Almeida Revista e Corrigida (2009) (ARC)
26

A consulta dos sacerdotes e dos escribas

(Mc 14.1,2; Lc 22.1,2)

261E aconteceu que, quando Jesus concluiu todos esses discursos, disse aos seus discípulos: 2Bem sabeis que, daqui a dois dias, é

26.2
Jo 13.1
a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado.

3Depois, os príncipes dos sacerdotes, e os escribas,

26.3
Sl 2.2
Jo 11.47
At 4.25
e os anciãos do povo reuniram-se na sala do sumo sacerdote, o qual se chamava Caifás, 4e consultaram-se mutuamente para prenderem Jesus com dolo e o matarem. 5Mas diziam: Não durante a festa, para que não haja alvoroço entre o povo.

O jantar em Betânia

(Mc 14.3-9; Jo 12.1-8)

6E, estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, 7aproximou-se dele uma mulher com um vaso de alabastro, com unguento de grande valor, e derramou-lho sobre a cabeça, quando ele estava assentado à mesa. 8E os seus discípulos, vendo isso,

26.8
Jo 12.4
indignaram-se, dizendo: Por que este desperdício? 9Pois este unguento podia vender-se por grande preço e dar-se o dinheiro aos pobres. 10Jesus, porém, conhecendo isso, disse-lhes: Por que afligis esta mulher? Pois praticou uma boa ação para comigo. 11Porquanto
26.11
Dt 15.11
Jo 12.8
13.33
14.19
Mt 18.20
sempre tendes convosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre. 12Ora, derramando ela este unguento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o meu sepultamento. 13Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez para memória sua.

O preço da traição

(Mc 14.10,11; Lc 22.3-6)

14Então, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter

26.14
Jo 13.2,30
Mt 10.4
com os príncipes dos sacerdotes 15e disse:
26.15
Zc 11.12
Mt 27.3
Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta 26.15 ou peçasmoedas de prata. 16E, desde então, buscava oportunidade para o entregar.

A última Páscoa e a Santa Ceia

(Mc 14.12-26; Lc 22.7-23; 1Co 11.23-29)

17E,

26.17
Êx 12.6,18
no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, chegaram os discípulos junto de Jesus, dizendo: Onde queres que preparemos a comida da Páscoa? 18E ele disse: Ide à cidade a um certo homem e dizei-lhe: O Mestre diz: O meu tempo está próximo; em tua casa celebrarei a Páscoa com os meus discípulos. 19E os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa.

20E, chegada a tarde,

26.20
Mc 14.17,21
Lc 22.14
Jo 13.21
assentou-se à mesa com os doze. 21E, enquanto eles comiam, disse: Em verdade vos digo que um de vós me há de trair. 22E eles, entristecendo-se muito, começaram um por um a dizer-lhe: Porventura, sou eu, Senhor? 23E ele, respondendo, disse:
26.23
Sl 41.9
Lc 22.21
Jo 13.18
O que mete comigo a mão no prato, esse me há de trair. 24Em verdade o Filho do Homem vai, como acerca
26.24
Is 53
Dn 9.26
Mc 9.12
Lc 24.46
At 17.2
1Co 15.3
Jo 17.2
dele está escrito, mas ai daquele homem por quem o Filho do Homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido. 25E, respondendo Judas, o que o traía, disse: Porventura, sou eu, Rabi? Ele disse: Tu o disseste.

26Enquanto comiam,

26.26
Mc 14.22
Lc 22.19
1Co 11.23-25
10.16
Jesus tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. 27E, tomando o cálice e dando graças, deu-lho, dizendo:
26.27
Mc 14.23
Bebei dele todos. 28Porque isto é o meu sangue,
26.28
Êx 24.8
Lv 17.11
Jr 31.31
Mt 20.28
Rm 5.15
Hb 9.22
o sangue do 26.28 ou Novo ConcertoNovo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. 29E digo-vos que, desde agora, não beberei
26.29
Mc 14.25
Lc 22.18
At 10.41
deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de meu Pai. 30E, tendo cantado
26.30
Mc 14.26
um hino, saíram para o monte das Oliveiras.

Pedro é avisado

(Mc 14.27-31; Lc 22.31-34; Jo 13.36-38)

31Então, Jesus lhes disse: Todos vós esta noite vos escandalizareis em mim,

26.31
Jo 16.32
Mt 11.6
Zc 13.7
porque está escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho se dispersarão. 32Mas, depois de eu ressuscitar,
26.32
Mt 28.7,10,16
Mc 14.28
16.7
irei adiante de vós para a Galileia. 33Mas Pedro, respondendo, disse-lhe: Ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei. 34Disse-lhe Jesus:
26.34
Mc 14.30
Lc 22.34
Jo 13.38
Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás. 35Disse-lhe Pedro: Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos disseram o mesmo.

