61Então, Jó respondeu:
2
Oxalá que, de fato, se pesasse a minha insubmissão,
e juntamente, na balança, se pusesse a minha calamidade!
3Pois, agora, seria esta
mais pesada do que a areia dos mares.
Portanto, as minhas palavras foram temerárias.
4Porque
Sl 38.2
as setas do Todo-Poderoso estão em mim cravadas,
e o meu espírito suga
21.20
o veneno delas.
Os terrores de Deus se arregimentam contra mim.
5Zurrará
o asno montês quando tiver erva?
Ou mugirá o boi junto ao seu pasto?
6Pode comer-se sem sal o que é insípido?
Ou há gosto na clara do ovo?
7Isto! … A minha alma
33.20
recusa tocá-lo,
é para mim como comida repugnante.
8Quem dera que se cumprisse o meu rogo,
e que Deus me concedesse o que anelo!
9Que fosse
9.21
10.1
Nm 11.15
1Rs 19.4
do agrado de Deus esmagar-me,
que estendesse a sua mão, e me exterminasse!
10Então, eu acharia ainda conforto
e exultaria na dor que não poupa;
porque
23.11-12
não tenho negado as palavras do Santo.
11Pois que força é a minha, para que eu espere?
Ou qual é o meu fim, para me
portar com paciência?
12É a minha força a força de pedras?
Ou é de cobre a minha carne?
13Não é verdade que
não há socorro em mim,
e que o ser bem sucedido me é vedado?
14Ao que está prestes
a sucumbir deve o amigo mostrar compaixão,
mesmo ao que
15.4
abandona o temor do Todo-Poderoso.
15Meus irmãos houveram-se
aleivosamente como uma torrente,
como o canal de torrentes que desaparecem;
16as quais se turvam com o gelo,
e nelas se esconde a neve.
17No tempo em
que ficam quentes, desvanecem;
quando vem o calor, se fazem secas.
18As caravanas que acompanham o seu curso se desviam;
sobem ao deserto e perecem.
19As caravanas de
Is 21.14
Jr 25.23
Tema viram,
e os viandantes de
Sabá por elas esperaram.
20
Ficaram desapontados por terem esperado,
chegaram ali e ficaram confundidos.
21Assim, pois, vos assemelhais à torrente;
vedes em mim um terror e tendes medo.
22Acaso, disse eu: Dai-me um presente?
Ou: Fazei-me uma oferta da vossa fazenda?
23Ou: Livrai-me da mão do adversário?
Ou: Redimi-me do poder dos opressores?
24Ensinai-me, e eu me calarei;
e fazei-me entender em que tenho errado.
25Quão persuasivas são palavras de justiça!
Mas que é o que a vossa arguição reprova?
26Acaso, pensais em reprovardes palavras,
sendo que
15.2
16.3
os ditos do homem desesperado são proferidos ao vento?
27Até quereis
Na 3.10
deitar sorte sobre
24.3,9
o órfão
e fazer mercadoria do vosso amigo.
28Agora, pois, tende a bondade de olhar para mim,
porque, certamente, à vossa face,
33.3
36.4
não mentirei.
29Mudai de parecer, vos peço, não haja injustiça;
Sim, mudai de parecer;
19.6
23.10
27.5-6
34.5
42.1-6
a minha causa é justa.
30Há injustiça na minha língua?
Não pode
o meu paladar discernir coisas perniciosas?