Almeida Revista e Corrigida (2009) (ARC)
4

O edito do rei. O seu sonho de uma árvore grande. A sua loucura

41Nabucodonosor, rei, a todos os povos,

4.1
Dn 3.4
6.25
nações e línguas que moram em toda a terra: Paz vos seja multiplicada! 2Pareceu-me bem fazer conhecidos os sinais e maravilhas que Deus, o Altíssimo,
4.2
Dn 3.26
tem feito para comigo. 3Quão grandes
4.3
Dn 6.27
são os seus sinais, e quão poderosas, as suas maravilhas!
4.3
Dn 2.44
6.26
O seu reino é um reino sempiterno, e o seu domínio, de geração em geração.

4Eu, Nabucodonosor, estava sossegado em minha casa e florescente no meu palácio. 5Tive um sonho, que me espantou;

4.5
Dn 2.28-29
e as imaginações na minha cama e as visões da minha cabeça
4.5
Dn 2.1
me turbaram. 6Por mim, pois, se fez um decreto, pelo qual fossem introduzidos à minha presença todos os sábios de Babilônia, para que me fizessem saber a interpretação do sonho. 7Então,
4.7
Dn 2.2
entraram os magos, os astrólogos, os caldeus e os adivinhadores, e eu contei o sonho diante deles; mas não me fizeram saber a sua interpretação. 8Mas, por fim, entrou na minha presença Daniel, cujo nome é Beltessazar,
4.8
Dn 1.7
2.11
4.18
Is 63.11
segundo o nome do meu deus, e no qual o espírito dos deuses santos; e eu contei o sonho diante dele: 9Beltessazar,
4.9
Dn 2.48
5.11
príncipe dos magos, eu sei que em ti o espírito dos deuses santos, e nenhum segredo te é difícil; dize-me as visões do meu sonho que tive e a sua interpretação. 10Eram assim as visões da minha cabeça, na minha cama: eu estava olhando
4.10
Ez 31.3
Dn 4.20
e vi uma árvore no meio da terra, cuja altura era grande; 11crescia essa árvore e se fazia forte, de maneira que a sua altura chegava até ao céu; e foi vista até aos confins da terra. 12A sua folhagem era formosa, e o seu fruto, abundante, e havia nela sustento para todos;
4.12
Ez 17.23
31.6
Lm 4.20
debaixo dela, os animais do campo achavam sombra, e as aves do céu faziam morada nos seus ramos, e toda carne se mantinha dela. 13Estava vendo isso nas visões da minha cabeça, na minha cama; e eis que
4.13
Dn 4.17,23
um vigia, um santo, descia do céu, 14clamando fortemente e dizendo assim:
4.14
Mt 3.10
Ez 31.12
Derribai a árvore, e cortai-lhe os ramos, e sacudi as suas folhas, e espalhai o seu fruto; afugentem-se os animais de debaixo dela e as aves dos seus ramos. 15Mas o tronco, com as suas raízes, deixai na terra e, com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu, e a sua porção seja com os animais na 4.15 ou ervagrama da terra. 16Seja mudado o seu coração, para que não seja mais coração de homem, e seja-lhe dado coração de animal;
4.16
Dn 11.13
12.7
e passem sobre ele sete tempos. 17Esta sentença é por decreto dos vigiadores, e 4.17 ou este negócioesta ordem, por mandado dos santos; a fim de que conheçam os viventes
4.17
Dn 2.21
4.25,32
5.21
que o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens; e os dá a quem quer e até ao mais baixo dos homens constitui sobre eles. 18Isso em sonho eu, rei Nabucodonosor, vi; tu, pois, Beltessazar, dize a interpretação;
4.18
Gn 41.8,15
Dn 5.8,15
todos os sábios do meu reino não puderam fazer-me saber a interpretação, mas tu podes; pois em ti o espírito dos deuses santos.