Jesus no Getsêmani

(Mc 14.32-42; Lc 22.39-46; Jo 18.1)

36Então, chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. 37E, levando consigo Pedro e

26.37
Mt 4.21
os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. 38Então, lhes disse:
26.38
Jo 12.27
A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. 39E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando
26.39
Mc 14.36
Lc 22.42
Hb 5.7
e dizendo: Meu Pai,
26.39
Jo 12.27
5.30
6.38
Mt 20.22
Fp 2.8
se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres. 40E, voltando para os seus discípulos, achou-os adormecidos; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudeste vigiar comigo? 41Vigiai e orai,
26.41
Mc 13.33
14.38
Lc 22.40,46
Ef 6.18
para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. 42E, indo segunda vez, orou, dizendo: Meu Pai, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade. 43E, voltando, achou-os outra vez adormecidos, porque os seus olhos estavam carregados. 44E, deixando-os de novo, foi orar pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras. 45Então, chegou junto dos seus discípulos e disse-lhes: Dormi, agora, e repousai; eis que é chegada a hora, e o Filho do Homem será entregue nas mãos dos pecadores. 46Levantai-vos, partamos; eis que é chegado o que me trai.

Jesus é preso

(Mc 14.43-50; Lc 22.47-53; Jo 18.2-11)

47E, estando ele ainda a falar, eis que chegou Judas, um dos doze, e com ele, grande multidão com espadas e porretes, vinda da parte dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos do povo. 48E o traidor tinha-lhes dado um sinal, dizendo: O que eu beijar é esse; prendei-o. 49E logo, aproximando-se de Jesus, disse: Eu te saúdo, Rabi. E

26.49
2Sm 20.9
beijou-o. 50Jesus, porém, lhe disse:
26.50
Sl 41.9
54.3
Amigo, a que vieste? Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus e o prenderam. 51E eis que
26.51
Jo 18.10
um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. 52Então, Jesus disse-lhe: Mete no seu lugar a tua espada, porque
26.52
Gn 9.6
Ap 13.10
todos os que lançarem mão da espada à espada morrerão. 53Ou pensas tu que eu não poderia, agora, orar a meu Pai e que ele não me daria mais de doze
26.53
2Rs 6.17
Dn 7.10
legiões de anjos? 54Como, pois, se cumpririam as Escrituras,
26.54
Is 53.7
Mt 26.24
Lc 24.25,44,46
que dizem que assim convém que aconteça? 55Então, disse Jesus à multidão: Saístes, como para um salteador, com espadas e porretes, para me prender? Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes. 56Mas tudo isso aconteceu para que se cumpram as Escrituras dos profetas.
26.56
Lm 4.20
Mt 26.54
Jo 18.15
Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram.

Jesus perante o Sinédrio

(Mc 14.53-65; Lc 22.63-71; Jo 18.12-14,19-24)

57E os que prenderam Jesus o conduziram à casa do sumo sacerdote Caifás, onde os escribas e os anciãos estavam reunidos. 58E Pedro o seguiu de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se entre os criados, para ver o fim. 59Ora, os príncipes dos sacerdotes, e os anciãos, e todo o conselho buscavam falso testemunho contra Jesus, para poderem dar-lhe a morte, 60e não o achavam, apesar de se apresentarem

26.60
Sl 27.12
35.11
Mc 14.55
At 6.13
muitas testemunhas falsas,
26.60
Dt 19.15
mas, por fim, chegaram duas 61e disseram: Este disse: Eu posso
26.61
Mt 27.40
derribar o templo de Deus e reedificá-lo em três dias. 62E, levantando-se o
26.62
Mc 14.60
sumo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra ti? 63E Jesus, porém,
26.63
Is 53.7
Mt 27.22
guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote, disse-lhe:
26.63
Lv 5.1
1Sm 14.24
Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. 64Disse-lhes Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis
26.64
Dn 7.13
Lc 21.27
Jo 1.51
Rm 14.10
1Ts 4.15
Ap 1.7
Sl 110.1
At 7.55
em breve o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu. 65Então,
26.65
2Rs 18.37
19.1
o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou; para que precisamos ainda de testemunhas? Eis que bem ouvistes, agora, a sua blasfêmia. 66Que vos parece? E eles, respondendo, disseram:
26.66
Lv 24.16
Jo 19.7
É réu de morte. 67Então, cuspiram-lhe
26.67
Is 50.6
53.3
Mt 27.30
Lc 22.63
Jo 19.3
no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, 68dizendo:
26.68
Mc 14.65
Lc 22.64
Profetiza-nos, Cristo, quem é o que te bateu?

Pedro nega a Jesus

(Mc 14.66-72; Lc 22.54-62; Jo 18.15-18,25-27)

69Ora, Pedro estava assentado fora, no pátio; e, aproximando-se dele uma criada, disse: Tu também estavas com Jesus, o galileu. 70Mas ele negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes. 71E, saindo para o vestíbulo, outra criada o viu e disse aos que ali estavam: Este também estava com Jesus, o Nazareno. 72E ele negou outra vez, com juramento: Não conheço tal homem. 73E, logo depois, aproximando-se os que ali estavam, disseram a Pedro: Verdadeiramente, também tu és deles, pois a

26.73
Lc 22.59
tua fala te denuncia. 74Então, começou ele a
26.74
Mc 14.71
praguejar e a jurar, dizendo: Não conheço esse homem. E imediatamente o galo cantou. 75E lembrou-se Pedro das palavras de Jesus, que lhe dissera:
26.75
Mt 26.34
Mc 14.30
Lc 22.61-62
Jo 13.38
Antes que o galo cante, três vezes me negarás. E, saindo dali, chorou amargamente.