171O meu espírito se vai consumindo, os meus dias se vão apagando, e só tenho perante mim a
sepultura. 2Porventura, não estão zombadores comigo? E os meus olhos não contemplam as suas amarguras? 3Promete agora, e dá-me um fiador para contigo;
17.18
22.26
quem há que me dê a mão? 4Porque ao seu coração encobriste o entendimento, pelo que não os exaltarás. 5O que, lisonjeando, fala aos amigos, também os olhos de seus filhos desfalecerão.
6Mas a mim me
pôs por um provérbio dos povos, de modo que me tornei uma abominação para eles. 7Pelo que já se escureceram de mágoa os meus olhos e já todos os meus membros são como a sombra; 8os retos pasmarão disto, e o inocente se levantará contra o hipócrita. 9E o justo seguirá o seu caminho firmemente, e o puro de mãos irá crescendo em força. 10Mas, na verdade, tornai
todos vós e vinde cá; porque sábio nenhum acho entre vós. 11Os meus dias
9.25
passaram, e malograram-se os meus propósitos, as 17.11 Hebr. as possessõesaspirações do meu coração. 12Trocaram a noite em dia; a luz está perto do fim, por causa das trevas. 13Se eu olhar a sepultura como a minha casa; se nas trevas estender a minha cama; 14se à corrupção clamar: tu és meu pai; e aos bichos: vós sois minha mãe e minha irmã; 15onde estaria, então, agora, a minha esperança? Sim, a minha esperança, quem a poderá ver? 16Ela descerá até aos ferrolhos do
18.13
17.16 Hebr. Sheol, que é abismo, ou lugar dos mortos, ou infernoSeol, quando juntamente no pó teremos descanso.
181Então, respondeu Bildade, o suíta, e disse: 2Até quando usareis artifícios em vez de palavras? Considerai bem, e, então, falaremos. 3Por que somos tratados como animais, e como imundos aos vossos olhos? 4Ó tu, que despedaças
a tua alma na tua ira, será a terra deixada por tua causa? Remover-se-ão as rochas do seu lugar?
5Na verdade,
20.20
24.20
a luz dos ímpios se apagará, e a faísca do seu lar não resplandecerá. 6A luz se escurecerá nas suas tendas, e sua lâmpada
sobre ele se apagará. 7Os seus passos firmes se estreitarão, e o seu próprio conselho o derribará. 8Porque
por seus próprios pés é lançado na rede e andará nos fios enredados. 9O laço o apanhará pelo calcanhar, e prevalecerá
contra ele o salteador. 10Está escondida debaixo da terra uma corda; e uma armadilha, na vereda. 11Os assombros o espantarão em redor e o farão correr de uma parte para a outra, por onde quer que
20.25
Jr 6.25
20.3
46.5
49.29
apresse os passos. 12O seu poder será faminto,
e a destruição está pronta ao seu lado. 13Ela devorará os membros do seu corpo; sim, o primogênito da morte devorará os seus membros. 14
11.20
Pv 10.28
Será arrancado da sua tenda, onde estava confiado, e será levado ao rei dos terrores. 15Morará na sua tenda aquele que nada lhe era; espalhar-se-á enxofre sobre a sua habitação. 16Por baixo, se secarão as suas raízes,
Is 5.24
Am 2.9
Ml 4.1
e, por cima, serão cortados os seus ramos. 17A sua memória
10.7
perecerá na terra, e pelas praças não terá nome. 18Da luz o lançarão nas trevas e afugentá-lo-ão do mundo. 19Não terá filho
Jr 22.30
nem neto entre o seu povo, e resto nenhum dele ficará nas suas moradas. 20Do seu dia se espantarão os vindouros, e os antigos serão sobressaltados de horror. 21Tais são, na verdade, as moradas do perverso, e este é o lugar do que não
10.25
1Ts 4.5
2Ts 1.8
Tt 1.16
conhece a Deus.
191Respondeu, porém, Jó e disse: 2Até quando entristecereis a minha alma e me quebrantareis com palavras? 3Já dez vezes
Lv 26.26
me envergonhastes; vergonha não tendes de contra mim vos endurecerdes. 4Embora haja eu, na verdade, errado, comigo ficará o meu erro. 5Se deveras vos levantais contra mim e me arguís pelo meu opróbrio, 6sabei agora que Deus é que me transtornou e com a sua rede me cercou. 7Eis que clamo: Violência! Mas não sou ouvido; grito: Socorro! Mas não há justiça. 8O meu
caminho ele entrincheirou, e não posso passar; e nas minhas veredas pôs trevas. 9Da minha honra me despojou; e tirou-me a coroa da minha cabeça. 10Quebrou-me de todos os lados, e eu me vou; e arrancou a minha esperança, como a uma árvore. 11E fez inflamar contra mim a sua ira
Lm 2.5
e me reputou para consigo como um de seus inimigos. 12Juntas vieram as suas tropas,
e prepararam contra mim o seu caminho, e se acamparam ao redor da minha tenda. 13Pôs longe de mim a meus irmãos, e os que me conhecem deveras me estranharam. 14Os meus parentes me deixaram, e os meus conhecidos se esqueceram de mim. 15Os meus domésticos e as minhas servas me reputaram como um estranho; vim a ser um estrangeiro aos seus olhos. 16Chamei a meu criado, e ele me não respondeu; cheguei a suplicar com a minha boca. 17O meu bafo se fez estranho a minha mulher; e a minha súplica, aos filhos do meu corpo. 18Até os rapazes
me desprezam, e, levantando-me eu, falam contra mim. 19Todos os homens do meu secreto conselho me abominam, e até os que eu amava se tornaram contra mim. 20Os meus ossos se
Lm 4.8
apegaram à minha pele e à minha carne, e escapei só com a pele dos meus dentes. 21Compadecei-vos de mim, amigos meus, compadecei-vos de mim,
porque a mão de Deus me tocou. 22Por que me perseguis assim como Deus, e da minha carne vos não fartais?
23Quem me dera, agora, que as minhas palavras se escrevessem! Quem me dera que se gravassem num livro! 24E que, com pena de ferro e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha! 25Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. 26E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne
1Jo 3.2
verei a Deus. 27Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e, por isso, o meu coração se consome dentro de mim. 28Na verdade, que devíeis dizer:
Por que o perseguimos? Pois a raiz da 19.28 Hebr. palavra ou matériaacusação se acha em mim. 29Temei vós mesmos a espada; porque o furor traz os castigos da espada, para saberdes que há um juízo.