Almeida Revista e Atualizada (1993) (ARA)
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181O solitário busca o seu próprio interesse

e insurge-se contra a verdadeira sabedoria.

2O insensato não tem prazer no entendimento,

senão em externar o seu interior.

3Vindo a perversidade, vem também o desprezo;

e, com a ignomínia, a vergonha.

4Águas profundas são as palavras da boca do homem,

e a fonte da sabedoria, ribeiros transbordantes.

5Não é bom ser parcial com o perverso,

para torcer o direito contra os justos.

6Os lábios do insensato entram na contenda,

e por açoites brada a sua boca.

7A boca do insensato é a sua própria destruição,

e os seus lábios, um laço para a sua alma.

8As palavras do maldizente são doces bocados

que descem para o mais interior do ventre.

9Quem é negligente na sua obra

já é irmão do desperdiçador.

10Torre forte é o nome do Senhor,

à qual o justo se acolhe e está seguro.

11Os bens do rico lhe são cidade forte

e, segundo imagina, uma alta muralha.

12Antes da ruína, gaba-se o coração do homem,

e diante da honra vai a humildade.

13Responder antes de ouvir

é estultícia e vergonha.

14O espírito firme sustém o homem na sua doença,

mas o espírito abatido, quem o pode suportar?

15O coração do sábio adquire o conhecimento,

e o ouvido dos sábios procura o saber.

16O presente que o homem faz alarga-lhe o caminho

e leva-o perante os grandes.

17O que começa o pleito parece justo,

até que vem o outro e o examina.

18Pelo lançar da sorte, cessam os pleitos,

e se decide a causa entre os poderosos.

19O irmão ofendido resiste mais que uma fortaleza;

suas contendas são ferrolhos de um castelo.

20Do fruto da boca o coração se farta,

do que produzem os lábios se satisfaz.

21A morte e a vida estão no poder da língua;

o que bem a utiliza come do seu fruto.

22O que acha uma esposa acha o bem

e alcançou a benevolência do Senhor.

23O pobre fala com súplicas,

porém o rico responde com durezas.

24O homem que tem muitos amigos sai perdendo;

mas há amigo mais chegado do que um irmão.