Almeida Revista e Atualizada (1993) (ARA)
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A tentação de Jesus

Mt 4.1-11; Mc 1.12-13

41Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, 2durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome. 3Disse-lhe, então, o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão. 4Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito:

Não só de pão viverá o homem.

4.4
Dt 8.3

5E, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. 6Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. 7Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua. 8Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito:

Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto.

4.8
Dt 6.13

9Então, o levou a Jerusalém, e o colocou sobre o pináculo do templo, e disse: Se és o Filho de Deus, atira-te daqui abaixo; 10porque está escrito:

Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem;

4.10
Sl 91.11

11e:

Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.

4.11
Sl 91.12

12Respondeu-lhe Jesus: Dito está:

Não tentarás o Senhor, teu Deus.

4.12
Dt 6.16

13Passadas que foram as tentações de toda sorte, apartou-se dele o diabo, até momento oportuno.

Jesus volta para a Galileia e principia a sua missão

Mt 4.12-17; Mc 1.14-15

14Então, Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galileia, e a sua fama correu por toda a circunvizinhança. 15E ensinava nas sinagogas, sendo glorificado por todos.

Jesus prega em Nazaré. É rejeitado pelos seus

Mt 13.54-58; Mc 6.1-4

16Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se para ler. 17Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou o lugar onde estava escrito:

18O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,

19e apregoar o ano aceitável do Senhor.

4.18-19
Is 61.1-2

20Tendo fechado o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se; e todos na sinagoga tinham os olhos fitos nele. 21Então, passou Jesus a dizer-lhes: Hoje, se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir. 22Todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíam dos lábios, e perguntavam: Não é este o filho de José? 23Disse-lhes Jesus: Sem dúvida, citar-me-eis este provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo; tudo o que ouvimos ter-se dado em Cafarnaum, faze-o também aqui na tua terra. 24E prosseguiu: De fato, vos afirmo que nenhum profeta é bem-recebido na sua própria terra.
4.24
Jo 4.44
25Na verdade vos digo que muitas viúvas havia em Israel no tempo de Elias, quando o céu se fechou
4.25
1Rs 17.1
por três anos e seis meses, reinando grande fome em toda a terra; 26e a nenhuma delas foi Elias enviado, senão a uma viúva de Sarepta
4.26
1Rs 17.8-16
de Sidom. 27Havia também muitos leprosos em Israel nos dias do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro.
4.27
2Rs 5.1-14
28Todos na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira. 29E, levantando-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até ao cimo do monte sobre o qual estava edificada, para, de lá, o precipitarem abaixo. 30Jesus, porém, passando por entre eles, retirou-se.

A cura de um endemoninhado em Cafarnaum

Mc 1.21-28

31E desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e os ensinava no sábado. 32E muito se maravilhavam da sua doutrina,

4.32
Mt 7.28-29
porque a sua palavra era com autoridade. 33Achava-se na sinagoga um homem possesso de um espírito de demônio imundo, e bradou em alta voz: 34Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus! 35Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai deste homem. O demônio, depois de o ter lançado por terra no meio de todos, saiu dele sem lhe fazer mal. 36Todos ficaram grandemente admirados e comentavam entre si, dizendo: Que palavra é esta, pois, com autoridade e poder, ordena aos espíritos imundos, e eles saem? 37E a sua fama corria por todos os lugares da circunvizinhança.

A cura da sogra de Pedro

Mt 8.14-15; Mc 1.29-31

38Deixando ele a sinagoga, foi para a casa de Simão. Ora, a sogra de Simão achava-se enferma, com febre muito alta; e rogaram-lhe por ela. 39Inclinando-se ele para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou; e logo se levantou, passando a servi-los.

Muitas outras curas

Mt 8.16-17; Mc 1.32-34

40Ao pôr do sol, todos os que tinham enfermos de diferentes moléstias lhos traziam; e ele os curava, impondo as mãos sobre cada um. 41Também de muitos saíam demônios, gritando e dizendo: Tu és o Filho de Deus! Ele, porém, os repreendia para que não falassem, pois sabiam ser ele o Cristo.

Jesus vai a um lugar deserto

Mc 1.35-39

42Sendo dia, saiu e foi para um lugar deserto; as multidões o procuravam, e foram até junto dele, e instavam para que não os deixasse. 43Ele, porém, lhes disse: É necessário que eu anuncie o evangelho do reino de Deus também às outras cidades, pois para isso é que fui enviado. 44E pregava nas sinagogas da Judeia.

4.44
Mt 4.23
9.35