19Então, Daniel, cujo nome era Beltessazar, esteve atônito quase uma hora, e os seus pensamentos o turbavam; falou, pois, o rei e disse: Beltessazar, não te espante o sonho, nem a sua interpretação. Respondeu Beltessazar e disse: Senhor meu,

4.19
2Sm 18.32
o sonho seja contra os que te têm ódio, e a sua interpretação, para os teus inimigos. 20A árvore
4.20
Dn 4.11-12
que viste, que cresceu e se fez forte, cuja altura chegava até ao céu, e que foi vista por toda a terra; 21cujas folhas eram formosas, e o seu fruto, abundante, e em que para todos havia mantimento; debaixo da qual moravam os animais do campo, e em cujos ramos habitavam as aves do céu, 22és
4.22
Dn 2.38
tu, ó rei, que cresceste e te fizeste forte; a tua grandeza cresceu e chegou
4.22
Jr 27.6-8
até ao céu, e o teu domínio, até à extremidade da terra. 23E, quanto
4.23
Dn 4.13
ao que viu o rei, um vigia, um santo, que descia do céu e que dizia: Cortai a árvore e destruí-a, mas o tronco, com as suas raízes, deixai na terra e, com cadeias de ferro e de bronze, na erva do campo; e seja molhado do orvalho do céu,
4.23
Dn 5.21
e a sua porção seja com os animais do campo, até que passem sobre ele sete tempos, 24esta é a interpretação, ó rei; e este é o decreto do Altíssimo, que virá sobre o rei, meu senhor: 25
4.25
Dn 4.32
5.21
serás tirado de entre os homens, e a tua morada será com os animais do campo, e te farão comer erva como os bois, e serás molhado do orvalho do céu; e passar-se-ão sete tempos por cima de ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer. 26E, quanto ao que foi dito, que deixassem o tronco com as raízes da árvore, o teu reino voltará para ti,
4.26
Mt 21.25
depois que tiveres conhecido que o céu reina. 27Portanto, ó rei, aceita o meu conselho
4.27
1Pe 4.8
e desfaze os teus pecados pela justiça e as tuas iniquidades, usando de misericórdia para com os pobres,
4.27
1Rs 21.29
e talvez se prolongue a tua tranquilidade.

28Todas essas coisas vieram sobre o rei Nabucodonosor. 29Ao cabo de doze meses, andando a passear sobre o palácio real de Babilônia, 30falou

4.30
Dn 5.20
o rei e disse: Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder e para glória da minha magnificência? 31Ainda estava a
4.31
Lc 12.20
palavra na boca do rei, quando caiu uma voz do céu: A ti se diz, ó rei Nabucodonosor: Passou de ti o reino. 32E serás tirado dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens e os dá a quem quer. 33Na mesma hora, se cumpriu a palavra sobre Nabucodonosor, e foi tirado dentre os homens e comia erva como os bois, e o seu corpo foi molhado do orvalho do céu, até que lhe cresceu pelo, como as penas da águia, e as suas unhas, como as das aves.

34Mas, ao fim daqueles dias,

4.34
Dn 4.26
eu, Nabucodonosor, levantei os meus olhos ao céu, e tornou-me a vir o meu entendimento, e eu bendisse o Altíssimo,
4.34
Ap 4.10
Mq 4.7
Lc 1.33
e louvei, e glorifiquei ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. 35E todos
4.35
Is 40.15,17
os moradores da terra são reputados em nada; e, segundo a sua vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa estorvar a sua mão
4.35
Jó 9.12
34.29
Is 45.9
Rm 9.20
e lhe diga: Que fazes? 36No mesmo tempo, me tornou a vir o meu entendimento, e para a dignidade do meu reino
4.36
Dn 4.26
tornou-me a vir a minha majestade e o meu resplendor; e me buscaram os meus capitães e os meus grandes; e fui restabelecido no meu reino,
4.36
Mt 6.33
e a minha glória foi aumentada. 37Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, e exalço, e glorifico ao Rei dos céus; porque todas as suas obras são verdades;
4.37
Ap 15.3
16.7
e os seus caminhos, juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba.