Almeida Revista e Corrigida (2009) (ARC)
2

O decreto. O sonho do rei é interpretado por Daniel

21E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, teve Nabucodonosor uns sonhos;

2.1
Gn 41.8
Dn 4.5
6.18
Et 6.1
e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o seu sono. 2E o rei mandou
2.2
Gn 41.8
Dn 5.7
chamar os magos, e os astrólogos, e os encantadores, e os caldeus, para que declarassem ao rei qual tinha sido o seu sonho; e eles vieram e se apresentaram diante do rei. 3E o rei lhes disse: Tive um sonho; e, para saber o sonho, está perturbado o meu espírito. 4E os caldeus disseram ao rei em siríaco: Ó rei,
2.4
1Rs 1.31
Dn 3.9
5.10
vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação. 5Respondeu o rei e disse aos caldeus: O que foi me tem escapado; se me não fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados,
2.5
Ed 6.11
Dn 3.29
e as vossas casas serão feitas um monturo; 6mas, se
2.6
Dn 5.16
vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim presentes, e dádivas, e grande honra; portanto, declarai-me o sonho e a sua interpretação. 7Responderam segunda vez e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a sua interpretação. 8Respondeu o rei e disse: Percebo muito bem que vós quereis ganhar tempo; porque vedes que o que eu sonhei me tem escapado. 9Por consequência, se me não fazeis saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo; portanto, dizei-me o sonho, para que eu entenda que me podeis dar a sua interpretação. 10Responderam os caldeus na presença do rei e disseram: Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei; pois nenhum rei há, senhor ou dominador, que requeira coisa semelhante de algum mago, ou astrólogo, ou caldeu. 11Porquanto a coisa que o rei requer é difícil, e ninguém há que a possa declarar diante do rei,
2.11
Dn 2.28
5.11
senão os deuses, cuja morada não é com a carne.

12Então, o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de Babilônia. 13E saiu o decreto segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram Daniel e os seus companheiros, para que fossem mortos. 14Então, Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de Babilônia. 15Respondeu e disse a Arioque, encarregado do rei: Por que se apressa tanto o mandado da parte do rei? Então, Arioque explicou o caso a Daniel. 16E Daniel entrou e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que pudesse dar a interpretação.

17Então, Daniel foi para a sua casa e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros, 18para

2.18
Mt 18.10
que pedissem misericórdia ao Deus dos céus sobre este segredo, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem com o resto dos sábios da Babilônia. 19Então, foi revelado o segredo a Daniel numa
2.19
Nm 12.6
Jó 33.15-16
visão de noite; e Daniel louvou o Deus do céu. 20Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o sempre, porque dele é a sabedoria e a força; 21ele muda
2.21
1Cr 29.30
Et 1.13
Dn 7.25
11.6
Jr 27.5
os tempos e as horas; ele remove os reis e estabelece os reis;
2.21
Tg 1.5
ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos inteligentes. 22Ele revela o profundo e o escondido e conhece o que está em trevas; e
2.22
Tg 1.17
com ele mora a luz.

23Ó Deus de meus pais, eu te louvo e celebro porque me deste sabedoria e força;

2.23
Dn 2.18
e, agora, me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei.

24Por isso, Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios da Babilônia; entrou e disse-lhe assim: Não mates os sábios de Babilônia; introduze-me na presença do rei, e darei ao rei a interpretação. 25Então, Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei e disse-lhe assim: Achei um dentre os filhos dos cativos de Judá, o qual fará saber ao rei a interpretação. 26Respondeu o rei e disse a Daniel (cujo nome era Beltessazar): Podes tu fazer-me saber o sonho que vi e a sua interpretação? 27Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem descobrir ao rei. 28Mas

2.28
Gn 40.8
Dn 2.18,47
Am 4.13
há um Deus nos céus, o qual revela os segredos; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser
2.28
Gn 49.1
no fim dos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça na tua cama são estas: 29Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos ao que há de ser depois disto. Aquele, pois,
2.29
Dn 2.22,28
que revela os segredos te fez saber o que há de ser. 30E a mim
2.30
Gn 41.16
At 3.12
me foi revelado este segredo, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes,
2.30
Dn 2.47
mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei e para que entendesses os pensamentos do teu coração.

31Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; essa estátua, que era grande, e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante de ti; e a sua vista era terrível. 32A cabeça

2.32
Dn 2.38
daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços, de prata; o seu ventre e as suas coxas, de cobre; 33as pernas, de ferro; os seus pés, em parte de ferro e em parte de barro. 34Estavas vendo isso, quando uma pedra foi cortada,
2.34
Dn 8.25
2Co 5.1
sem mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmiuçou. 35Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o cobre, a prata e o ouro,
2.35
Os 13.3
os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra que feriu a estátua se fez um
2.35
Is 2.2-3
grande monte e encheu toda a terra.

36Este é o sonho; também a interpretação dele diremos na presença do rei. 37Tu,

2.37
Ed 7.12
Is 47.5
Jr 27.6-7
Ez 26.7
ó rei, és rei de reis, pois o Deus dos céus te tem dado o reino, e o poder, e a força, e a majestade. 38E, onde
2.38
Dn 4.21-22
Jr 27.6
quer que habitem filhos de homens, animais do campo e aves do céu, ele tos entregou na tua mão e fez que dominasses sobre todos eles;
2.38
Dn 2.32
tu és a cabeça de ouro. 39E, depois de ti, se levantará outro reino,
2.39
Dn 2.32
5.28,31
inferior ao teu, e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra. 40E
2.40
Dn 7.7,23
o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro esmiúça e quebra tudo, como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e quebrantará. 41E, quanto
2.41
Dn 2.33
ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte de barro de oleiro e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois que viste o ferro misturado com barro de lodo. 42E, como os artelhos eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte e por outra será frágil. 43Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro. 44Mas, nos dias desses reis,
2.44
Dn 2.28
4.34
Mq 4.7
Lc 1.32-33
o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo;
2.44
Is 60.12
esmiuçará e consumirá todos esses reinos e será estabelecido para sempre. 45Da maneira
2.45
Dn 2.35
Is 28.16
como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.

46Então,

2.46
At 10.25
14.13
o rei Nabucodonosor caiu sobre o seu rosto, e adorou a Daniel,
2.46
Ed 6.10
e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e perfumes suaves. 47Respondeu o rei a Daniel e disse: Certamente, o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador dos segredos,
2.47
Dn 2.28
pois pudeste revelar este segredo. 48Então, o rei engrandeceu a Daniel,
2.48
Dn 2.6
e lhe deu muitos e grandes presentes, e o pôs por governador de toda a província de Babilônia,
2.48
Dn 5.11
9.4
como também por principal governador de todos os sábios de Babilônia. 49E pediu Daniel ao rei,
2.49
Dn 3.12
e constituiu ele sobre os negócios da província de Babilônia a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego;
2.49
Et 2.19,21
3.2
mas Daniel estava às portas do rei.