131Disse o Senhor a Moisés: 2Consagra-me
todo primogênito; todo que abre a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, tanto de homens como de animais, é meu.
3Disse Moisés ao povo: Lembrai-vos deste mesmo dia, em que saístes do Egito, da casa da servidão; pois com mão forte o Senhor vos tirou de lá; portanto, não comereis pão levedado. 4Hoje, mês de abibe, estais saindo. 5Quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, e dos heteus, e dos amorreus, e dos heveus, e dos jebuseus, a qual jurou a teus pais te dar, terra que mana leite e mel, guardarás este rito neste mês. 6Sete dias comerás pães asmos; e, ao sétimo dia, haverá solenidade ao Senhor. 7Sete dias se comerão pães asmos, e o levedado não se encontrará contigo, nem ainda fermento será encontrado em todo o teu território. 8Naquele mesmo dia, contarás a teu filho, dizendo: É isto pelo que o Senhor me fez, quando saí do Egito. 9E será como sinal na tua mão e por memorial entre teus olhos; para que a lei do Senhor esteja na tua boca; pois com mão forte o Senhor te tirou do Egito. 10Portanto, guardarás esta ordenança no determinado tempo, de ano em ano.
11Quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, como te jurou a ti e a teus pais, quando ta houver dado, 12apartarás
para o Senhor todo que abrir a madre e todo primogênito dos animais que tiveres; os machos serão do Senhor. 13Porém todo primogênito da jumenta resgatarás com cordeiro; se o não resgatares, será desnucado; mas todo primogênito do homem entre teus filhos resgatarás. 14Quando teu filho amanhã te perguntar: Que é isso? Responder-lhe-ás: O Senhor com mão forte nos tirou da casa da servidão. 15Pois sucedeu que, endurecendo-se Faraó para não nos deixar sair, o Senhor matou todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do homem até ao primogênito dos animais; por isso, eu sacrifico ao Senhor todos os machos que abrem a madre; porém a todo primogênito de meus filhos eu resgato. 16E isto será como sinal na tua mão e por frontais entre os teus olhos; porque o Senhor com mão forte nos tirou do Egito.
17Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito. 18Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do mar Vermelho; e, arregimentados, subiram os filhos de Israel do Egito. 19Também levou Moisés consigo os ossos de José,
Js 24.32
pois havia este feito os filhos de Israel jurarem solenemente, dizendo: Certamente, Deus vos visitará; daqui, pois, levai convosco os meus ossos. 20Tendo, pois, partido de Sucote, acamparam-se em Etã, à entrada do deserto. 21O Senhor ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. 22Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite.
141Disse o Senhor a Moisés: 2Fala aos filhos de Israel que retrocedam e se acampem defronte de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele vos acampareis junto ao mar. 3Então, Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão desorientados na terra, o deserto os encerrou. 4Endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. Eles assim o fizeram.
5Sendo, pois, anunciado ao rei do Egito que o povo fugia, mudou-se o coração de Faraó e dos seus oficiais contra o povo, e disseram: Que é isto que fizemos, permitindo que Israel nos deixasse de servir? 6E aprontou Faraó o seu carro e tomou consigo o seu povo; 7e tomou também seiscentos carros escolhidos e todos os carros do Egito com capitães sobre todos eles. 8Porque o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse os filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram afoitamente. 9Perseguiram-nos os egípcios, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavalarianos, e o seu exército e os alcançaram acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, defronte de Baal-Zefom.
10E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então, os filhos de Israel clamaram ao Senhor. 11Disseram a Moisés: Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito? 12Não é isso o que te dissemos no Egito: deixa-nos, para que sirvamos os egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto. 13Moisés, porém, respondeu ao povo: Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do Senhor que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver. 14O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis.
15Disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. 16E tu, levanta o teu bordão, estende a mão sobre o mar e divide-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. 17Eis que endurecerei o coração dos egípcios, para que vos sigam e entrem nele; serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavalarianos; 18e os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavalarianos.
19Então, o Anjo de Deus, que ia adiante do exército de Israel, se retirou e passou para trás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pôs atrás deles, 20e ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; a nuvem era escuridade para aqueles e para este esclarecia a noite; de maneira que, em toda a noite, este e aqueles não puderam aproximar-se.
21Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o Senhor, por um forte vento oriental que soprou toda aquela noite, fez retirar-se o mar, que se tornou terra seca, e as águas foram divididas. 22Os filhos de Israel entraram pelo meio
do mar em seco; e as águas lhes foram qual muro à sua direita e à sua esquerda. 23Os egípcios que os perseguiam entraram atrás deles, todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavalarianos, até ao meio do mar. 24Na vigília da manhã, o Senhor, na coluna de fogo e de nuvem, viu o acampamento dos egípcios e alvorotou o acampamento dos egípcios; 25emperrou-lhes as rodas dos carros e fê-los andar dificultosamente. Então, disseram os egípcios: Fujamos da presença de Israel, porque o Senhor peleja por eles contra os egípcios.
26Disse o Senhor a Moisés: Estende a mão sobre o mar, para que as águas se voltem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavalarianos. 27Então, Moisés estendeu a mão sobre o mar, e o mar, ao romper da manhã, retomou a sua força; os egípcios, ao fugirem, foram de encontro a ele, e o Senhor derribou os egípcios no meio do mar. 28E, voltando as águas, cobriram os carros e os cavalarianos de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nem ainda um deles ficou. 29Mas os filhos de Israel caminhavam a pé enxuto pelo meio do mar; e as águas lhes eram quais muros, à sua direita e à sua esquerda.
30Assim, o Senhor livrou Israel, naquele dia, da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. 31E viu Israel o grande poder que o Senhor exercitara contra os egípcios; e o povo temeu ao Senhor e confiou no Senhor e em Moisés, seu servo.
151Então, entoou Moisés e os filhos de Israel este cântico
ao Senhor, e disseram:
Cantarei ao Senhor, porque triunfou gloriosamente;
lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.
2O Senhor é a minha força e o meu cântico;
Is 12.2
ele me foi por salvação;
este é o meu Deus; portanto, eu o louvarei;
ele é o Deus de meu pai; por isso, o exaltarei.
3O Senhor é homem de guerra;
Senhor é o seu nome.
4Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército;
e os seus capitães afogaram-se no mar Vermelho.
5Os vagalhões os cobriram;
desceram às profundezas como pedra.
6A tua destra, ó Senhor, é gloriosa em poder;
a tua destra, ó Senhor, despedaça o inimigo.
7Na grandeza da tua excelência, derribas os que se levantam contra ti;
envias o teu furor, que os consome como restolho.
8Com o resfolgar das tuas narinas, amontoaram-se as águas,
as correntes pararam em montão;
os vagalhões coalharam-se no coração do mar.
9O inimigo dizia: Perseguirei, alcançarei,
repartirei os despojos; a minha alma se fartará deles,
arrancarei a minha espada, e a minha mão os destruirá.
10Sopraste com o teu vento, e o mar os cobriu;
afundaram-se como chumbo em águas impetuosas.
11Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses?
Quem é como tu, glorificado em santidade,
terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas?
12Estendeste a destra;
e a terra os tragou.
13Com a tua beneficência guiaste o povo que salvaste;
com a tua força o levaste à habitação da tua santidade.
14Os povos o ouviram, eles estremeceram;
agonias apoderaram-se dos habitantes da Filístia.
15Ora, os príncipes de Edom se perturbam,
dos poderosos de Moabe se apodera temor,
esmorecem todos os habitantes de Canaã.
16Sobre eles cai espanto e pavor;
pela grandeza do teu braço, emudecem como pedra;
até que passe o teu povo, ó Senhor,
até que passe o povo que adquiriste.
17Tu o introduzirás e o plantarás no monte da tua herança,
no lugar que aparelhaste, ó Senhor, para a tua habitação,
no santuário, ó Senhor, que as tuas mãos estabeleceram.
18O Senhor reinará por todo o sempre.
19Porque os cavalos de Faraó, com os seus carros e com os seus cavalarianos, entraram no mar, e o Senhor fez tornar sobre eles as águas do mar; mas os filhos de Israel passaram a pé enxuto pelo meio do mar.
20A profetisa Miriã, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamborins e com danças. 21E Miriã lhes respondia:
Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou
e precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro.
22Fez Moisés partir a Israel do mar Vermelho, e saíram para o deserto de Sur; caminharam três dias no deserto e não acharam água. 23Afinal, chegaram a Mara; todavia, não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas; por isso, chamou-se-lhe Mara. 24E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? 25Então, Moisés clamou ao Senhor, e o Senhor lhe mostrou uma árvore; lançou-a Moisés nas águas, e as águas se tornaram doces. Deu-lhes ali estatutos e uma ordenação, e ali os provou, 26e disse: Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o Senhor, que te sara.
27Então, chegaram a Elim, onde havia doze fontes de água e setenta palmeiras; e se acamparam junto das águas.