Almeida Revista e Corrigida (1969) (RC69)
7

A tradição dos anciãos

Mateus 15.1-20, etc.

71E AJUNTARAM-SE a ele os fariseus, e alguns dos escribas que tinham vindo de Jerusalém. 2E, vendo que alguns dos seus discípulos comiam pão com as mãos impuras, isto é, por lavar, os repreendiam. 3Porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes; 4E, quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal e as camas. 5Depois perguntaram-lhe

7.5:
Mt 15.1
os fariseus e os escribas: Por que não andam os teus discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as mãos por lavar? 6E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito:
7.6:
Is 29.13
Mt 15.8
Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. 7Em vão, porém, 7.7: ou me adoramme honram, ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. 8Porque, deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. 9E dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa tradição. 10Porque Moisés disse: Honra
7.10:
Êx 20.12
21.17
Lv 20.9
Dt 5.16
Pv 20.20
Mt 15.4
a teu pai e a tua mãe; e quem maldisser, ou o pai ou a mãe, morrerá de morte. 11Porém vós dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é Corbã,
7.11:
Mt 15.5
23.18
isto é, oferta ao Senhor; 12Nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, 13Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes a estas. 14E, chamando
7.14:
Mt 15.10
outra vez a multidão, e disse-lhes: Ouvi-me vós todos, e compreendei. 15Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem. 16Se alguém
7.16:
Mt 11.15
tem ouvidos para ouvir, ouça. 17Depois,
7.17:
Mt 15.15
quando deixou a multidão, e entrou em casa, os seus discípulos o interrogavam acerca desta parábola. 18E ele disse-lhes: Assim também vós estais sem entendimento? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, 19Porque não entra no seu coração, mas no ventre, e é lançado fora, ficando puras todas as comidas? 20E dizia: O que sai do homem isso contamina o homem. 21Porque
7.21:
Gn 6.5
do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os adultérios, as prostituições, os homicídios, 22Os furtos, a avareza, as maldades, o engano, a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. 23Todos estes males procedem de dentro e contaminam o homem.

A mulher cananeia

Mateus 15.21-28

24E, levantando-se dali, foi para os termos de Tiro e de Sidom. E, entrando numa casa, não queria que alguém o soubesse, mas não pôde esconder-se; 25Porque uma mulher, cuja filha tinha um espírito imundo, ouvindo falar dele, foi, e lançou-se aos seus pés. 26E esta mulher era grega, siro-fenícia de nação, e rogava-lhe que expulsasse de sua filha o demônio. 27Mas Jesus disse-lhe: Deixa primeiro saciar os filhos; porque não convém tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. 28Ela, porém, respondeu, e disse-lhe: Sim, Senhor; mas também os cachorrinhos comem, debaixo da mesa, as migalhas dos filhos. 29Então ele disse-lhe: Por essa palavra, vai; o demônio saiu de tua filha. 30E, indo ela para sua casa, achou a filha deitada sobre a cama, e que o demônio já tinha saído.

Cura dum surdo e gago de Decápolis

31E ele,

7.31:
Mt 15.29
tornando a sair dos termos de Tiro e de Sidom, foi até ao mar da Galileia, pelos confins de Decápolis. 32E trouxeram-lhe um surdo, que
7.32:
Mt 9.32
Lc 11.14
falava dificilmente; e rogaram-lhe que pusesse a mão sobre ele. 33E, tirando-o à parte de entre a multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos; e, cuspindo,
7.33:
Mc 8.23
Jo 9.6
tocou-lhe na língua. 34E, levantando os olhos ao céu,
7.34:
Mc 6.41
Jo 11.41
17.1
suspirou,
7.34:
Jo 11.33,38
e disse: Efatá; isto é, Abre-te. 35E logo
7.35:
Is 35.5-6
Mt 11.5
se abriram os seus ouvidos, e a prisão da língua se desfez, e falava perfeitamente. 36E ordenou-lhes
7.36:
Mc 5.43
que a ninguém o dissessem; mas, quanto mais lho proibia, tanto mais o divulgavam. 37E, admirando-se sobremaneira, diziam: Tudo faz bem: faz ouvir os surdos e falar os mudos.