ao seu povo. Porque vocês foram infiéis a mim no meio dos filhos de Israel, nas águas de Meribá de Cades, no deserto de Zim, pois não me santificaram no meio dos filhos de Israel. Por isso você verá a terra à sua frente, mas não entrará nela, na terra que dou aos filhos de Israel.
- Jó 19
Então Jó respondeu: “Até quando vocês vão me atormentar e me esmagar com as suas palavras? Já dez vezes vocês me insultaram e não se envergonham de me injuriar. Se eu tivesse realmente cometido algum erro, isso interessaria somente a mim. Se vocês querem se engrandecer contra mim e usam a minha vergonha como argumento contra mim, então saibam que Deus foi injusto comigo e me cercou com a sua rede.” “Eis que clamo: ‘Violência!’, mas não sou ouvido; grito: ‘Socorro!’, porém não há justiça. Deus fechou o meu caminho, e não consigo passar; e nas minhas veredas pôs trevas. Despojou-me da minha honra e tirou a coroa da minha cabeça. Arruinou-me de todos os lados, e eu me vou; tirou-me a esperança, como se arranca uma árvore. Acendeu contra mim a sua ira e me trata como um dos seus adversários. Juntas vieram as suas tropas; prepararam contra mim o seu caminho e acamparam ao redor da minha tenda.” “Deus levou os meus irmãos para longe de mim, e os que me conhecem, como estranhos, se afastaram de mim. Os meus parentes me abandonaram, e os meus conhecidos se esqueceram de mim. Os que se abrigam na minha casa e as minhas servas me consideram como um estranho; vim a ser um estrangeiro aos olhos deles. Chamo o meu servo, e ele não me responde; tenho de suplicar-lhe, eu mesmo. O meu hálito é intolerável à minha mulher, e pelo mau cheiro sou repugnante aos meus irmãos. Até as crianças me desprezam, e, quando tento me levantar, zombam de mim. Todos os meus amigos íntimos me detestam, e até os que eu amava se voltaram contra mim. Os meus ossos se apegam à minha pele e à minha carne; escapei só com a pele dos meus dentes. Tenham pena de mim, meus amigos, tenham pena de mim, porque a mão de Deus me atingiu. Por que vocês me perseguem como Deus me persegue e não cessam de devorar a minha carne?” “Quem dera fossem agora escritas as minhas palavras! Quem dera fossem gravadas em livro! Que, com pena de ferro e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha! Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Eu o verei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade o meu coração desfalece dentro de mim.” “Se vocês disserem: ‘Como o perseguiremos?’ E: ‘A causa deste mal se acha nele mesmo’, então tenham medo da espada, porque tais acusações merecem o seu furor, para que vocês saibam que há um juízo.”