21Estarei na minha torre de vigia,
ficarei na fortaleza
e vigiarei para ver
o que Deus me dirá
e que resposta eu terei
à minha queixa.
2O Senhor me respondeu e disse:
“Escreva a visão,
torne-a bem legível sobre tábuas,
para que possa ser lida
até por quem passa correndo.
3Porque a visão ainda está
para se cumprir
no tempo determinado;
ela se apressa para o fim
e não falhará.
Mesmo que pareça demorar,
espere,
porque certamente virá;
não tardará.”
4“Eis que a sua alma
está orgulhosa!
A sua alma não é reta nele;
mas o justo viverá pela sua fé.
Gl 3.11
Hb 10.38-39
5Assim como o vinho é enganoso,
também o arrogante
não se contém.
O seu apetite é como a sepultura;
ele é como a morte,
que nunca se farta.
Ele ajunta para si todas as nações
e congrega todos os povos.”
6Não é fato que todos esses povos proferirão contra ele um provérbio, um dito em tom de zombaria? Eles dirão:
“Ai daquele que acumula
o que não é seu
— até quando? —,
e daquele que se enche
de coisas penhoradas!
7Será que não se levantarão
de repente contra você
os seus credores?
E não despertarão aqueles
que farão você tremer?
Você lhes servirá de despojo.
8Visto que você despojou
muitas nações,
todos os povos que restaram
virão despojá-lo.
Jr 27.7
Porque você derramou
muito sangue
e cometeu violência contra a terra,
contra as cidades
e contra todos os seus moradores.”
9“Ai daquele que ajunta
em sua casa
bens mal-adquiridos,
para pôr o seu ninho
num lugar bem alto,
a fim de livrar-se
das garras do mal!
10Os seus planos resultarão
em vergonha para a sua casa.
Ao destruir muitos povos,
você pecou contra a sua própria vida.
11Porque as pedras das paredes
clamarão contra você,
Lc 19.40
e as vigas do madeiramento
farão eco.”
12“Ai daquele que edifica
uma cidade com sangue
e a fundamenta na iniquidade!
13Será que não é a vontade
do Senhor dos Exércitos2.13 Em hebraico, Javé Sebaot
que os povos trabalhem
para o fogo
e que as nações se fatiguem
em vão?
14Porque a terra se encherá
do conhecimento
da glória do Senhor,
como as águas cobrem o mar.”
15“Ai daquele que dá
ao seu companheiro
vinho misturado com o seu furor,
e que o embebeda
para lhe contemplar a nudez!
16Você ficará coberto de vergonha
em vez de honra.
Beba você também
e mostre a sua incircuncisão!
Chegará a sua vez de pegar o cálice
da mão direita do Senhor,
e a sua glória se transformará
em vergonha.
17Porque a violência
contra o Líbano
cairá sobre você,
e você ficará apavorado
por ter destruído os animais.
Porque você derramou
muito sangue
e cometeu violência contra a terra,
contra as cidades
e contra todos os seus moradores.”
18“Para que serve o ídolo,
visto que o seu artífice o esculpiu?
E de que serve a
imagem de fundição,
mestra de mentiras,
para que o artífice
confie na sua obra,
fazendo ídolos mudos?”
19“Ai daquele que diz à madeira:
‘Acorde!’
E à pedra muda: ‘Levante-se!’
Pode o ídolo ensinar?
Eis que está coberto de ouro
e de prata,
mas, no seu interior,
não há fôlego nenhum.
20O Senhor, porém,
está no seu santo templo;
cale-se diante dele toda a terra.”
2.13
31Oração do profeta Habacuque sob a forma de canto.
2Senhor, tenho ouvido a tua fama,
e me sinto alarmado.
Aviva a tua obra,
ó Senhor,
no decorrer dos anos,
e, no decurso dos anos,
faze-a conhecida.
Na tua ira, lembra-te
da misericórdia.
3Deus vem de Temã,
o Santo vem do monte Parã.
A sua glória cobre os céus,
e a terra se enche do seu louvor.
4O seu resplendor é como a luz,
e raios brilham da sua mão;
o seu poder se esconde ali.
5Adiante dele vai a peste,
e a pestilência
segue os seus passos.
6Ele para e faz a terra tremer;
olha e sacode as nações.
Esmigalham-se
os montes primitivos;
as colinas antigas se abatem.
Os caminhos de Deus são eternos.
7Vejo as tendas de Cusã
em aflição;
os acampamentos
da terra de Midiã tremem.
8Acaso é contra os rios, Senhor,
que estás irado?
É contra os ribeiros a tua ira
ou contra o mar, o teu furor,
já que andas montado
nos teus cavalos,
Sl 18.10
104.3
nos teus carros de vitória?
9Preparas o teu arco;
a tua aljava está cheia de flechas.
Tu fendes a terra com rios.
10Os montes te veem
e se contorcem;
torrentes de água passam.
As profundezas do mar
fazem ouvir a sua voz
e levantam bem alto as suas mãos.
11O sol e a lua param
nas suas moradas,
ao resplandecer a luz
das tuas flechas sibilantes,
ao fulgor do relâmpago
da tua lança.
12Na tua indignação,
marchas pela terra;
na tua ira, pisas as nações.
13Tu sais para salvar o teu povo,
para salvar o teu ungido.
Feres o chefe da casa dos ímpios,
deixando-o descoberto
dos pés à cabeça.
14Traspassas a cabeça
dos guerreiros do inimigo
com as suas próprias lanças,
os quais, como tempestade,
avançam para me destruir;
alegram-se, como se estivessem
para devorar o pobre
em segredo.
15Marchas com os teus cavalos
pelo mar,
pela massa de grandes águas.
16Ouvi isso, e o meu íntimo
se comoveu;
os meus lábios tremeram
ao ouvir a sua voz.
A podridão entrou nos meus ossos,
e os meus joelhos vacilaram,
pois, em silêncio, devo esperar
o dia da angústia,
que virá contra o povo
que nos ataca.
17Ainda que a figueira
não floresça,
nem haja fruto na videira;
ainda que a colheita da oliveira
decepcione,
e os campos não produzam
mantimento;
ainda que as ovelhas
desapareçam do aprisco,
e nos currais não haja mais gado,
18mesmo assim
eu me alegro no Senhor,
e exulto no Deus
da minha salvação.
19Deus, o Senhor,
é a minha fortaleza.
Ele dá aos meus pés
a ligeireza das corças,
Sl 18.33
e me faz andar
nas minhas alturas.
Ao mestre de canto. Para instrumentos de cordas.