Almeida Revista e Corrigida (2009) (ARC)
13

A parábola do semeador

(Mc 4.1; Lc 8.4-15)

131Tendo Jesus saído de casa naquele dia, estava assentado junto ao mar. 2E ajuntou-se muita gente ao pé dele, de sorte que, entrando num barco, se assentou; e toda a multidão estava em pé na praia. 3E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo:

13.3
Lc 8.5
Eis que o semeador saiu a semear. 4E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves e comeram-na; 5e outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda. 6Mas, vindo o sol, queimou-se e secou-se, porque não tinha raiz. 7E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na. 8E outra caiu em boa terra e deu fruto:
13.8
Gn 26.12
um, a cem, outro, a sessenta, e outro, a trinta. 9Quem tem ouvidos para ouvir, que
13.9
Mt 11.15
Mc 4.9
ouça.

10E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas? 11Ele, respondendo, disse-lhes: Porque

13.11
Mt 11.25
16.17
a vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; 12porque àquele que tem
13.12
Mt 25.29
Mc 4.25
Lc 8.18
19.26
se dará, e terá em abundância; mas aquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. 13Por isso, lhes falo por parábolas, porque eles, vendo, não veem; e, ouvindo, não ouvem, nem compreendem. 14E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz:
13.14
Is 6.9
Ez 12.2
Lc 8.10
Jo 12.40
At 28.26-27
Rm 11.8
2Co 3.10
Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis e, vendo, vereis, mas não percebereis. 15Porque o coração deste povo está endurecido,
13.15
Hb 5.11
e ouviu de mau grado com seus ouvidos e fechou os olhos, para que não veja com os olhos, e ouça com os ouvidos, e compreenda com o coração, e se converta, e eu o cure. 16Mas bem-aventurados os vossos olhos, porque veem,
13.16
Mt 16.17
Lc 10.23
Jo 20.29
e os vossos ouvidos, porque ouvem. 17Porque em verdade vos digo
13.17
Hb 11.13
1Pe 1.10
que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes e não o viram, e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram.

18Escutai

13.18
Mc 4.14
Lc 8.11
vós, pois, a parábola do semeador. 19Ouvindo alguém a palavra do Reino
13.19
Mt 4.23
e não a entendendo, vem o maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho; 20porém o que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra
13.20
Is 58.2
Ez 33.31
Jo 5.35
e logo a recebe com alegria; 21mas não tem raiz em si mesmo; antes, é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição por causa da palavra,
13.21
Mt 11.6
2Tm 1.15
logo se ofende; 22e o que foi semeado entre espinhos
13.22
Mt 19.23
Mc 10.23
Lc 18.24
1Tm 6.9
Jr 4.3
é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera; 23mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro, sessenta, e outro, trinta.

A parábola do trigo e do joio

24Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O Reino dos céus é semelhante ao homem que semeia boa semente no seu campo; 25mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou o joio no meio do trigo, e retirou-se. 26E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. 27E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu no teu campo boa semente? Por que tem, então, joio? 28E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo? 29Porém ele lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. 30Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: colhei primeiro o joio e atai-o em molhos para o queimar;

13.30
Mt 3.12
mas o trigo, ajuntai-o no meu celeiro.

As parábolas do grão de mostarda e do fermento

(Mc 4.30-34; Lc 13.18-21)

31Outra parábola lhes propôs, dizendo: O Reino dos céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem, pegando dele, semeou no seu campo; 32o qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu e se aninham nos seus ramos.

33Outra parábola lhes disse:

13.33
Lc 13.20
O Reino dos céus é semelhante ao fermento que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado.

34Tudo isso

13.34
Mc 4.33
disse Jesus por parábolas à multidão e nada lhes falava sem parábolas, 35para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que disse:
13.35
Sl 78.2
Abrirei em parábolas a boca;
13.35
Rm 16.25-26
1Co 2.7
Ef 3.9
Cl 1.6
publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo.

Explicação da parábola do joio

36Então, tendo despedido a multidão, foi Jesus para casa. E chegaram ao pé dele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo. 37E ele, respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem, 38o campo é o mundo,

13.38
Mt 24.14
Mc 16.15,20
Lc 24.47
Rm 10.18
Cl 1.6
a boa semente são os filhos do Reino,
13.38
Jo 8.44
At 13.10
1Jo 3.8
e o joio são os filhos do Maligno. 39O inimigo que o semeou
13.39
Jl 3.13
Ap 14.15
é o diabo; e a ceifa é o fim do mundo; e os ceifeiros são os anjos. 40Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. 41Mandará o Filho do Homem os seus anjos, e eles colherão do seu Reino tudo o que causa escândalo
13.41
Mt 18.7
2Pe 2.1-2
e os que cometem iniquidade. 42E lançá-los-ão na fornalha de fogo;
13.42
Mt 3.12
8.12
Ap 19.20
ali, haverá pranto e ranger de dentes. 43Então, os justos resplandecerão como o sol,
13.43
Dn 12.13
1Co 15.42
Mt 13.9
no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, que ouça.

As parábolas do tesouro escondido, da pérola e da rede

44Também o Reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo

13.44
Fp 3.7-8
Is 55.1
Ap 3.18
dele, vai, vende tudo quanto tem e compra aquele campo.

45Outrossim, o Reino dos céus é semelhante ao homem negociante que busca boas pérolas; 46e, encontrando uma pérola de grande valor,

13.46
Pv 2.4
3.14-15
8.10,19
foi, vendeu tudo quanto tinha e comprou-a.

47Igualmente, o Reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar

13.47
Mt 22.10
e que apanha toda qualidade de peixes. 48E, estando cheia, a puxam para a praia e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora. 49Assim será na consumação dos séculos:
13.49
Mt 25.32
virão os anjos e separarão os maus dentre os justos. 50E lançá-los-ão na fornalha de fogo;
13.50
Mt 13.42
ali, haverá pranto e ranger de dentes.

51E disse-lhes Jesus: Entendestes todas estas coisas? Disseram-lhe eles: Sim, Senhor. 52E ele disse-lhes: Por isso, todo escriba instruído acerca do Reino dos céus é semelhante a um pai de família

13.52
Ct 7.13
que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.

53E aconteceu que Jesus, concluindo essas parábolas, se retirou dali. 54E, chegando à

13.54
Mt 2.23
Mc 6.1
Lc 4.16,23
sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam e diziam: Donde veio a este a sabedoria e estas maravilhas? 55Não é este
13.55
Is 49.7
Mc 6.3
Lc 3.23
Jo 6.42
o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas? 56E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe veio, pois, tudo isso? 57E escandalizavam-se nele.
13.57
Mt 11.6
Mc 6.3-4
Lc 4.24
Jo 4.44
Jesus, porém, lhes disse: Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa. 58E não fez ali muitas maravilhas,
13.58
Mc 6.5-6
por causa da incredulidade deles.