41ENTÃO respondeu Elifaz, o temanita, e disse: 2Se intentarmos falar-te, enfadar-te-ás? Mas quem poderá conter as palavras? 3Eis que ensinaste a muitos, e esforçaste
as mãos fracas. 4As tuas palavras levantaram os que tropeçavam,
e os joelhos desfalecentes fortificaste. 5Mas agora a ti te vem, e te enfadas; e, tocando-te a ti, te perturbas. 6Porventura não era o
Pv 3.26
teu temor de Deus a tua confiança, e a tua esperança a sinceridade dos teus caminhos? 7Lembra-te agora de qual é o inocente que jamais perecesse? E onde foram os sinceros destruídos? 8Segundo eu tenho visto, os que lavram iniquidade e semeiam o mal segam
Os 10.13
Gl 6.7-8
isso mesmo. 9Com o hálito de Deus perecem; e com o assopro da sua ira se consomem. 10O bramido do leão, e a voz do leão feroz, e os dentes dos leõezinhos se quebrantam. 11Perece o leão velho, porque não há presa, e os filhos da leoa andam dispersos. 12Uma palavra se me disse em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela. 13Entre pensamentos de visões da noite, quando cai sobre os
homens o sono profundo, 14Sobreveio-me o espanto e o
tremor, e todos os meus ossos estremeceram. 15Então um espírito passou por diante de mim; fez-me arrepiar os cabelos da minha carne; 16Parou ele, mas não conheci a sua feição; um vulto estava diante dos meus olhos: e, calando-me, ouvi uma voz que dizia: 17Seria porventura
o homem mais justo do que Deus? Seria porventura o varão mais puro do que o seu Criador? 18Eis que
25.5
2Pe 2.4
nos seus servos não confia, e nos seus anjos encontra loucura; 19Quanto
2Co 4.7
5.1
menos naqueles que habitam em casas de lodo, cujo fundamento está no pó, e são machucados como a traça! 20Desde manhã até à tarde são despedaçados; e eternamente perecem sem que disso se faça caso. 21Porventura não passa com eles a sua excelência? Morrem, mas sem sabedoria.
51CHAMA agora; há alguém que te responda? E para qual dos santos te virarás? 2Porque a ira destrói o louco; e o zelo mata o tolo. 3Bem vi eu
o louco lançar raízes; mas logo amaldiçoei a sua habitação. 4Seus filhos estão longe da salvação; e são despedaçados às portas, e não há quem os livre. 5A sua messe a devora o faminto, que até dentre os
1Co 10.13
espinhos a tira; e o salteador traga a sua fazenda. 6Porque do pó não procede a aflição, nem da terra brota o trabalho. 7Mas o homem
nasce para o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para voar. 8Mas quanto a mim eu buscaria a Deus, e a Ele dirigiria a minha fala. 9Ele faz
37.5
cousas tão grandiosas, que se não podem esquadrinhar; e tantas maravilhas que se não podem contar. 10Ele dá
Jr 5.24
10.13
51.16
At 14.17
a chuva sobre a terra, e envia água sobre os campos, 11Para pôr
os abatidos num lugar alto; e para que os enlutados se exaltem na salvação. 12Ele aniquila
Is 8.10
as imaginações dos astutos, para que as suas mãos não possam levar cousa alguma a efeito, 13Ele apanha
os sábios na sua própria astúcia; e o conselho dos perversos se precipita. 14Eles de dia
Is 59.10
Am 8.9
encontram as trevas; e ao meio-dia andam como de noite, às apalpadelas. 15Mas ao necessitado livra da espada da sua boca, e da mão do forte. 16Assim há esperança para o pobre;
e a iniquidade tapa a sua própria boca. 17Eis que bem-aventurado é o homem a quem
Hb 12.5
Tg 1.12
Ap 3.19
Deus castiga; não desprezes, pois, o castigo do Todo-poderoso. 18Porque
1Sm 2.6
Is 30.26
Os 6.1
ele faz a chaga, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam. 19Em seis angústias
1Co 10.13
te livrará; e na sétima o mal te não tocará. 20Na fome te livrará da morte, e na guerra da violência da espada. 21Do açoite da língua estarás abrigado; e não temerás a assolação, quando vier. 22Da assolação e
35.9
65.25
Ez 34.25
da fome te rirás, e os animais da terra não temerás. 23Porque até
com as pedras do campo terás a tua aliança; e os animais do campo estarão contigo. 24E saberás que a tua tenda está em paz; e visitarás a tua habitação, e nada te faltará. 25Também saberás que se multiplicará a tua semente e a tua posteridade como a erva da terra. 26Na
10.27
velhice virás à sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo. 27Eis que isto já o havemos inquirido, e assim é; ouve-o, e medita nisso para teu bem.
61ENTÃO Jó respondeu, e disse: 2Oh! Se a minha mágoa retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança! 3Porque, na verdade, mais pesada seria do que a areia
dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido inconsideradas. 4Porque as frechas do Todo-poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno o bebe o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim. 5Porventura zurrará o jumento montês junto à relva? Ou berrará o boi junto ao seu pasto? 6Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo? 7A minha alma recusa tocar em vossas palavras, pois são como a minha comida fastienta. 8Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que Deus me desse o que espero! 9E que
Deus quisesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão, e acabasse comigo! 10Isto ainda seria a minha consolação, e me refrigeraria no meu tormento, não me poupando ele; porque não repulsei
Is 57.15
Os 11.9
At 20.20
as palavras do Santo. 11Qual é a minha força, para que eu espere? Ou qual é o meu fim, para que prolongue a minha vida? 12É porventura a minha força a força da pedra? Ou é de cobre a minha carne? 13Está em mim a minha ajuda? Não me desamparou todo o auxílio eficaz? 14Ao
que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-poderoso. 15Meus irmãos
aleivosamente me trataram, como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam. 16Que estão encobertos com a geada, e neles se esconde a neve. 17No tempo em que se derretem com o calor, se desfazem, e em se aquentando, desaparecem do seu lugar. 18Desviam-se as veredas dos seus caminhos; sobem ao vácuo, e perecem. 19Os caminhantes de
1Rs 10.1
Ez 27.22-23
Temá os veem; os passageiros de Sebá olham para eles. 20Foram
envergonhados por terem confiado; e, chegando ali, se confundem. 21Agora
sois semelhantes a eles; vistes o terror, e temestes. 22Disse-vos eu: Dai-me ou oferecei-me da vossa fazenda presentes? 23Ou livrai-me das mãos do opressor? Ou redimi-me das mãos dos tiranos? 24Ensinai-me, e eu me calarei; e dai-me a entender em que errei. 25Oh! quão fortes são as palavras da boa razão! Mas que é o que censura a vossa arguição? 26Porventura buscareis palavras para me repreenderdes, visto que as razões do desesperado são como vento? 27Mas antes lançais sortes sobre o órfão, e especulais com o vosso amigo. 28Agora, pois, se sois servidos, olhai para mim; e vede se minto em vossa presença. 29Voltai, pois, não haja iniquidade; voltai,
sim, que a minha causa é justa. 30Há porventura iniquidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar dar a entender as minhas misérias?